Abel Ferreira renova com o Palmeiras até 2025; Leila fala de patrocínio e avisa: ‘Gosto da briga’

Presidente comenta possibilidade de aumentar valor pago pela Crefisa e mostra preocupação com situação do Allianz Parque: ‘Vão nos entregar o coliseu’

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Por Redação
Atualização:

Ídolo do Palmeiras, Abel Ferreira continuará no clube ao menos até a temporada de 2025. Nesta terça-feira, as partes entraram em um acordo para a continuidade do trabalho do treinador português por um ano além do seu contrato, que se encerraria em dezembro de 2024. Com isso, o comandante alviverde poderá superar Oswaldo Brandão como técnico com mais troféus no Palmeiras. A informação foi confirmada pela presidente Leila Pereira em entrevista coletiva nesta terça-feira.

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Originalmente, a ideia de Leila Pereira era ampliar o contrato de Abel até o fim de 2027 para que acabasse junto a um eventual segundo mandato da presidente, que concorrerá à reeleição em novembro deste ano. O treinador chegou ao Palmeiras em outubro de 2020 e conquistou nove taças desde então: Libertadores (2), Brasileirão (2), Copa do Brasil (1), Paulistão (2), Recopa Sul-Americana (1) e Supercopa do Brasil (1).

“Era um desejo muito grande manter esse treinador vencedor, que já está há tanto tempo conosco. Acho que é uma grande notícia para o nosso torcedor e para a instituição”, afirmou Leila. “Vamos continuar fortes, sempre lutando pelo maior número de títulos possíveis. Seremos protagonistas sempre, mantendo nosso elenco e dando segurança ao trabalho de todos os nossos profissionais.”

Abel Ferreira renovou seu contrato com o Palmeiras até dezembro de 2025. Foto: Reprodução/X @Palmeiras

Abel teve um período estendido de férias e só retornou à Academia de Futebol nesta segunda-feira, 16, uma semana após seus comandados. O Palmeiras estreia na temporada 2024 no domingo, às 16h, diante do Novorizontino, fora de casa, pela 1ª rodada do Paulistão.

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“As expectativas que nós próprios criamos são enormes. Estamos aqui para trabalhar e dar o nosso melhor para correspondê-las. Com calma, serenidade, sabendo muito bem aquilo que queremos e o caminho que temos de percorrer. Saber as dificuldades e que cada ano aumentamos o sarrafo. Isso nos obriga a superar a nós próprios. Esse é o maior desafio que temos, procurar ser melhor do que no ano passado”, disse Abel em seu primeiro dia de trabalho nesta temporada.

“Fizemos alguns ajustes junto à direção, que faz todo o esforço para nos dar todas as condições. As mudanças que fazemos de ano para ano são para manter a motivação, a disciplina, a ambição de profissionais que trabalham no Palmeiras e que todos os anos dão o melhor de si para lutar por títulos. Espero que seja uma viagem fantástica este ano. Seguramente, teremos momentos de alegria e alguma turbulência, porque faz parte, futebol é assim. Mas sempre todos juntos somos capazes de dar a resposta”, afirmou Abel.

PATROCÍNIO

Leila Pereira foi questionada se irá aumentar o valor do patrocínio pago atualmente ao Palmeiras pela Crefisa, empresa da qual também é dona. No ano passado, ela se comprometeu a cobrir qualquer quantia superior ofertada a um outro clube. No início do mês, o novo presidente do Corinthians, Augusto Melo, anunciou um acordo com a casa de aposta Vai de Bet por um patrocínio máster de R$ 120 milhões por temporada ao longo de três anos de contrato — R$ 360 milhões, no total, valor recorde no País.

“Tenho respeito, não quero ser desrespeitosa com qualquer instituição ou seu torcedor. O que eu falei, ratifico. Está confirmado o valor? Depositam na conta? É complicado isso”, disse Leila. “Muitas vezes aparecem empresas no Palmeiras, querendo patrocinar o Palmeiras, oferecendo valores que quando o Palmeiras fazer uma verificação das empresas, elas não têm capacidade econômica para arcar com o valor em contrato. Não vou assinar um contrato para ficar bonito e mostrar para a imprensa. Nossa rivalidade, nossa briga do bem, é em campo. As coisas estão sendo distorcidas, não vou entrar nesta pilha. O Palmeiras vai seguir protagonista e vitorioso em campo. É minha responsabilidade, senão daqui a pouco estes clubes não ganham nada em campo e falam que tem patrocinador maior. Nosso foco é dentro de campo, não vou ser irresponsável de mostrar patrocinador que sei que não tem capacidade para arcar com os valores”, completou.

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O atual contato da Crefisa com o Palmeiras vai até 31 de dezembro. Leila afirma que o acordo será honrado e uma concorrência será aberta ao longo do ano para empresas “idôneas” apresentarem propostas de valor fixado, e não variável.

“O valor que a Crefisa paga hoje foi fechado pelo presidente Maurício Galiotte. Na época, era o maior valor encontrado pelo Palmeiras no mercado. Não posso aumentar pelo que sai na imprensa. E se não fosse a presidente do Palmeiras a presidente da patrocinadora, e não há conflito de interesses. Não existe no código de ética da CBF. Só colocamos dinheiro no Palmeiras e há um contrato para ser cumprido”, disse.

Ingressos e Allianz Parque

Durante a coletiva, Leila também defendeu os valores cobrados pelos ingressos no Allianz Parque. “Não acho exorbitante”, disse a mandatária. Quando questionada sobre a batalha que travou para a instalação do sistema de reconhecimento facial para coibir o cambismo, a presidente ressaltou que “gosta da briga”, que luta pelos interesses do Palmeiras e exaltou o sucesso da ação.

Sobre o litígio com a WTorre/Real Arenas sobre pagamentos que não foram efetuados ao Palmeiras pela construtora, Leila não pôde se aprofundar dadas as cláusulas de confidencialidade do contrato e da arbitragem que busca um consenso entre as partes. Nas contas do clube, a WTorre deve mais de R$ 150 milhões. A presidente afirmou estar preocupada com a situação e demonstrou temor com a manutenção do estádio.

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“O que posso dizer a vocês é que uma receita que seria muito relevante ao Palmeiras e não recebemos um centavo. Daqui a 20 ou 25 anos, vão entregar o coliseu para a gente e não recebemos absolutamente nada. Uma empresa fechada com São Paulo, Maracanã, Santos e não paga um centavo. E, pela cláusula de confidencialidade, não podemos abrir o que acontece. E pelo andar da carruagem, vão entregar o Coliseu, não precisa nem ir para Roma”, disse Leila.

O Allianz Parque foi inaugurado no fim de 2014 e, por contrato, deve permanecer sob a gestão e exploração da WTorre até 2044, quando o Palmeiras voltará a ter o controle total sobre a arena.

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