Uma cena lamentável marcou o início do jogo entre Brasil e Tunísia em amistoso nesta terça-feira, no Parque dos Príncipes, em Paris. Após o segundo gol da seleção brasileira, assinalado por Richarlison, um banana foi atirada no gramado do estádio francês.
“Enquanto ficarem de ‘blá blá blá' e não punirem, vai continuar assim, acontecendo todos os dias e por todos os cantos. Sem tempo, irmão!”, escreveu Richarlison em suas redes sociais.
Desde os primeiros movimentos do amistoso o clima de hostilidade foi notado tanto dentro como fora de campo. Logo após o primeiro tento brasileiro, marcado por Raphinha, e o empate tunisiano, com Montassar Talbi, alguns torcedores começaram a direcionar lasers em direção aos jogadores do Brasil e ao árbitro.
Outra marca do primeiro tempo do jogo entre Brasil e Tunísia foi o número de faltas violentas. Neymar foi um dos principais alvos. Foi notado também que outros objetos foram direcionados ao goleiro brasileiro Alisson.
O estádio Parque dos Príncipes está contando com um elevado número de torcedores da Tunísia, que estão em maioria. Alguns têm acendido sinalizadores, ação proibida dentro dos estádios.
Após marcar o terceiro gol da seleção, Neymar comemorou com o punho cerrado em direção ao céu, que é reconhecido com um gesto antirracista.
Quando Raphinha fez o quarto gol brasileiro em Paris, Tite vibrou como se fosse um gol de final de Copa do Mundo e foi prontamente abraçar Vinícius Júnior e Éder Militão.
RESPOSTA DA CBF
Minutos mais tarde, a Confederação Brasileira de Futebol usou as redes sociais para protestar contra a hostilidade do jogo e principalmente o ato de racismo verificado durante a comemoração do gol de Richarlison.
“Lamentavelmente, após a ação, uma banana foi atirada no gramado em direção a Richarlison, autor do segundo gol brasileiro. A CBF reforça o sua posição de combate ao racismo e repudia qualquer manifestação preconceituosa”, escreveu em nota a entidade.
Antes de a bola rolar para o amistoso entre as seleções brasileira e tunisiana, a CBF promoveu junto a um patrocinador uma mensagem antirracista. Os atletas entraram no gramado com uma faixa com os dizeres: “Sem nossos jogadores negros, não teríamos estrelas na nossa camisa. A seleção brasileira é contra o racismo”.
Já o presidente Ednaldo Rodrigues, que estava presente no Parque dos Príncipes, também mostrou sua indignação com o ato de racismo.
“Mais um vez, venho publicamente manifestar o meu repúdio. Desta vez, vi com os meus olhos. isso nos choca. É preciso lembrar sempre que somos todos iguais, não importa a cor, raça ou religião. O combate ao racismo não é uma causa, é uma mudança fundamental para varrer esse tipo de crime de todo o planeta. Eu insisto em dizer que as punições precisam ser mais severas”, finalizou.
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