Alexandre Pato rescindiu contrato com o São Paulo na semana passada, mas seu nome continua sendo assunto no clube paulista e em outros times do Brasil. Os motivos que fizeram o atacante deixar a equipe tricolor ainda são um mistério e a negociação que parecia praticamente certa com o Inter, de Porto Aegre, esfriou e pode até não acontecer mais.
O São Paulo alega que o jogador pediu para ser dispensado. Tinha contrato, mas pediu a rescisão. Como Diniz não contava muito mais com o jogador, aceitou. O clube também queria reduzir a folha de pagamento, uma vez que Pato ganhava R$ 700 mil por mês. Ao mesmo tempo, o São Paulo comemorou porque Pato abriu mão de receber tudo que o clube lhe devia, além de salários e luvas até o fim do contrato, que daria algo em torno de R$ 35 milhões.
"Achei que era melhor colocar um outro jogador no time e acho que o Pato ficou insatisfeito. Foi iniciativa dele pedir a rescisão contratual", afirmou o treinador após empate por 1 a 1 com o Bahia, na última quinta-feira, no Morumbi. Diniz não tinha muitos planos para o atleta.
Diretor-executivo de futebol do São Paulo, Raí seguiu a mesma linha. "O jogador manifestou a insatisfação e o desejo de sair mais de uma vez. Sentamos com ele, a diretoria, depois consultamos a comissão técnica e outros níveis do clube, e aí tomamos uma decisão em conjunto com o jogador. Página virada, desejamos sorte ao Alexandre Pato", afirmou Raí. O São Paulo aceitou rapidinho a rescisão, mas a história de abrir mão de R$ 35 milhões é bastante incomum, mas ninguém no clube sabe explicar isso direito. Nem pessoas próximas ao jogador.
O atacante foi contratado em março de 2019 e pagou do próprio bolso 2,5 milhões de euros (R$ 11 milhões na época) para rescindir com o Tianjin Tianhai, da China. O São Paulo pagou 300 mil euros (R$ 1,3 milhão) no ano passado para ele e acertaria mais 2,2 milhões de euros (R$ 9,7 milhões) parcelados em três vezes. O jogador chegou com salário de R$ 200 mil e neste ano passou a receber R$ 700 mil.
O clube insiste com a versão de que Pato se sentiu desvalorizado por Fernando Diniz e percebeu que não seria aproveitado pelo treinador na temporada - nos últimos jogos, o treinador preferiu apostar nos jovens da base e em outros atletas ao invés dele. Para sua imagem, isso poderia ser ruim.
Mas há uma outra versão de que quem criou toda a situação foi a diretoria são-paulina. O repórter Márcio Spimpolo, da Rádio Jovem Pan, informou que chegou a conversar com Pato após ele rescindir contrato e o jogador teria negado que tenha pedido para deixar o clube. Na ocasião, ele entrou em detalhes. Não está totalmente descartado que essa rescisão pare na Justiça.
Antes mesmo de acertar a saída do São Paulo, o nome de Pato já era especulado no Internacional e cresceu ainda mais após Paolo Guerrero sofrer grave lesão e não ter mais condições de jogo até o fim do Brasileirão. O clube preciaria de um camisa 9. No domingo, o diretor de futebol do Inter, Rodrigo Caetano, disse, após a vitória sobre o Atlético-MG, por 1 a 0, que o jogador pediu um tempo para decidir seu futuro. O dirigente não escondeu o incômodo e afirmou que o Inter não pode ficar esperando pelo jogador.
"Nós não temos nenhuma negociação a ser concretizada. Depois que ele rescindiu com o São Paulo, fizemos um contato para sondar o real desejo dele. Ele ainda está se desvinculando até emocionalmente com o São Paulo, e o que nos transmitiu é que por agora não vai tomar nenhuma decisão sobre o futuro da carreira", declarou.
"Para estar aqui, vai estar no modelo que cabe ao Internacional. Muito mais um projeto esportivo do que qualquer outra coisa. Por responsabilidade e respeito ao torcedor, deixo claro que aquele que virá, vai ser de acordo com as nossas condições. Hoje não tem negociação avançada nem em andamento. O que tem é uma busca por alternativas que a gente precisa repor", completou o dirigente. Em razão disso, o Inter já analisa outros nomes e Alexandre Pato ainda não tem um futuro definido. Ele não se posicionou até o momento.
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