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Apostadores investigados pelo MP zombaram de manipulação de jogos na Copa São Paulo: ‘Iniciantes’

Caso foi deflagrado em janeiro deste ano, em jogo entre Zumbi e Ferroviária; Justiça aceitou a denúncia na Operação Penalidade Máxima nesta terça-feira

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Foto do author Murillo César Alves
Atualização:

Investigados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) na Operação Penalidade Máxima, apostadores zombaram de denúncia de manipulação de jogos na Copa São Paulo de Futebol Júnior, em janeiro deste ano. Em processo do órgão enviado à Justiça, do qual o Estadão teve acesso, investigados utilizaram o termo “iniciantes” ao se referir a outras pessoas que também estavam na mira do MP.

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No dia 12 de janeiro, Bruno Lopez de Moura, conhecido como BL e um dos aliciadores no esquema de manipulação de jogos, enviou uma foto no grupo “Operação” com uma reportagem do programa “Os Donos da Bola”, da Band, que revelou a investigação policial na Copinha. A partida entre Zumbi e Ferroviária, ainda na primeira fase, era suspeita de ter tido seu resultado manipulado.

Em resposta, Thiago Chambó, conhecido como TCY e financiador na Operação, riu da investigação da Polícia Civil. “Nada ‘vê' com nós”, zombou o apostador. Na sequência, BL afirmou que a manipulação na Copinha teria sido feita por “iniciantes”.

Apostadores zombaram de esquema de aposta na Copinha deste ano. Foto: Reprodução

Segundo denúncia feita por um jogador do Zumbi, do Alagoas, um apostador, identificado como Diego Rodrigues, ofertou R$ 3 mil para que o time concedesse seis escanteios no primeiro tempo e cinco no segundo, a favor da Ferroviária. O clube alagoano venceu a partida por 1 a 0 na ocasião.

Em fevereiro, um mês após os apostadores zombarem da manipulação na Copa São Paulo, o Ministério Público de Goiás deflagrou a primeira fase da Operação Penalidade Máxima, para investigar os casos de irregularidade nas séries A e B do Brasileiro, além dos Estaduais de 2023. Três mandados de prisão, 16 de preventiva e 20 de busca e apreensão foram cumpridos em 16 municípios de 20 Estados brasileiros diferentes, incluindo São Paulo e Rio.

A primeira fase das investigações miravam partidas da Série B. Jogadores cooptados por grupos criminosos recebiam até R$ 100 mil para provocar cartões amarelos e vermelhos ou realizar outras ações dentro de campo. Nesta terça-feira, a Justiça acatou a denúncia do MP e tornou réu 16 suspeitos. Destes, oito jogadores foram denunciados, incluindo Eduardo Bauermann, zagueiro do Santos, que foi afastado do clube.

O processo, que conta com 113 páginas, também cita outros jogadores, que não foram denunciados, mas que teriam sido aliciados no esquema. Vitor Mendes, Pedrinho, Sávio, Nathan, Nino Paraíba e Dadá Belmonte são citados, nominalmente, no documento.

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