A organização do GP de São Paulo de Fórmula 1 confirmou que seis torcedores ficaram feridos durante a tempestade que atrapalhou o treino classificatório e causou danos em dois trechos de arquibancadas do Autódromo de Interlagos na sexta-feira. Duas pessoas precisaram de atendimento e foram encaminhadas para unidades de saúde na capital paulista, mas elas estão fora de perigo e passam bem. As outras quatro foram atendidas pelos bombeiros e liberadas ainda no local.
“As equipes do GP São Paulo avaliaram os acontecimentos ocorridas no autódromo de Interlagos nesta sexta-feira, dia 3, em função dos fortes ventos e chuvas na cidade. Foram identificados pequenos incidentes com espectadores, atendidos prontamente pelas equipes médicas do evento”, informou o GP, em comunicado.
Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), um dos feridos com a queda da estrutura em Interlagos deu entrada no Hospital Municipal de Parelheiros por volta das 18h. Após realizados todos os exames preconizados e observação de 12h, o paciente recebeu alta hospitalar na manhã deste sábado. Ainda de acordo com SMS, outro ferido não foi atendido em uma unidade da rede municipal. Segundo a organização do GP de São Paulo, ele também já teve alta.
As arquibancadas passaram por manutenções durante a madrugada de sábado com a finalidade de receber o público normalmente para a corrida sprint e sequência dos eventos, como a corrida no domingo. Na arquibancada Porto Bank, que fica entre o fim da “Reta oposta” e a “Descida do lago”, a lona de proteção foi reparada. Outro setor que teve a cobertura danificada pelo vento, no “Mergulho”, estava descoberto. Aos poucos o público ocupou o espaço. Acompanhe tudo do GP de São Paulo no Estadão.
A organização do GP também confirmou os danos causados na própria estrutura de dois trechos das arquibancadas. Parte dos reparos foram feitos antes do início das atividades deste sábado. Uma das arquibancadas afetada ficava localizada na “Curva do Lago”, ao fim da “Reta Oposta”. Parte da lona foi arrancada pelo forte vento. Vídeos na rede social X (antigo Twitter) mostraram o momento em que o vento causou o estrago, desprotegendo os torcedores na chuva. Em outro vídeo, espectadores correram para deixar as arquibancadas enquanto tentavam se proteger da chuva e do vento forte. A pista de Interlagos ficou repleta de sujeira após o temporal da sexta. Essa parte também foi reparada.
Em outro setor, na “Junção”, pouco antes da “Reta dos Boxes”, o estrago foi ainda maior, danificando uma das colunas de sustentação da própria arquibancada. Presente no local na hora em que o vento estava mais forte, o fotógrafo Andy Hone flagrou o momento que a estrutura envergou e disse ter corrido risco de morte. “Que dez minutos assustadores na pista! O teto de uma arquibancada colapsou na última curva e eu quase fui decapitado por detritos que caíram de lá”, declarou.
Fazia tempo que Interlagos não vivia uma situação dessa em GP. O vento era tão forte que a chuva superou as brechas do teto do paddock e invadiu a área de convivência de pilotos, jornalistas e convidados. Integrantes das equipes precisaram correr para escapar da chuva. Nesta sábado, tudo parecia em seu lugar. A pista estava limpa, a chuva não veio e o dia foi aberto pela Carrera Cup Porsche.
Resumo
O mau tempo interrompeu a prova classificatória faltando quatro minutos para o fim. O tricampeão mundial Max Verstappen, da Red Bull Racing, cravou a pole position, seguido de Charles Leclerc, da Ferrari, e Lance Stroll, da Aston Martin. Neste sábado, os pilotos voltaram à pista às 11h, quando aconteceu o treino classificatório que definiu o grid da corrida sprint, marcada para 15h30. Leclerc admitiu susto com a forte chuva que caiu em Interlagos. “Foi provavelmente o treino mais estranho da minha carreira. Eu nunca havia enfrentado um tempo assim”, comentou o piloto. Leclerc se disse surpreso até com a posição que conquistou no grid. “Deu tudo certo para nós, de forma surpreendente, porque não estávamos muito bem.”
Max Verstappen assegurou a primeira colocação pouco antes das primeiras gotas de chuva caírem sobre o asfalto na sexta. “Nós não sabíamos quando a chuva ia começar. É um clima insano, o vento mudou rapidamente e perdemos um pouco de tempo com isso”, disse o tricampeão mundial, que largará da pole pela segunda vez em São Paulo.
Vencedor do GP do ano passado, o britânico George Russell também reconheceu a surpresa pela virada rápida no tempo. “Eu nunca tinha visto uma mudança de tempo tão drástica assim”, disse o piloto da Mercedes. A tempestade teve início nos minutos finais do treino, no Q3, a última parte da classificação. Assim que a chuva forte começou, os comissários decidiram encerrar o treino de forma prematura, a quatro minutos do fim.
Previsão do tempo
O mau tempo não deve permanecer para o fim de semana. Neste sábado, a expectativa é de dia ensolarado até, com temperaturas mais amenas. A máxima é de 27 graus. O domingo também deve ter sol, porém com números inferiores. Os termômetros não devem passar dos 23 graus, com mínima de 13.
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