Em Corinthians, Palmeiras e São Paulo, apenas o clube alvinegro tem o camisa 10, Garro, mais próximo da ideia do “armador clássico”. O argentino, porém, começou a trajetória de base na Fundação Leo Messi, passou por Atlético Rafaela e Instituto de Córdoba, pelo qual se profissionalizou. Quem veste o número nos outros dois times são os atacantes Rony e Luciano. O Brasil não forma mais jogadores “camisas 10″.
Ao menos é o que defende Alex de Souza, jogador que se consagrou como “10 clássico”. O meia surgiu no futebol em 1995, no Coritiba. Dois anos depois, foi para o Palmeiras, clube pelo qual foi campeão da Libertadores, da Copa do Brasil, da Copa Mercosul e do Torneio Rio-São Paulo. Para ele, a necessidade de clubes formarem atletas com objetivo de vendê-los no futuro prejudica a formação de novos jogadores da função.
“Antigamente, na base, você fazia jogador para o seu time principal sem a preocupação de fazer negócio, o futebol não era negócio. Não tinha aquilo de ter um menino de 13 anos que iria ser preparado para vendê-lo. Isso não existia”, disse em entrevista ao ge.
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Alex argumenta, ainda, que a formação mira em como os times europeus jogam. “Como lá fora se joga com dois pontas e uma trinca no meio de campo, nós começamos a fazer muitos jogadores de corredor. Então, quando a gente levou para o lado do negócio, pegamos as crianças de 10 anos e trouxemos um pouco mais para trás ou um mais pouco para o lado. Devido a isso, esse número de jogadores (meias centrais) diminuiu”, analisa o ex-jogador que já atuou no sub-20 do São Paulo e comandou o Avaí.
Alex também jogou no Parma e Flamengo. Ele repetiu a idolatria que teve no Palmeiras no Cruzeiro, pelo qual conquistou a tríplice coroa em 2003 (Brasileirão, Copa do Brasil e Mineiro) e no Fenerbahçe, da Turquia. O meia se aposentou em 2014, atuando no Coritiba.
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