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Análise|Brasil aproveita fragilidade do Peru, goleia e dá paz a Dorival Júnior

Mais leve, seleção brasileira deslancha no segundo tempo e faz 4 a 0 no rival em Brasília, mas ainda não empolga

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Foto do author Ricardo Magatti
Atualização:

A marca da cal foi o caminho para o Brasil golear o Peru nesta terça-feira e engatar a segunda vitória consecutiva nas Eliminatórias, algo que não havia conseguido ainda com Dorival Júnior. Não foi uma exuberante apresentação coletiva, mas a equipe se entendeu bem, mostrou evolução e construiu a goleada por 4 a 0 no Mané Garrincha, em Brasília, a partir de boas tramas e jogadas individuais, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo 2026.

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Raphinha cobrou com competência as duas penalidades e foi o artilheiro da noite em que também foram às redes Andreas Pereira, em lindo voleio, e o iluminado Luiz Henrique. O atacante botafoguense mudou a partida em dois minutos, com uma assistência e um gol. Certamente cravou seu nome nas próximas convocações.

A goleada em Brasília dá alguma tranquilidade ao treinador, embora ele saiba que a seleção ainda não fez uma apresentação convincente, e mantém o Brasil em quarto, agora com 16 pontos. O resultado pode ser fundamental para fazer com que o time jogue com mais confiança na próxima Data Fifa, em novembro, contra Venezuela fora e Uruguai em Salvador, e dê prosseguimento à evolução vista no Mané Garrincha. O desafio no mês que vem será encurtar a distância de seis pontos para a líder Argentina, que massacrou a Bolívia em outra noite genial de Lionel Messi.

Raphinha comemora com Gerson um de seus gols na vitória sobre o Peru Foto: Wilton Junior/Estadão

Saiu feliz quem pagou caro para assistir à partida nas arquibancadas do Mané Garrincha porque o Brasil começou a mostrar um bom futebol sob Dorival Júnior, mesmo que a seleção não tenha encontrado nenhuma dificuldade para massacrar o Peru mais em decorrência da fragilidade do rival, dono da segunda pior campanha das Eliminatórias.

O primeiro tempo foi ruim. Foi uma etapa com mais sorte que juízo para a formação verde e amarela, que registrou maior posse de bola. No entanto, muitas vezes não foi efetiva sequer em trocas de passes, demonstrando até falta de entrosamento, com erros tolos. Alguns lampejos eram convertidos em chegadas, mas a equipe não era capaz de finalizar.

Com sorte, o time encontrou um pênalti marcado após toque na mão de Zambrano e convertido com competência por Raphinha. Foi somente o que produziu o time na primeira etapa. O melhor estava por vir.

Vitória conquistada com gols de pênalti gera alívio em Dorival e na seleção Foto: Wilton Junior/Estadão

No segundo tempo, a seleção se encontrou e deslanchou depois do segundo gol, também marcado a partir da marca da cal com Raphinha, mandando para as redes penalidade sofrida por Savinho. Até ali o jogo ainda estava razoavelmente amarrado. Depois, foi destravado. A seleção ficou leve e passeou dali em diante.

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Ocorre que o Peru, desorganizado e desesperado, saiu para jogar, deu espaços e pagou caro por isso. O Brasil foi inteligente e competente, acelerou e definiu a partida com mais dois gols num intervalo de dois minutos. Foram de Andreas Pereira e Luiz Henrique, dois que saíram do banco para mudar o panorama do jogo.

Lançado na ponta direita, o meia-atacante do Botafogo serviu o meio-campista do Fulham, que acertou de dentro da área lindo voleio para anotar uma pintura. Aquele foi o auge do duelo, mas coube mais. Dois minutos depois, Luiz Henrique chutou da entrada da área e acertou o canto de Gallese para selar a goleada na capital federal.

Iluminado, Luiz Henrique fechou goleada em Brasília  Foto: Wilton Junior/Estadão

BRASIL 4 X 0 PERU

  • BRASIL: Ederson; Vanderson, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner; Bruno Guimarães (André) e Gerson; Raphinha (Endrick), Rodrygo (Andreas Pereira) e Savinho (Luiz Henrique); Igor Jesus (Matheus Pereira). Técnico: Dorival Júnior.
  • PERU: Gallese; Miguel Araujo, Carlos Zambrano e Callens; Advíncula (Polo), Cartagena, Castillo (Sonne), Peña (Murrugarra) e López; Flores (Grimaldo) e Reyna (Ramos). Técnico: Jorge Fossati.
  • GOLS: Raphinha, aos 37 minutos do primeiro tempo, Raphinha, aos 8, Andreas Pereira, aos 26, e Luiz Henrique, aos 28 do segundo tempo.
  • ÁRBITRO: Esteban Ostojich (Uruguai).
  • CARTÕES AMARELOS: Gallese, Castillo, Reyna, Vanderson, Cartagena.
  • PÚBLICO: 60.139 torcedores.
  • RENDA: não divulgada.
  • LOCAL: Mané Garrincha, em Brasília.
Análise por Ricardo Magatti

Repórter da editoria de Esportes desde 2018. Formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), com pós-graduação em Jornalismo Esportivo e Multimídias pela Universidade Anhembi Morumbi. Cobriu a Copa do Mundo do Catar, em 2022, e a Olimpíada de Paris, em 2024.

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