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Entenda a luta entre a família Gracie pelo comando da federação de jiu-jítsu do Rio

Atual presidente da entidade, Kenya Gracie foi reeleita por aclamação nesta sexta, enquanto a sobrinha Kyra Gracie teve a candidatura impugnada

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Por Redação
Atualização:

A luta do jiu-jítsu entre a família Gracie saiu do tatame e tornou tensas as eleições para a presidência da Federação de Jiu-Jitsu do Estado do Rio de Janeiro (FJJ-RIO) nos últimos seis meses. A atual presidente, Kenya Gracie, de 39 anos, foi reeleita por aclamação nesta sexta-feira para o próximo quadriênio. Ela recebeu 48 dos 60 votos possíveis, porque 12 eleitores faltaram. Antes, o caso foi parar na Justiça. Isso porque a concorrente, sua sobrinha, Kyra Gracie, de 38, teve a candidatura impugnada. O clã é símbolo da modalidade no Brasil, nos Estados unidos e no mundo. Kyra é faixa-preta, a mais vitoriosa e conhecida atleta entre as mulheres da família.

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Depois de disputas jurídicas, o pleito estava previsto para a última segunda-feira, dia 18. Entretanto, a federação adiou novamente a votação. Entre os motivos apresentados estavam a necessidade de adaptação do local devido à grande quantidade de associados interessados em votar (número não foi divulgado), o ajuste de data conforme a disponibilidade da comissão eleitoral e a autorização judicial para que o processo pudesse ser acompanhado por delegados nomeados por associados da federação.

Paralelo a isso, na terça-feira, dia 19, a candidatura de Kyra havia sido impugnada, e ela tinha 24 horas para comprovar a documentação faltante e manter-se na disputa. Não havia sido apresentada a comprovação de filiação à federação nos últimos quatro anos.

Os representantes jurídicos de Kyra acusaram a atual gestão, de Kenya, sua tia, de ter alterado as regras do estatuto, de modo a ter reduzido o grupo apto a votar. Assim, a sobrinha da atual presidente deixou de concorrer ao pleito. Em resposta, a FJJ-RIO publicou um comunicado afirmando existir uma “campanha difamatória e irresponsável em curso” contra a federação e contra Kenya.

Kyra Gracie teve a candidatura impugnada e não pôde concorrer à presidência da FJJ-RIO. Foto: Reprodução/Kyra Gracie/YouTube

A nota é assinada por Kenya e acusa a sobrinha (referenciando apenas como “líderes da campanha”) de envolver o nome da lenda do jiu-jítsu brasileiro, Robson Gracie, em mentiras. Meses antes do pleito, Kyra havia solicitado judicialmente o acesso a documentos da federação. A intenção era verificar a lista de membros aptos a votar e balancetes mensais e anuais desde a última posse de diretoria, em janeiro de 2019.

Inicialmente, em primeira instância, a atleta teve o pedido atendido, mas a federação apresentou recurso ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O entendimento, então, foi de que Kyra Gracie não comprovou ser filiada à entidade, apesar de ter sido diplomada por ela. Assim, Kyra conseguiu ter acesso à lista de filiados, mas não aos balancetes.

Depois, houve um pedido de Kyra pela suspensão da votação, o que foi negado. Em resposta, Kenya processou a sobrinha por calúnia. O clima esquentou na família Gracie.

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Uma terceira candidatura, de outro associado, também foi impugnada por falta de comprovação de filiação. Entre o prazo inicial previsto para as eleições e esta sexta-feira, quando de fato o round deve ter fim, foram seis meses. A votação para aclamar a reeleição de Kenya ocorre a partir das 11h, na Barra da Tijuca, no Rio. Em seguida, os associados vão acompanhar a aprovação de contas da diretoria e a posse da nova gestão para o 2024/2027.

A FJJ-RIO foi criada na década de 1960 e sempre foi comandada por Robson Gracie. O lutador teve 12 filhos em três diferentes casamentos. A mãe de Kyra nasceu do primeiro casamento. Kenya, do terceiro. Ela e outra irmã, Hanna, passaram a trabalhar com Robson na federação e a assumiram posteriormente. Robson morreu em abril deste ano. Pouco tempo depois morte, Kyra acusou a gestão de Kenya, o que causou o racha na família do jiu-jítsu brasileiro.

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