Abel Ferreira afirmou ter uma boa relação com Dudu, contou ter ido a um churrasco na casa do jogador e revelou como foram as últimas conversas com o atleta, que havia aceitado oferta para se transferir ao Cruzeiro, mas mudou de ideia e decidiu permanecer no Palmeiras, despeito de a presidente Leila Pereira afirmar que ele deveria cumprir o acordo com o clube mineiro e que seu ciclo havia se encerrado, na visão dela.
O treinador confirmou que teve ao menos duas conversas com Dudu nos últimos dias: uma na quinta-feira, dia do jogo com o Vasco, e outra no domingo, antes do último treinamento em preparação para a partida desta segunda-feira contra o Atlético Mineiro, que terminou com goleada por 4 a 0.
Segundo o treinador, Dudu não queria nem estar no banco contra o Vasco, mas foi convencido pelo técnico, que o relacionou. Ele não entrou em campo e viu do banco o time vencer o rival carioca por 2 a 0.
“No dia do jogo (contra o Vasco), o Dudu foi falar comigo e pediu para não jogar. Eu pedi para ele: ‘Dudu, quero que você venha conosco e nos ajude como puder’”, contou Abel, que, segundo ele, ouviu de Dudu que a torcida gritaria o nome do camisa 7. “Eu não faço equipes para a torcida, faço equipe para ganhar jogos e dar alegria à torcida”, respondeu o técnico, então.
Depois de se arrepender de aceitar a proposta do Cruzeiro - de R$ 4 milhões, mais aumento de 300 mil e quatro anos de contrato - Dudu procurou Abel para afirmar que gostaria de permanecer e pediu desculpas ao elenco por toda a novela, encerrada apenas nesta segunda, com a confirmação por parte do atleta de que cumprirá seu contrato com o Palmeiras.
“Ontem (domingo), tivemos outra conversa. Ele disse: professor, estou aqui, estou disponível para jogo. O departamento de futebol preferiu preservar o jogador e esperar que isso se resolvesse”, relatou Abel. De fato, o atleta não viajou a Belo Horizonte para resolver sua situação e viu de longe o Palmeiras fazer 4 a 0 no Atlético na Arena MRV.
Abel rejeitou os rumores de que uma das razões para Dudu ter aceitado a proposta do Cruzeiro seria a má relação com Abel, com o qual terá de recuperar espaço. Recuperado de lesão, ele ainda não jogou em 2024. Seu último jogo foi o de sua lesão, a mais grave de sua carreira, em 27 de agosto do ano passado.
“Aos anti-palmeirenses que falam que o Dudu tem má relação com o Abel: é mentira. É mentira que o Dudu tem uma relação ruim com o Abel. Comigo, ele foi um dos jogadores que mais jogou. Até acho que em 2022 foi o jogador que mais jogou. Teve uma temporada completa comigo”, declarou o treinador.
“Vou dizer o que não devia, só para ficar claro: fui à casa apenas de um jogador para churrasco: a do Dudu. Tenho uma ótima relação com Dudu, como tenho ótima relação com todos os outros. É uma relação franca, séria, profissional e honesta. Quem disser o contrário é porque tem outras intenções por trás”, reforçou.
O treinador conto que apenas pediu, na conversa com o atacante, que ele se recupere e volte a atuar em alto nível. “Disse, na conversa particular, que ele se recupere, entre, e tenha rendimento, faça gols e assistências. É isso que se espera do Dudu”, resumiu. “Nessa novela, não sou nem ator principal, nem secundário, nem figurante. Nessa novela, eu estava na nau a ajustar as velas. De repente, veio a tempestade”.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.