Boneco com camisa de Vinícius Junior surge enforcado em ponte de Madri antes de Real x Atlético

Jogador brasileiro do time merengue é alvo de ameaça racista por torcedores rivais na Espanha; clube condena ataque e LaLiga promete investigação do episódio

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Por Redação
Atualização:

Um boneco com a camisa de Vinícius Junior apareceu enforcado em uma ponte de Madri nas primeiras horas desta quinta-feira, horas antes do clássico entre Real x Atlético, pelas quartas de final da Copa do Rei, às 17h (horário de Brasília). Uma faixa com a frase “Madrid odeia o Real” foi estendida acima. Trata-se de um lema da Frente Atlético, organizada do rival merengue. A ameaça se soma a diversos casos de racismo contra o jogador brasileiro, que vem sendo alvo de insultos por torcedores adversários na Espanha.

A ponte em questão fica próximo à Cidade Desportiva do Real Madrid, centro de treinamento integrado do clube. A imagem rapidamente viralizou nas redes sociais, rendendo diversas críticas ao ato. A Frente Atlética nega que a provocação tenha sido uma ação do grupo. Em nota, a LaLiga, responsável pela organização do Campeonato Espanhol, condenou o ataque e afirmou que vai investigar o caso.

Boneco com a camisa de Vinícius Junior. Objeto apareceu enforcado em ponte de Madri. Foto: Reprodução/Twi

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“Condenamos veementemente os atos de ódio contra Vinícius Junior. Intolerância e violência não cabem no futebol. Como em ocasiões anteriores, a La Liga vai instaurar a apuração dos fatos em busca da condenação dos responsáveis, requerendo as mais severas sanções penais”, publicou.

A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) também saiu em defesa do jogador brasileiro, classificando o ato como “intolerável”. “Esse tipo de manifestação, carregada de ódio, só incentiva a violência e não tem lugar em nosso esporte. O futebol deve ser vivido com paixão, mas sempre respeitando os jogadores, o adversário e os torcedores. É inaceitável este tipo de vandalismo que em nada ajuda ao bom andamento de uma festa tão bonita como pode ser o dérbi de Madri”, disse.

O Real Madrid publicou uma nota agradecendo as mensagens de apoio e as manifestações de carinho recebidas após o “repugnante ato de racismo, xenofobia e ódio” contra Vinícius Junior. “Estas agressões como as que sofre agora o nosso jogador, ou as que qualquer atleta pode sofrer, não podem ter lugar numa sociedade como a nossa. O Real Madrid está confiante de que todas as responsabilidades daqueles que participaram de um ato tão desprezível serão expurgadas.”

Também em defesa do jogador, a CBF divulgou uma nota de repúdio nesta nesta quinta-feira, após a exposição do fato. “A CBF repudia veementemente os atos racistas sofridos mais uma vez por Vini Jr. A intolerância e a discriminação não fazem parte do esporte e devem ser extintas da sociedade. Esperamos que os responsáveis sejam identificados e punidos perante a lei”, afirmou a entidade.

PERSEGUIÇÃO A VINI JR.

Esse é mais um episódio em que Vinicius Junior é perseguido por torcedores rivais. Em setembro, ele sofreu insultos racistas da torcida do Atlético de Madrid antes do clássico entre os rivais. À época, a diretoria do clube prometeu punição exemplar a todos os torcedores que forem identificados pelos insultos racistas. Três sócios foram suspensos e a promessa era que a punição rigorosa atingiria mais “criminosos.”

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Por outro lado, o Ministério Público de Madri arquivou o inquérito que havia aberto para investigar os insultos racistas feitos ao atacante. De acordo com o portal espanhol Marca, o órgão considerou que as manifestações duraram alguns segundos e aconteceram no contexto de “máxima rivalidade” junto com outras expressões “depreciativas” ou “zombeteiras” no clássico entre Real e Atlético de Madrid.

Vinícius Junior é alvo constate de ataques e provocações de torcidas adversárias. Foto: Alvaro Barrientos/AP

O comunicado divulgado pelo Ministério Público de Madri, considerou que as ofensas não podem ser atribuídas a uma pessoa determinada. A decisão parte da análise feita pela polícia sobre as imagens obtidas pelas câmeras de segurança do estádio. O documento alega que não foi possível reconhecer nenhum dos autores dos insultos por se tratar de um número grande de torcedores reunidos.

Também em setembro, Pedro Bravo, presidente da associação de empresários de jogadores da Espanha, disse em uma emissora de TV que o brasileiro tinha que parar de “fazer macaquice” em campo.

No fim de dezembro, Vinicius Junior voltou a ser alvo de ofensas racistas na Espanha e fez uma publicação no Instagram para criticar a La Liga, associação que organiza o Campeonato Espanhol, por não tomar providências diante de episódios do tipo. Ele criticou a liga por falta de iniciativa na busca pelos infratores e foi respondido pelo presidente da entidade, Javier Tebas, que pediu para o atleta “se informar melhor” sobre as ações de combate ao racismo.

O atacante recebeu o apoio de jogadores e técnicos do Campeonato Espanhol, inclusive, de Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid. Após a pressão, a entidade A liga apresentou duas denúncias de racismo, uma delas criminal, enviada aos Juizado de Instrução de Valladolid. A outra, por insultos racistas, foi levada até o Comité de Competições da Federação Espanhola de Futebol e para a Comissão Estatal contra a Violência, Racismo, Xenofobia e Intolerância no Esporte.

Momentos após a eliminação do Brasil na Copa do Mundo do Catar, Vinícius Júnior foi alvo de comentários racistas mais uma vez. Através das redes sociais, o jogador Ivan Alejo, do Cádiz, da Espanha, usou emojis de dança e de macacos para comentar sobre o resultado do duelo entre brasileiros e croatas. Momentos após a publicação, Alejo apagou o tweet.

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