Além de Messi, Neymar e Mbappé: relembre outros ataques estrelados do futebol que não deram certo

Clubes do Brasil, europeus e até seleções já tiveram formações ofensivas de causar medo nos adversários, mas que, na prática, não trouxeram resultados marcantes

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Por Redação

Com a saída de Neymar do Paris Saint-Germain para o Al-Hilal, da Arábia Saudita, o clube francês perderá de vez o que deveria ter sido um dos melhores trios de ataque do futebol mundial da atualidade, formado pelo brasileiro, Lionel Messi e Kylian Mbappé. O argentino já deixou o time para se juntar ao Inter Miami. E nem mesmo o jogador francês, com todo o moral que tem em seu país, já avisou que ficará no PSG somente por mais uma temporada, apesar de ter esticado seu contrato.

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O fracasso do “MNM”, como ficou conhecida a formação dos craques, não foi o primeiro na história do futebol, e mesmo o Brasil já teve grupos estrelados que não deram certo.

Quem não se lembra, por exemplo, do quadrado mágico da seleção brasileira, com seu conjunto original formado por Adriano, Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo? O time, recheado de jogadores de nível mundial, não conseguiu conquistar a Copa do Mundo de 2006 - que, para muitos, é o único torneio de nações que “vale”. No Campeonato Brasileiro, a memória e a história rementem ao famoso “ataque dos sonhos” do Flamengo, de 1995, com Sávio, Romário e Edmundo. Mas o trio não durou nem uma temporada. Na Europa, torcedores do Barcelona ainda se questionam por que uma equipe com Thierry Henry, Zlatan Ibrahimovic e Messi não deu certo.

O trio "MNM", como ficou conhecida a parceria de Messi, Neymar e Mbappé, não teve sucesso no PSG e foi desfeito. Foto: Carl Recine/Reuters

O Estadão relembra alguns dos conjuntos de ataques badalados que, assim como o trio “MNM”, não tiveram os resultados esperados dentro de campo.

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Quadrado mágico da seleção brasileira e o fracasso na Copa do Mundo de 2006

Seleção brasileira de 2006 colecionava astros, mas não venceu a Copa do Mundo. Foto: Vanderlei Almeida/AFP/Getty

A seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 2006 é um dos times mais estrelados de todos os tempos. Era muito favorito. Quatro anos depois de conquistar a edição de 2002, na Coreia do Sul e Japão, o hexacampeonato parecia encaminhado após os títulos da Copa América, Copa das Confederações e liderança das Eliminatórias, ainda mais que no ataque estava o chamado “Quadrado Mágico”: Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano.

A equipe comandada por Carlos Alberto Parreira fazia uma junção de futebol bem trabalhado com jogadas plásticas, visto que sobrava habilidade para seus integrantes. Ronaldinho Gaúcho foi por duas vezes consecutivas o melhor jogador do mundo. Kaká receberia o mesmo prêmio em 2007. Adriano começava a ser o “Imperador” na Inter de Milão. E Ronaldo, já três vezes o melhor do planeta, era um dos principais nomes do Real Madrid. Robinho, antes de ter problemas com a Justiça, ainda apareceu como quinto elemento na Copa das Confederações.

O desempenho, no entanto, não se repetiu naquele Mundial na Alemanha. Apesar de o Brasil ter passado da fase de grupos com 100% de aproveitamento, recebeu críticas por atuações abaixo do esperado, especialmente contra Austrália e Croácia, e só mostrou lampejos de eficiência ao bater Gana por 3 a 0 nas oitavas. O futebol mais fraco do que o esperado, o comportamento da equipe fora de campo, com clima de “já ganhou”, e a falta de seriedade culminaram na derrota por 1 a 0 para a França de Zidane nas quartas de final. Assim, o ‘Quadrado Mágico” voltava para casa.

Ibrahimovic, com Messi, vê seu “substituído” ganhar a Liga dos Campeões de 2008-2009

Em 2009, o Barcelona pagou R$ 323 milhões para contratar Ibrahimovicjunto à Inter de Milão Foto: EFE

O Barcelona, no início da era Pep Guardiola, faturou o título da Liga dos Campeões de 2008-2009 com o poderoso trio de ataque formado por Messi, Samuel Eto’o e Henry, mas fez mudanças para a temporada seguinte. O camaronês, intocável há anos no clube, foi negociado com a Inter de Milão, mas o time espanhol não saiu de mãos vazias, pois tirou Ibrahimovic dos italianos. Tudo parecia encaminhar para mais um “tridente” de sucesso.

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Na época, o sueco talvez ainda não fosse considerado o maior da história de seu país, mas já colecionava gols nas passagens por Malmö, Ajax, Juventus e pela Inter nas temporadas anteriores. No Barcelona, ele seria “abastecido” por Messi, Xavi, Iniesta e companhia e formaria um trio com o argentino Pedro Rodríguez, revezando com Henry em sua posição, mas o rendimento não foi o esperado.

Ibra não foi titular absoluto durante sua passagem pelo Barcelona, amargando o banco em muitos jogos importantes na temporada. E mesmo que tenha feito 22 gols em 46 partidas, não chegou nem perto do seu desempenho tanto em suas equipes anteriores quanto nas que defendeu após o breve tempo com a camisa catalã.

