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Abel Ferreira dá sinais de desgaste com o futebol brasileiro e seus personagens

Treinador do Palmeiras não tem mais paciência com arbitragem, torcida, treinadores rivais, repórteres...

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colunista convidado
Foto do author Robson Morelli

Abel Ferreira dá sinais de desgaste com o futebol brasileiro e seus personagens. Faz algum tempo que ele não tem mais paciência com nada no comando do Palmeiras. Após a boa vitória do Palmeiras diante do Botafogo, por 3 a 1, ele não entendeu seu dever na entrevista coletiva dada a jornalistas no Rio e foi, no mínimo, deselegante com os repórteres. Abel precisa saber que se ele não quer dar explicações das coisas do time que comanda, aqui no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, ele deveria fazer alguns cursos para tentar outras profissionais, alguma que não tenha de falar com jornalistas.

Ele ocupa um cargo importante no comando de um clube gigante do futebol brasileiro e, estudioso que é, deveria saber de suas obrigações na função. Sim, atender a imprensa é uma função que todo treinador tem em suas tarefas porque ele “usa” a mídia para falar diretamente com os torcedores, os mais críticos e os menos críticos. Não adianta postar mensagens nas redes oficiais, porque isso não serve como material de entendimento das coisas que faz em campo, como troca de atletas e até sua falta de controle emocional com a arbitragem.

Abel Ferreira comanda treino do Palmeiras na Academia de Futebol da Barra Funda Foto: Cesar Greco / Palmeiras

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Contra o Botafogo, ele recebeu cartão amarelo e terá de cumprir suspensão novamente. Isso não é bom para ele nem para o Palmeiras. Abel se diz perseguido pela arbitragem no Brasil. Ele entende que os árbitros estão contra o seu trabalho. É um sentimento. O fato é que se entende dessa maneira, tem de se controlar mais, prestar mais atenção na partida e menos na arbitragem, deixar esse trabalho de cobrança para os dirigentes do clube, como eles já protestaram em outras ocasiões. Deixar que o Palmeiras se posicione.

O treinador se mostra desgastado com tudo no futebol. Já se desentendeu com treinadores, com a arbitragem e agora anda pegando no pé de repórteres em entrevistas coletivas. Seus sinais são claros de cansaço, faltando ainda mais dois meses para o fim da temporada e com seu time na iminência de ganhar o Brasileirão. Ele tem de entender que o ano tem sido difícil para todo mundo, físico e mentalmente. Ele não é único nesta condição.

Ele tem de entender que seu trabalho também é passível de críticas. Parece não aceitá-las. Ele tem de entender ainda que deve explicações para a torcida do Palmeiras. Ele tem de entender também que não é o dono da verdade. Ele tem de entender, por fim, que da mesma forma que foi acolhido quando chegou ao Brasil, talvez não fará falta se for embora, como todos os outros que chegaram á sua frente. O Palmeiras e o futebol são maiores do que ele. Suas façanhas podem se resumir mais para frente em quadros colocados na parede.

Por muito tempo ele conseguiu conciliar educação, respeito e bom trabalho à frente do Palmeiras. Não consegue mais. Ele é novo, tem menos de 45 anos, e ainda muito a aprender na profissão, como muitos em fase de amadurecimento. Abel não é um profissional pronto. É mais conhecido agora do que antes de chegar ao Brasil, é verdade, mesmo assim ainda está no meio para o fim das listas dos grandes treinadores mundiais.

Seus ataques intempestivos “contra tudo e contra todos” não fazem parte da conduta que se espera dele. Alguns amigos entendem que a CBF não quer deixar o Palmeiras ser campeão por algum motivo. Se Abel pensa assim e tem alguma prova disso, deveria revelar. Da forma como age, com insinuações, ele pode ser o maior prejudicado em tudo isso. E, consequentemente, prejudicar o Palmeiras nesta reta final de temporada.

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