A Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) está recebendo de autoridades suíças cerca de US$ 37 milhões (cerca de R$ 205 milhões) desviados por seu ex-presidente, o paraguaio Nicolas Leoz, e o secretário-geral argentino Eduardo Deluca.
Leoz dirigiu a entidade entre 1986 e 2013. E era investigado por corrupção desde 2015 por procuradores federais dos Estados Unidos, com ajuda de autoridades suíças. Eles encabeçavam uma lista com quase 20 funcionários da Conmebol acusados de extorsão, fraude eletrônica e lavagem de dinheiro.
O dinheiro estava em contas congeladas na Suíça e havia sido "adquirido ilegalmente" em despesas da Conmebol, segundo o Gabinete do Procurador-Geral da Suíça (OAG).
"Como a parte que sofre danos no respectivo processo penal é sem dúvida conhecida, a Conmebol, os fundos confiscados serão devolvidos diretamente para ela", informou o OAG. Para o órgão, Leoz e Deluca "abusaram de suas posições, enriqueceram-se ilegalmente e possivelmente enriqueceram outras pessoas."
O ex-presidente da Conmebol morreu em agosto de 2019, o que gerou a interrupção dos procedimentos legais contra ele. Considerando-se "vítima" de ex-dirigentes, a Conmebol comemorou a decisão.
"Esta conquista sem precedentes da Conmebol vem em uma extraordinária e importante ocasião, pois ajudará a tratar dos efeitos adversos ocasionados pela pandemia e pela rescisão unilateral de contrato com as emissoras Globo e DAZN no importante mercado brasileiro", festejou a entidade.
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