Pior ainda: viu Eto’o, a quem substituiu no Barcelona, vencer a Liga dos Campeões de 2009-2010 com a Inter de Milão. Quando o sueco saiu do time, Guardiola até fez um “mea culpa”, dizendo que não soube encontrar a melhor forma para usá-lo. O trio fracassou.

Sávio, Romário e Edmundo, o “ataque dos sonhos” no centenário do Flamengo

Romário (esquerda), Sávio (centro) e Edmundo (direita) formaram o "ataque dos sonhos" no Flamengo, que não deu certo. Foto: Divulgação/Saviobortolini.com

Em 1995, o Flamengo comemorava seu primeiro centenário e, de presente, “ganhou” dois dos jogadores mais badalados da época: Romário, que havia recém-conquistado o prêmio de melhor jogador do mundo, e Edmundo, ainda nas fases iniciais de sua carreira, mas já com história de respeito em Palmeiras e Vasco, além de convocações para a seleção. Eles se juntaram a Sávio, revelação da Gávea, e formaram o que foi chamado de “ataque dos sonhos”.

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Edmundo chegou ao clube carioca depois de Romário e já com uma pressão por parte da torcida, pois o Flamengo tinha perdido recentemente a final do Campeonato Carioca para o Fluminense. Sua contratação foi uma espécie de “alento” do dirigente da época Kléber Leite para superar o revés, uma praxe comum no futebol até hoje. Na apresentação, a dupla chegou a cantar o “Rap dos Bad Boys”, música gravada por eles mesmos exaltando suas carreiras e satirizando a vida extracampo “vigiada” pela imprensa e pelos torcedores.

Em campo, o “ataque dos sonhos” não deu em nada. O trio marcou poucos gols e teve atuações ruins de modo geral. Os torcedores fizeram musicas para gozar os jogadores: “Pior ataque do mundo, Sávio, Romário e Edmundo”. O Flamengo brigou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro daquele ano, terminando somente na 21ª colocação, e ainda amargou o vice-campeonato da Supercopa Libertadores diante do Independiente. Na temporada seguinte, o elenco foi desfeito.

Messi e Dybala, uma dupla “difícil de jogar” em 2018, e o ostracismo na Copa do Mundo

Dybala (à direita) teve a chance de formar ataque com Lionel Messi na seleção argentina em seu auge. Foto: Jack Guez/Getty Images

Que Messi é intocável na seleção argentina há muitos anos, não há dúvida, sendo o principal desafio para os treinadores da equipe encontrarem os melhores para jogar ao seu lado. O atacante Paulo Dybala foi um dos candidatos, mas não somente não conseguiu corresponder como virou meme ao declarar que “era difícil jogar” com o ídolo.

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Na época, a Argentina era treinada por Jorge Sampaoli e oscilava entre bons e maus momentos antes da conturbada Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Dybala foi escalado como titular nos primeiros jogos do treinador no comando do time, ainda em 2017, época que vivia uma fase boa na carreira, mas não teve resultados convincentes. Tempos depois, disse a famosa frase, que foi explicada por ele posteriormente: era difícil porque eles ocupavam o mesmo espaço no campo.

De fato, independentemente do sentido da declaração, Dybala e Messi não conseguiram se entender nas partidas que disputaram juntos e isso foi determinante para sua continuidade na Albiceleste, já que, mesmo brilhando na Juventus na época, perdeu espaço e nem foi titular naquele Mundial, tampouco do time vencedor da edição de 2022, no Catar.

De Bruyne, Hazard e Lukaku, astros da ‘ótima geração belga’ sem títulos

Lukaku e De Bruyne, junto a Hazard, formavam um ataque poderoso na Bélgica, mas não conquistaram títulos. Foto: Reprodução/Getty Images

É verdade que Kevin De Bruyne é hoje um dos melhores jogadores do mundo e foi peça fundamental no recente título da Liga dos Campeões do Manchester City, e que dois de seus compatriotas, Eden Hazard e Romelu Lukaku, também tiveram carreiras respeitáveis por clubes da Europa. No entanto, pela Bélgica, a falta de títulos perseguiu o trio.

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Eles eram alguns dos principais nomes da que ficou conhecida como “ótima geração belga”, nome que foi usado tanto para elogiá-la quando nas sátiras, junto a Thibaut Courtois, Vincent Kompany, Jan Vertonghen, Axel Witsel, entre outros. Todos esperavam que trouxessem um título para o país, com a melhor chance sendo na Copa do Mundo de 2018. Os três comandavam o ataque que foi decisivo para vencer o Brasil, de Neymar, mas caíram nas semis - e o fantasma da eliminação os assombrou em mais duas Eurocopas.

De Bruyne foi alvo de polêmicas no “último ato” da geração, no Mundial de 2022. Questionado se o time poderia vencer a edição do Catar, respondeu que não acreditava nisso por eles estarem “muito velhos”. Isso gerou um atrito entre ele e Jan Vertonghen, que culminou em queda na fase de grupos.

Pelos clubes, eles viveram situações diferentes: Hazard acumulou problemas com lesões no Real Madrid; Lukaku teve certo brilho na Inter de Milão; e De Bruyne superou eliminações com o City até ganhar a Liga dos Campeões como um dos protagonistas, em cima da Inter de Lukaku. As glórias para a seleção belga ficaram no sonho.