SÃO PAULO - O árbitro Rodrigo Braghetto, sorteado quarta-feira para apitar a final do Paulistão entre Santos e Corinthians neste domingo, na Vila, foi afastado nesta sexta pela Federação Paulista de Futebol (FPF), colocando mais uma vez o trabalho da arbitragem do futebol paulista em xeque, a exemplo do que ocorreu em 2011 com o juiz Paulo César de Oliveira, informado pelo Estado de que teria o nome 'sorteado' para apitar o jogo Palmeiras e Corinthians, como aconteceu. Após publicação da notícia de que Braghetto era contratado pelo Corinthians e mantinha relações estreitas com dirigentes do clube, a credibilidade do árbitro foi posta à prova e a FPF decidiu fazer um novo sorteio para evitar possíveis questionamentos.Braghetto defendeu-se das insinuações de que poderia 'favorecer' o Corinthians. Descontente com a decisão da FPF, anunciou o fim de sua carreira como árbitro profissional enquanto concedia entrevista ao programa Arena SporTV, também nesta sexta-feira. Braghetto disse que os árbitros no Brasil são "abnegados" e que têm condições "sub-humanas". "Temos de fazer quatro testes físicos por ano, testes teóricos, ficamos concentrados na CBF durante quatro dias sem receber nada para isso. Temos de parar nossas vidas e nossos empregos para fazer isso de graça".Sobre a polêmica de sua relação com o Corinthians, Braghetto explicou ser proprietário de uma empresa que presta assessoria na área esportiva, com um time de árbitros amadores que apitam partidas amistosas para clubes contratantes. Ele admitiu ter Corinthians e São Paulo como clientes e garantiu que seu caráter e honestidade não foram colocados à prova. "Poderia e posso fazer uma grande partida neste domingo. Mas em momento algum pedi para ser afastado do jogo. Foi uma decisão da FPF."
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