Cartola do Santos diz ter encontrado ‘muita coisa errada’ após rebaixamento no Brasileirão

Alexandre Gallo considera que queda é resultado de ‘oito anos de sofrimento’ e se enfurece ao tratar de questões internas e vazamento no clube

PUBLICIDADE

Foto do author Murillo César Alves
Foto do author Ricardo Magatti
Atualização:

O rebaixamento do Santos traz impactos imediatos para o clube. Além da confusão entre torcedores nas arquibancadas e ao lado de fora da Vila Belmiro, o treinador Marcelo Fernandes não se dirigiu à entrevista coletiva ao término do jogo, substituído por Alexandre Gallo, coordenador técnico do clube. Sem ter sua permanência garantida para 2024, que depende do candidato que será eleito neste sábado, o dirigente disse estar “puto” com a queda para a segunda divisão e revelou ter descoberto “muita coisa errada” internamente.

PUBLICIDADE

“Fiquei muito puto, com todo mundo. A responsabilidade é de todos, dos atletas, dos funcionários. Descobri muita coisa errada no Santos, em todos os segmentos”, afirmou Gallo. Ele foi questionado sobre o que lhe incomodou, mas não quis contar em detalhes. Um dos pontos que estremeceu o vestiário foi o atraso de Jean Lucas e Marcos Leonardo para a viagem a Curitiba, em duelo com o Athletico-PR na 37ª rodada.

“É uma coisa que não quero externar porque é interna”, limitou-se a dizer o dirigente. Ele afirmou ter entregado um relatório à diretoria e ressaltou que ela não interveio internamente nos departamentos com erros porque era preciso focar nas partidas finais. Segundo Gallo, são urgentes “mudanças importantes” no Santos. “Ninguém pode sacanear o Santos”, frisou. Para 2024, o time terá uma queda no orçamento, com as disputas apenas do Paulistão e da Série B do Brasileirão.

Alexandre Gallo disse ter encontrado 'muita coisa errada' no Santos Foto: Murillo César Alves/Estadão

O cartola admitiu que a direção fez sucessivas escolhas erradas, mas disse que a gestão do presidente Andrés Rueda tomou iniciativas que deveriam ter ajudado o elenco. “Pagamos premiação que nenhum clube pagava. Fizemos voo fretado, fizemos ações para levantar o psicológico”, citou, antes de dizer que, no vestiário, todos atletas estavam “estarrecidos” por causa do rebaixamento. “Tive vontade de entrar no vestiário chutando tudo”, desabafou.

“É uma somatória. O Santos vem a um tempo longo, de oito anos sofrendo. Aconteceram coisas que sangraram o Santos, atrapalharam o começo dessa gestão. Nada é justificável para transferir a responsabilidade. Isso é uma postura de covarde. O que houve é que não tivermos um elenco para obter esta vitória a mais. Se der outra reposta, estarei fugindo da responsabilidade”, pontuou o dirigente. O clube terminou o Brasileirão com 43 pontos, um a menos que Bahia, primeiro time fora.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.