Uma jogadora brasileira usou as redes sociais para relatar mais um caso de problema financeiro no esporte. Ana Eliza Ribeiro, goleira do time Sala Zaragoza de futsal na Espanha, usou sua conta no Twitter para explicar o que viveu na última temporada. De acordo com a atleta, a equipe não pagou a maior parte do valor acordado de salário e também deixou de dar condições básicas para que fosse possível o trabalho dela e de outras atletas.
“Não tínhamos nada nem para comer, não recebemos nada antes dos jogos. Quando não tínhamos, fazíamos um chá ou uma infusão de manhã e com isso eu ia treinar. Tinha uma semana que não tinha o que comer e avisei o presidente do clube. Dois dias antes de um jogo, eu disse a ele que só tínhamos meio saco de arroz. Nos treinos, ele me disse que havia jogadores em situações piores que a minha. Durante o jogo, quase desmaiei, o árbitro teve de interromper a partida. No intervalo, alguns parentes foram buscar comida e trouxeram para mim”, disse Ana Eliza Ribeiro ao relembrar o que aconteceu.
Com a situação chegando neste ponto, a saída de Ana Eliza e as demais atletas do Sala Zaragoza foi buscar ajuda do Banco de Alimentos, dos serviços sociais da Prefeitura de Zaragoza e do Centro Social da região para conseguir se alimentar de uma melhor maneira. O Estadão ainda tenta falar com a atleta. Ela não respondeu aos contatos pelas redes. Se responder, a reportagem será atualizada.
De acordo com a imprensa espanhola que acompanha a situação econômica do Sala Zaragoza, mais de 30 atletas e profissionais que passaram pelo clube nos últimos tempos já haviam reclamado da falta de pagamento e condições precárias para o trabalho. Ana Eliza Ribeiro deixa claro em conversa com o jornal Heraldo, da região de Zaragoza, que ela e outras companheiras só não falaram antes por medo. “Não pude sair porque não tinha dinheiro, não consegui comprar uma passagem para voltar ao Brasil”, comentou a goleira.
O que diz o clube
Em contato com a imprensa espanhola, o Sala Zaragoza optou por se manifestar de maneira mais enfática posteriormente. Apesar disso, o clube deixou claro que as afirmações são falsas e, apesar de não esconder que deve salário para as atletas, viu a publicação da goleira brasileira como “manifestações destrutivas”.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.