O quadrangular final do Pré-Olímpico está definido. A última vaga ficou com a Venezuela, que bateu no time recheado de reservas do Brasil por 3 a 1 em Caracas e superou o Equador na classificação. Os donos da casa se juntam aos brasileiros, além de Paraguai e Argentina. Foi uma péssima atuação da equipe de Ramon Menezes. O Brasil foi facilmente envolvido e não teve forças para reagir. Poupar a maioria dos jogadores se provou um erro.
O adversário brasileiro na segunda-feira, pela primeira rodada do quadrangular - os dois melhores vão para Paris-2024 -, ainda está indefinido, mas já pode ser o clássico com a Argentina, caso os arquirrivais não alcancem a liderança da outra chave nesta sexta.
O Brasil entrou em campo para a rodada final do Pré-Olímpico com a vaga e a liderança do grupo garantidos com antecedência. Já pensando no quadrangular final, o técnico Ramon Menezes descansou suas principais peças. Endrick, John Kennedy, Andrey Santos, Alexsander, Marlon Gomes e o goleiro Mycael começaram no banco em mais uma apresentação decepcionante na competição. O time ficou desconfigurado.
O jogo valia pouco aos brasileiros, mas era de vital importância para os donos da casa. Com as arquibancadas do Brigido Iriarte lotadas, o incentivo era por um triunfo que classificaria a Venezuela à fase decisiva, na qual Brasil, Argentina e Paraguai já estavam garantidos. Os brasileiros tinham a torcida do Equador, que dependiam de um empate verde e amarelo no mínimo. Mas nem isso o time de Ramon conseguiu. Brasil e Argentina são apontados como os “donos” das duas vagas para os Jogos de Paris no futebol masculino. Vale lembrar que o Brasil ganhou o outro na Olimpíada de Tóquio.
Enfraquecido no ataque e com um time armado para os contragolpes, o Brasil pouco ameaçou o gol de Rodríguez na primeira etapa, apesar da correria de Gabriel Pec, Maurício e Gabriel Pirani no setor ofensivo. O Brasil não joga dessa maneira. E isso causou dificuldades.
Para piorar, a remendada defesa - os titulares Michel e Kaiki Bruno foram cortados por lesão - se atrapalhou em dois lances e viu Segovia abrir boa vantagem para os venezuelanos com apenas 31 minutos de bola rolando. O camisa 8 abriu o placar aos 10 minutos após concluir bela tabela com os marcadores brasileiros apenas observando a bela trama venezuelana. Segovia ampliou em outro gol aos 31, em mais um erro da defesa brasileira. Após bobeira do zagueiro Lucas Fasson, apenas observando a bola longa, o meio-campista dominou e bateu cruzado da entrada da área para enorme festa da torcida local.
Matheus Donelli, dois minutos depois, salvou a seleção de levar outro ao espalmar para fora. Faria novo milagre após a cobrança do escanteio e cabeçada de Vivas. Ou seja: a seleção brasileira dono do ouro olímpico de 2021 foi presa fácil para os venezuelanos. O sonolento e nada criativo, o Brasil só ameaçou de fato no último minuto, com bate-rebate na área, mas sem acertar o alvo. Ficou claro que Ramon depende de seus titulares, como Endrick e Kennedy.
Insatisfeito com a carência de futebol do Brasil, Ramon apelou para o atacante do Palmeiras e para Marlon Gomes após o intervalo. A seleção até começou a ocupar mais o campo de ataque, porém permitiu o contragolpe e ficou em desvantagem ainda maior aos 9 minutos, em gol contra de Rikelme após cruzamento de Lavaca. A surra já estava em 3 a 0.
O gol aumentou o desânimo e a falta de vontade de um ‘catado’ brasileiro em campo. Completamente desorganizado, com volante na defesa, lateral no meio e atacantes escondidos, o Brasil só voltou a finalizar aos 28, com Endrick mandando para fora. Pec ainda tentou por cobertura, mas exagerou na força. Alexsander anotou o gol de honra no fim.
VENEZUELA 3 x 1 BRASIL
- VENEZUELA - Rodríguez; Ferro, Vivas, Uzcátegui e Rivas; Ortega (Contreras), Faya, Segovia (Paz) e Martínez (Ruiz); Laçava e Bolívar. Técnico: Ricardo Valiño.
- BRASIL - Matheus Donelli; Bruno Gomes, Luan Patrick (Khellven), Lucas Fasson e Rikelme; Ronald, Gabriel Pirani (Guilherme Biro) e Maurício (Marlon Gomes); Marquinhos (Endrick), Giovane (Alexsander) e Gabriel Pec. Técnico: Ramon Menezes.
- GOLS - Segovia, aos 10 e aos 31 minutos do primeiro tempo; Rikelme (contra), aos 9, e Alexsander, aos 44 do segundo.
- CARTÕES AMARELOS - Rikelme e Gabriel Pec (Brasil).
- ÁRBITRO - Cristian Garay Reyes (CHI).
- RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.
- LOCAL - Estádio Brigido Iriarte, em Caracas, na Venezuela.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.