PUBLICIDADE

O Barcelona se tornou um clube ‘pequeno’ da Europa nos últimos anos?

Clube espanhol trouxe múltiplos reforços na última janela de transferências, mas não obteve bons resultados em campo

PUBLICIDADE

Por Patxi Vrignon-Etxezaharreta / AFP

O Barcelona se tornou um “pequeno” da Europa? Há uma década, os catalães estavam no topo do continente europeu e do mundo, com seu estilo jogo conhecido como ‘Tiki Taka’, orquestrado por Pep Guardiola e executado por Lionel Messi, Andrés Iniesta e Xavi Hernández (o atual treinador da equipe). Desde então, o clube parece não sair de uma crise profunda e complexa.

PUBLICIDADE

Eliminado da Champions League na fase de grupos pelo segundo ano consecutivo, o Barcelona segue perdendo dinheiro e prestígio, vendo ruir sua condição de gigante do futebol europeu. Apesar dos grandes esforços financeiros para trazer jogadores como Robert Lewandowksi, Raphinha, Jules Koundé e Hector Bellerín, os ‘Blaugrana’ vão se contentar com a disputa da Liga Europa.

Apesar disso, o Barcelona segue como um dos cinco clubes mais ricos do mundo. Segundo um estudo da Football Money League, publicado anualmente pela consultoria Deloitte, o Barça gerou 582 milhões de euros (cerca de R$ 3 bilhões) em receitas na temporada 2020/21, ou seja, mais do que Paris Saint-Germain, Liverpool e Chelsea.

Barcelona foi eliminado pelo segundo ano consecutivo da Champions League ainda na fase de grupos. Foto: Pau Barrena/AFP

Seu estádio, o Camp Nou, é o maior da Europa, com capacidade para 99 mil pessoas, e segue passando por reformas. Além disso, o centro de formação catalão, o ‘La Masía’, se mantém como um dos melhores do mundo e se destaca por revelar talentos como Pedri e Gavi, os dois últimos ganhadores do troféu Kopa de melhor jovem da Europa.

O Barça também é o segundo time de futebol mais seguido nas redes sociais, com 260 milhões de seguidores, atrás apenas do Real Madrid, que tem 280 milhões

O baque

Mas dentro de campo, nem tudo acontece como planejado. Apesar dos pesados investimentos, com o suntuoso contrato de patrocínio assinado com a plataforma Spotify, uma parte de ativos hipotecados, os 143 milhões de euros gastos (R$ 756 milhões) e os sete jogadores contratados no início da temporada, o Barcelona foi eliminado na fase de grupos da Champions pelo segundo ano consecutivo, algo que não acontecia desde a temporada 1998/99.

Barcelona vê seu maior rival, Real Madrid, com ótimos resultados dentro de campo nos últimos anos. Foto: Manu Fernandez/AP

Um terrível baque para o clube, ainda mais se for levada em conta a atual situação do maior rival, o Real Madrid, atual campeão e líder do Campeonato Espanhol.

Publicidade

A temporada passada já tinha sido um prenúncio para o ‘Barça’, enfraquecido pela saída do craque argentino Lionel Messi para o PSG e por problemas econômicos e institucionais. E os catalães caíram nas quartas de final da Liga Europa para o time que viria a ser campeão da competição, o Eintracht Frankfurt.

Receitas perdidas

Além do aspecto moral, esta eliminação prematura tem um custo. No dia 9 de outubro, na assembleia geral do clube, os dirigentes apresentaram um orçamento para a temporada prevendo 1,25 bilhão de euros em receitas, assumindo que a equipe chegaria pelo menos às quartas de final da Champions.

Ao ser eliminado na fase de grupos, o Barcelona não receberá as esperadas premiações pagas pela Uefa: 9,6 milhões de euros por passar às oitavas e 10,6 milhões de euros por chegar às quartas. No total, o clube vai deixar de arrecadar pelo menos 20,2 milhões de euros, quantia que não será compensada nem com o título da Liga Europa (quer renderia até 14,4 milhões de euros).

Sem falar das receitas perdidas na fase de grupos da Champions pelos maus resultados (3,6 milhões de euros recebidos no lugar dos 10,8 milhões de euros possíveis por cinco vitórias em cinco jogos). A isso se somam as perdas em bilheteria e artigos comerciais, já que as partidas na Liga Europa podem gerar menos interesses que as da Liga dos Campeões.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.