Nada de reviravoltas no último dia de definições dos classificados às quartas de final da Champions League. Real Madrid e Napoli tinham grandes vantagens e confirmaram o favoritismo com novas vitórias. Com 5 a 2 contra da ida, o Liverpool não conseguiu repetir o ‘milagre de Istambul’, quando reverteu um 3 a 0 do Milan para levar o título, e voltou a ser batido, nesta quarta-feira, no Santiago Bernabéu, por 1 a 0, mais uma vez amargando uma decepção diante dos espanhóis - perderam a final da edição passada, por exemplo. Já os napolitanos voltaram a ganhar do Eintracht Frankfurt, agora por 3 a 0.
Real Madrid e Napoli se juntam a Manchester City, Inter de Milão, Milan, Bayern de Munique, Benfica e Chelsea nas quartas de final. O sorteio dos jogos ocorre nesta sexta-feira e todos os confrontos são possíveis. Os mandantes e os cruzamentos até a grande final serão definidos.
A enorme vantagem de três gols após a vitória por 5 a 2 em Anfield não impediu que o Real Madrid saísse para o ataque no Santiago Bernabéu. Ao invés de atrair os ingleses para seu campo, o time merengue iniciou de maneira ofensiva e levando perigo.
Camavinga, em bomba de fora da área, carimbou o travessão aos 19 minutos. O goleiro Alisson deu leve toque na bola para evitar a abertura do placar. Logo depois foi Modric quem quase faz. A batida forte foi por cima e deixou Jürgen Klopp bastante irritado na beira do campo. O técnico cobrava ação do time, totalmente envolvido.
Vini Jr. dava enorme trabalhão pela esquerda, partindo para cima dos marcadores e servindo os companheiros ou mesmo tentando resolver na habilidade. Aos 25, ele exigiu mais uma defesa difícil de Alisson. Estava impedido, porém.
O Liverpool demorou a chegar na frente. Quando o fez, após 30 minutos, Darwin Núñez primeiro cabeceou sem perigo nas mãos de Courtois e depois bateu cruzado e viu o goleiro desviar para escanteio seu chute cruzado. Aos poucos, os ingleses tentavam equilibrar as ações. O tempo, grande inimigo, contudo, parecia correr rápido demais.
O intervalo chegou e ficou ainda mais viva na memória dos torcedores o “Milagre de Istambul”, na decisão de 2005 diante do Milan. Naquele inesquecível 25 de maio, na Turquia, o time inglês foi para a pausa com revés de três gols. Em volta arrasadora, buscou a igualdade por 3 a 3 e ergueu o troféu nos pênaltis. Tal façanha era a fonte de inspiração para o segundo tempo em Madri.
Klopp optou pela manutenção da escalação e a equipe voltou mais ofensiva. Sem opções, a obrigação era de marcar rápido. Mas o time mostrava-se “confuso” na frente, errando passes em demasia e mostrando nervosismo ao cometer faltas bobas.
O treinador alemão atendeu sua torcida ao lançar Firmino. O brasileiro entrou aos 12 minutos para tentar o impossível. O brasileiro faz seus últimos jogos com o Liverpool após oito anos defendendo suas cores. Sairá ao fim da temporada para destino ainda incerto.
O ímpeto do Real não era o mesmo dos 45 minutos iniciais, mas a equipe mostrava segurança ao saber se defender e fazer o tempo passar. Os ataques, raros, sempre levavam perigo. E em um deles, Vini Jr. furou a finalização na área, mas conseguiu servir Benzema, que abriu o placar restando 12 minutos, selando a classificação merengue.
NAPOLI AVANÇA COM MORAL
Líder na chave que tinha justamente o Liverpool na primeira fase, o Napoli confirmou seu favoritismo ao despachar o Eintracht Frankfurt com nova vitória, desta vez no Estádio Diego Armando Maradona, em Nápoles, por 3 a 0 - tinha feito 2 a 0 na Alemanha. Osimhen anotou duas vezes.
Politano mostrou logo de cara que o Napoli não jogaria em cima da vantagem ao bater com perigo para defesa de Trapp. O goleiro trabalhou muito na primeira etapa. Foram três intervenções em batidas de Kvaratskhelia. Já nos acréscimos, contudo, nada pôde fazer quando Politano cruzou para o livre Osimhen. O artilheiro nigeriano mandou de cabeça, com estilo, para aumentar a vantagem italiana.
A situação ruim para os alemães se complicou de vez com início arrasador do Napoli na segunda etapa. Osimhen ampliou, escorando cruzamento de Di Lorenzo - machucou a mão no lance - e Zielinski, de pênalti, fez 3 a 0 antes dos 20 minutos, definindo a série. O resultado amplo mostrou que os italianos estão fortes, agora com sete vitórias em oito jogos na Champions League.
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