Belmonte pede desculpas a Abel e São Paulo pagará R$ 205 mil em multas; veja vídeo

Em gravação vazada, diretor do São Paulo admite ter dito ‘frase inadequada’ depois do último clássico com o Palmeiras

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Passada mais de uma semana do último Choque-Rei, Carlos Belmonte decidiu pedir desculpas a Abel Ferreira por ter xingando o treinador de “português de merda” após o tenso e controverso clássico no MorumBis, válido pela penúltima rodada da fase de grupos do Paulistão. Nesta terça-feira, 12, o diretor do São Paulo aparece em vídeo pedindo perdão ao técnico, ao Palmeiras e à comunidade portuguesa. Em acordo com o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de São Paulo, o clube pagará R$ 205 mil em multas.

PUBLICIDADE

“No calor, ao final da partida, acabei proferindo uma frase inadequada”, argumentou Belmonte. “Portanto, peço desculpas ao técnico Abel Ferreira, ao Palmeiras, uma instituição importante do futebol brasileiro, e à comunidade portuguesa. Eu busca identificar o técnico ao árbitro, mas, de novo, repito, a frase foi inadequada e peço desculpas”, reforçou.

O cartola afirmou que vai continuar defendendo o São Paulo quando achar necessário, mas não daquela maneira “inadequada”. “Foi inadequada e não repetirei”. A gravação foi vazada e circula na internet. O clube se irritou com o vazamento do vídeo, produzido para atenuar a punição dos jogadores envolvidos na confusão. À noite, o vídeo foi publicado oficialmente.

O árbitro Matheus Delgado Candançan relatou que a equipe de arbitragem foi interceptada por Belmonte, Casares, Calleri, Rafinha e Wellington Rato. Todos eles, assim como o clube, seriam julgados pelo Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) na próxima quinta-feira.

Publicidade

No entanto, o São Paulo fechou um acordo com o TJD para o pagamento de multas. Ao todo, o valor é de R$ 205 mil. Belmonte pagará R$ 50 mil e não poderá frequentar os jogos até o término do Campeonato Paulista. O presidente Julio Casares e o adjunto Fernando Bracalle Ambrogi foram multados em R$ 30 mil cada. Calleri, Wellington Rato e Rafinha poderão jogar a sequência do campeonato e cada um teve multa de R$ 25 mil. O auxiliar técnico do São Paulo, Estéphano Kiremitdjian Neto, pagará de R$ 10 mil.

Depois do clássico, que terminou empatado por 1 a 1, Belmonte foi flagrado reclamando, de maneira exaltada, com o árbitro do clássico, Matheus Delgado Candançan, e xingando Abel Ferreira. “Safado do c...! O Abel apitou para vocês, este português de merda”, esbravejou o cartola, no túnel que dá acesso ao gramado do MorumBis. Ele, Julio Casares e outros são paulinos reclamaram que o palmeirense Richard Ríos deveria ter sido expulso após falta em Pablo Maia e que o time tricolor teve um pênalti não marcado em Luciano, após consulta do árbitro ao VAR.

No dia seguinte ao episódio, o Palmeiras afirmou que o dirigente foi xenofóbico e disse que cogitava ir à Justiça. “Não há justificativa para as palavras baixas e preconceituosas escolhidas pelo dirigente são-paulino com o intuito de depreciar um profissional íntegro e vitorioso, que vive no Brasil há mais de três anos”, escreveu o clube em comunicado. “Repudiamos qualquer tipo de discriminação, quanto mais ofensas que incitem a aversão a estrangeiros.”

Abel demonstrou serenidade ao falar do xingamento que recebeu de Belmonte, mas também indicou que poderia processar o cartola são-paulino. “Em 90 minutos eu sou intenso, quero que minha equipe ganhe, mas fora isso eu peço desculpa. Meu coração é igual coração de mãe, perdoa tudo e cabe sempre mais um. Mas há limites.”, falou o treinador no último sábado, depois de sua equipe derrotar o Botafogo-SP por 1 a 0.

Publicidade

Na semana passada, Leila Pereira avisou que Belmonte passaria a ser considerado persona non grata no Palmeiras e afirmou que a manifestação xenofóbica era fruto de um sentimento de “inveja do trabalho ímpar de Abel no Brasil”. Dias depois, ela e Casares se encontraram na sede da FPF para selar a paz.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.