O atacante Jean-Paul Boetius, do Hertha Berlin, foi diagnosticado com um tumor no testículo e será submetido a uma cirurgia na sexta-feira, conforme informado pelo clube da capital alemã em comunicado emitido nesta quinta. Boetius, de 28 anos, é o quarto jogador que atua no Campeonato Alemão a receber tal diagnóstico neste ano.
“Por mais amarga que esta notícia seja em primeira instância, estamos cheios de esperança de que Jean-Paul conseguirá se recuperar e retornará para nós o mais rápido possível”, afirmou Fredi Bobic, diretor esportivo do Hertha. “Ele receberá todo o nosso apoio até o seu retorno. A família Hertha está ao seu lado e deseja a ele o melhor”, completou.
O clube também pediu que a privacidade do jogador seja respeitada neste momento, mas prometeu trazer notícias sobre a recuperação depois da cirurgia. Este não é o primeiro caso de tumor no testículo registrado no elenco do Hertha. O também atacante Marco Richter, de 24 anos, foi diagnosticado com o problema em julho, mas recuperou-se rapidamente após tratamento, voltou a jogar no dia 27 de agosto e já tem dois gols marcados em quatro jogos.
O Campeonato Alemão teve, ainda, outros dois casos. O que ganhou maior repercussão foi o do centroavante Sébastien Haller, que descobriu o tumor duas semanas depois de ser contratado pelo Borussia Dortmund junto ao Ajax, no início de julho. Diferentemente de Richter, ele ainda não voltou aos gramados, e faz tratamento de quimioterapia.
O zagueiro Timo Baumgartl, do Union Berlin, também está na lista. Diagnosticado em abril, passou por um tratamento de cinco meses até voltar a jogar no último domingo, quando o Union venceu o Wolfsburg por 2 a 0 pela liga nacional.
Tumor no testículo: sintomas, causas e tratamentos
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tumor de testículo corresponde a 5% do total dos casos de câncer entre os homens. Pode ser facilmente curado quando detectado precocemente e apresenta baixo índice de mortalidade. A detecção pode ser feita por meio de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença.
O sintoma mais comum é o surgimento de um nódulo duro e, geralmente, indolor. Outras alterações, como aumento ou diminuição no tamanho dos testículos, endurecimentos, dor imprecisa na parte baixa do abdômen, sangue na urina e aumento ou sensibilidade dos mamilos, devem ser considerados para a procura de um urologista. Histórico familiar, infertilidade, criptorquidia (não descida de um ou dos dois testículos para a bolsa escrotal) e exposição a agrotóxicos podem aumentar o risco.
O tratamento inicial é sempre cirúrgico. Em caso positivo de câncer, o testículo é retirado por completo, sendo acompanhado posteriormente de quimioterapia, radioterapia ou apenas controle clínico. Vale ressaltar que a função sexual não é afetada.
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