Athletico-PR x Palmeiras só na Twitch do Casimiro e Furacão TV: entenda os motivos

‘Momentos como esse ‘nos ajudam como sociedade a entender os efeitos práticos dos avanços tecnológicos’, diz especialista em streaming

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Por Redação
Atualização:

O Palmeiras entra em campo contra o Athletico-PR, na Arena da Baixada, em Curitiba, às 21h45, e está próximo de conquistar o título do Campeonato Brasileiro. A novidade para os torcedores palmeirenses é o fato de a transmissão do duelo desta noite só ser realizada na Twitch do streamer Casimiro Miguel e pela Furacão TV, veículo oficial do time paranaense.

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Através da Lei do Mandante, o streamer assinou um acordo para transmitir os 19 jogos do Athletico-PR, em casa, na competição. O próximo na lista, após a partida contra o Palmeiras, será o duelo contra o Cuiabá, pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro.

No início da competição, em abril, o influenciador digital fechou acordo para a transmissão ao vivo em seu canal na Twitch, com a cobertura de todos os jogos do Furacão atuando como mandante. Como os direitos de pay per view pertencem por direito ao Grupo Globo, no entanto, a transmissão é fechada e apenas inscritos no canal poderão acompanhar as partidas ao vivo.

Palmeiras e Athletico-PR se enfrentaram nas semifinais da Libertadores, com vitória dos paranaenses.  Foto: Sebastião Moreira/EFE

Até por esse motivo, cogitou-se que um dos serviços da emissora, a Globoplay, pudesse transmitir o duelo ao vivo pela internet, algo que já foi feito em algumas oportunidades quando o Athletico foi mandante.

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A batalha entre Athletico-PR e o Grupo Globo já vem de muitos anos, pelo fato de o clube paranaense não concordar com os valores de distribuição do PPV. Com a mudança da legislação em torno da Lei do Mandante, em 2019, o Athletico passou a vender os direitos de suas partidas como mandantes na TV paga e no pay-per-view. Neste ano, o streamer Casimiro foi o único que se interessou em mostrar as partidas.

Considerado um dos principais especialistas em streaming esportivo, e autor do livro Inovação é o Novo Marketing, que trata do assunto, o executivo em inovação e novas tecnologias do esporte, Bruno Maia, afirma que a “briga” em relação a esse assunto nos dias atuais é de uma tendência cultural de descentralização.

“Ela atinge várias áreas, desde o mercado financeiro até os meios de comunicação e de consumo, versus uma resistência hegemônica. De um lado, os grandes players ainda tentando esticar a corda e manter seu domínio sobre a distribuição e, do outro, uma parte de nós consumidores que, apesar de reclamar, prefere não mexer no hábito de sempre consumir em um lugar só”, afirma Maia, que é CEO da Feel The Match, desenvolvedora de propriedades intelectuais para Web3 e Streaming, e produtor e diretor de séries audiovisuais na Globoplay.

Com a Lei do Mandante, o Athletico-PR passou a vender seus direitos de transmissão para plataformas de streaming. Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

“Momentos como esse são de atrito, são os que causam desconforto, e nos ajudam como sociedade a entender os efeitos práticos dos avanços tecnológicos. É aí que vamos começar a definir o que e como queremos o futuro”, aponta.

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Outra situação bastante observada nas redes sociais diz respeito à dificuldade em que idosos estão tendo para acompanhar jogos pelo streaming, ainda mais quando se tratam de exibições que não sejam nos canais mais tradicionais.

“Os idosos, naturalmente, se incluem nessa faixa da sociedade que reclama, mas prefere manter seus hábitos. O envelhecimento da população também é um fator que pode influenciar na velocidade de implementação e consolidação de novas tecnologias. Afinal, é um grupo cada vez mais numeroso de pessoas que está nessa faixa etária, isso tende a aumentar junto com a nossa expectativa de vida, e isso gera um impacto social inevitável”, complementa Bruno Maia.

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