PUBLICIDADE

Filipinho desabafa sobre saúde mental antes dos Jogos Olímpicos de Paris: ‘Não somos máquinas’

Após pausa de seis meses, surfista retorna às atividades e sonha com medalha de ouro

PUBLICIDADE

Por Daniel Vila Nova
Atualização:

Após uma pausa de seis meses em sua carreira, Filipe Toledo retornou ao mundo do surfe para competir nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Engana-se, no entanto, quem acredita que o intervalo tenha sido causado por conta de uma lesão ou algum tipo de machucado físico. O surfista brasileiro se ausentou para cuidar de algo que não costuma ser valorizado no mundo dos esportes: a saúde mental.

Ele, que iniciou sua jornada no surfe aos 15 anos, está com 29. E, além de dois títulos da WSL, carregava uma enorme exaustão mental. “Depois de 11 anos, decidi tirar um ano de folga, dar uma pausa para mim, resetar, recarregar, estar em casa, ser pai para meus filhos e ser marido para minha esposa e fazer algo para minha família”, disse em entrevista ao site oficial das Olimpíadas na tarde desta segunda-feira, dia 22 de julho.

Após ser campeão da WSL em 2023, Filipinho anunciou uma pausa em sua carreira para focar em sua saúde mental.  Foto: Aaron Hughes/World Surf League

PUBLICIDADE

“(O surfe) mudou a vida da minha família e eu não me arrependo. Mas com tudo isso, à medida que o esporte cresce, há mais atenção, há mais pressão”, ponderou Filipinho. O surfista revelou que, por conta das competições, sequer teve a oportunidade de comemorar o seu aniversário em sua própria casa nos últimos anos.

“Senti que precisava cuidar de mim mesmo para poder voltar mais forte e ainda competir por mais cinco, seis anos”, relatou, completando que não gostaria de passar pelo mesmo esgotamento enfrentado em 2023. O surfista, que anunciou sua pausa no começo de 2024, disse que a questão da saúde mental é um problema compartilhado por muitos esportistas, mas que o tema ainda se mantém um tabu.

“Por que ninguém fala sobre isso? Qual é o motivo? É só porque você vai mostrar que é fraco ou o que é? As pessoas precisam saber que somos humanos. Não somos máquinas. Temos muito a sacrificar”, afirmou o atleta. “Eu precisava falar sobre isso e mostrar ao mundo como é difícil”.

Como foi campeão em 2023, Filipinho já estava classificado para os Jogos Olímpicos de Paris. O surfista não se classificou para as Olimpíadas de Tóquio, mas sonha em fazer bonito no Taiti e conquistar mais um pódio brasileiro.

“É o sonho de todo atleta estar nos Jogos Olímpicos e ter uma medalha. E para o nosso esporte, o surfe, sinto que esse é o ponto mais alto que podemos alcançar”, disse na entrevista. As primeiras baterias do surfe masculino ocorrem neste sábado, dia 27 de julho, às 14h (de Brasília).

Publicidade

Baterias da primeira fase do masculino

  • Ethan Ewing (AUS), Tim Elter (ALE) e Jordy Smith (AFS)
  • Joan Duru (FRA), Jack Robinson (AUS) e Matthew McGillivray (AFS)
  • Alonso Correa (PER), Filipe Toledo (BRA) e Kanoa Igarashi (JAP)
  • Gabriel Medina (BRA), Connor O’Leary (JAP) e Bryan Perez (ELS)
  • Ramzi Boukhiam (MAR), Billy Stairmand (NZL) e João Chianca (BRA)
  • Andy Criere (ESP), John John Florence (EUA) e Alan Cleland (MEX)
  • Kauli Vaast (FRA), Lucca Messinas (PER) e Griffin Colapinto (EUA)
  • Rio Waida (IND), Leonardo Fioravanti (ITA) e Reo Inaba (JAP)
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.