O Corinthians pode ficar sem sua defesa titular no clássico com o Palmeiras, segunda-feira, pelo Brasileirão, na Neo Química Arena. Cacá está machucado e André Ramalho recebeu dois jogos de punição por acertar o rosto de Luciano no clássico com o São Paulo. Julgado pela 6ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta quinta-feira, o defensor foi comparado a um boxeador antes de ser penalizado. O clube entrou com pedido de efeito suspensivo e tem esperança de liberação.
André Ramalho corria o risco de punição ainda mais grave ao acertar o cotovelo no rosto de Luciano propositalmente no clássico disputado no Mané Garrincha, em Brasília, dia 29 de setembro, pela 28ª rodada do Brasileirão. Na ocasião, o time já tinha um a menos com a expulsão de Fagner no pênalti em Calleri. Provocado pelo atacante, o zagueiro ‘esquece’ a disputa da bola no lance brusco de sua expulsão, na derrota por 3 a 1.
No julgamento desta quinta-feira, com o jogador acompanhando online da Argentina, o advogado do clube tentou argumentar que o zagueiro estava de olho fechado e não teve a intenção de agredir o são-paulino. Mas, o relator Jorge Galvão, vice-presidente da sessão, não aceitou os argumentos e o comparou a um boxeador.
“Eu fiquei pensando, várias vezes a gente vê pugilista naquela imagem fechada com o olho fechado também e enfiando a mão. Então, assim, o fato de estar com o olho fechado par mim não significa muita coisa, se há intenção”, disse Galvão, para desespero do defensor.
O corintiano havia sido denunciado pelo art. 254-a, e o Corinthians tentava desclassificar a denúncia para o art. 250, que fala da prática de “ato desleal ou hostil durante a partida”, em busca de apenas um jogo de pena. Mas não houve acordo, desta forma, a suspensão por dois jogos.
O relator Jorge Galvão e o auditor José Dutra votaram pela aplicação do art. 254, enquanto os auditores Rodrigo Bayer, Eduardo Ramos e Carlos Eduardo, pela desclassificação para o art. 250. A decisão dividida acabou gerando “somente” duas partidas, o que pode dar nova dor de cabeça a Ramón Díaz.
Caso o STJD não dê o efeito suspensivo a tempo, o treinador argentino terá somente Gustavo Henrique e Félix Torres à disposição para a posição, já que Caetano está “encostado”. Uma opção seria improvisar Ranielle na zaga ou deixá-lo como substituto para a defesa caso haja necessidade.
O São Paulo também foi julgado pelo mesmo clássico e levou uma multa de R$ 4 mil por ter atrasado seu retorno ao campo do Mané Garrincha em cinco minutos após o intervalo.
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Abel Ferreira é liberado
Abel Ferreira está livre para dirigir o Palmeiras na beirada do campo nesta reta final de Campeonato Brasileiro. O Tribunal Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) homologou nesta quinta-feira a transação disciplinar da suspensão de dois jogos imposta ao treinador por multa de R$ 100 mil, o liberando para o clássico com o Corinthians, na segunda-feira.
O comandante português havia sido acusado pela prática da infração tipificada no artigo 258, inciso 2º, II, na forma do artigo 171, inciso 1º, ambos do CBJD. De acordo com a súmula da partida diante do Flamengo (dia 7 de agosto válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil), devidamente confirmada por prova de vídeo, o treinador praticou um gesto obsceno ao tocar em suas partes íntimas.
O jogo já estava aos 38 minutos do segundo tempo no Allianz Parque e o clube carioca se garantia nas quartas de final. Após revisão pelo VAR, na qual o ato é flagrado, o árbitro acabou expulsando Abel Ferreira. O STJD julgou o treinador e o puniu por duas partidas, mas o clube recorreu e obteve efeito suspensivo.
“Meu voto é pela homologação da transação disciplinar celebrada entre a procuradoria geral da justiça desportiva, Sociedade Esportiva Palmeiras e o treinador Abel Ferreira, convertendo a pena de suspensão em duas partidas em multa pecuniária de 100 mil reais a ser paga nos termos e condições estabelecidas na proposta de transação”, disse o auditor Marco Aurélio Choy no julgamento do recurso nesta quinta-feira.
O advogado do Palmeiras no STJD, no Rio, e o representante da Procuradoria Geral não fizeram o uso da palavra após a fala de Marco Aurélio Choy que já seguia os planos do clube em seu acordo com o Tribunal, e o presidente Dr. Luís Otávio Veríssimo proferiu a homologação que liberou o treinador de exercer suas funções sem problemas.
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