A partida entre Atlético-MG e Santos neste domingo, dia 27, pelo Brasileirão será histórica para o time mineiro. O jogo vai ser o primeiro da história do clube em seu estádio próprio, a Arena MRV. Considerado o mais moderno do Brasil, o estádio também é relevante para o momento dos times no futebol nacional. Com ele, o Campeonato Brasileiro chegará em 70% dos clubes participantes atuando em seus próprios campos.
Além da equipe mineira, outros 13 times da competição possuem estádios. São eles: Botafogo, Palmeiras, Grêmio, Athletico-PR, Bragantino, São Paulo, Corinthians, Internacional, Goiás, Santos, Vasco, Coritiba e América-MG. “O clube que conta com uma arena própria possui um grande ativo. Se o projeto for conduzido da maneira adequada, a arena pode gerar receita nos 365 dias do ano através de vários tipos de evento e aproximar o torcedor, além de diversos públicos”, afirma Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.
No mesmo sentido, Bernardo Caixeta, gerente de marketing da Penalty, comenta sobre os benefícios de ter um estádio próprio para a realização de ativações: “É extremamente relevante ter um local próprio para o clube, porque isso viabiliza a criação de uma identidade visual mais atrativa. Quando o espaço é exclusivo, não é necessário montar e desmontar elementos de comunicação visual no estádio repetidamente. Além, claro, dessa abordagem oferecer a oportunidade de compreender de forma mais precisa o perfil do torcedor”.
Os ingressos para a estreia do Atlético-MG em sua nova casa já estão esgotados. Com valores entre R$ 90 e R$ 430, os tickets acabaram em menos de 40 minutos e nem chegaram a ser comercializados para o público geral. Apenas os sócios-torcedores conseguiram adquirir entradas para o duelo deste domingo. A arena foi projetada para receber 46 mil torcedores.
“Com certeza a Arena MRV abrirá mais um leque de opções que poderá ser transformada em benefícios para os sócios-torcedores. O fato de a primeira partida contar somente com os integrantes do programa ‘Galo na Veia’ já é um grande exemplo. No entanto, a equação entre o número de sócios e a capacidade do estádio continuará sendo um dilema, assim como acontece com outras equipes”, analisa Henrique Borges, CEO da Somos Young, empresa que realiza o atendimento a sócios-torcedores de Vasco, Bahia e Cruzeiro.
A mais moderna do Brasil
Entre os destaques da Arena MRV está a inovação tecnológica. Além do aplicativo do estádio, que possibilitará aquisição de ingressos, vaga de estacionamento e bebidas, a casa do Atlético-MG deve adotar o sistema de reconhecimento facial para que os torcedores consigam acessar ao local do jogo com maior conforto e agilidade. Atualmente, poucas equipes do futebol brasileiro apresentam o modelo, como o Palmeiras.
Para implementar a tecnologia de reconhecimento facial, o Atlético-MG conta com a parceria da Imply, líder no fornecimento de tecnologias para clubes de futebol, estádios e arenas no Brasil. A empresa está presente em grandes palcos do País, como Maracanã, Arena do Grêmio, Beira-Rio, Arena da Baixada, Arena Fonte Nova e Arena das Dunas.
“Nosso foco é oferecer rapidez, segurança e conforto, integrando os 18 portões de acesso à Arena MRV com modernas tecnologias desenvolvidas para altos fluxos de tráfego. O estádio do Atlético ostentará o título de mais tecnológico da América Latina, com vários diferenciais que buscam facilitar a gestão e a experiência dos torcedores. Sem dúvidas, os fãs do time terão uma arena inovadora, projetada para proporcionar momentos inesquecíveis”, diz Tironi Paz Ortiz, CEO da empresa.
POLÊMICA COM PONTO CEGO
Nas últimas semanas, após o jogo amistoso “Lendas do Galo”, imagens de um ponto cego na Arena MRV começaram a circular nas redes sociais e chamou a atenção dos internautas. De acordo com torcedores no evento, alguns lugares da arquibancada do novo estádio do Atlético apresentaram problemas na visibilidade ao gramado.
Em nota, a administração do estádio afirmou que não há ponto cego no local e que havia torcedores em lugares inapropriados, o que impedia a visão do campo por parte dos outros fãs. Segundo a Arena MRV, os apoiadores não devem ficar apoiados no guarda-corpo e que “essa atitude realmente prejudicará o torcedor que estiver nas cadeiras logo atrás”.
“O Atlético precisa trabalhar com seus torcedores, com seu público, de maneira que todos tenham consciência, porque todos pagaram o ingresso, então têm o direito de assistir ao jogo. A curva de visibilidade do estádio está dentro dos padrões. Então, não posso chamar isso de ponto cego. É necessário um trabalho quase que educacional por parte do clube”, diz Sergio Schildt, presidente da RECOMA, empresa especializada em infraestrutura esportiva e que atua há 45 anos neste mercado.
“Nessas construções é necessário ter um ponto focal, que é o campo em todas as suas extremidades. Também é fundamental ter uma curva, uma parábola sutil, que todos os assentos dos estádios que seguem o padrão da Fifa fazem, onde cada cadeira apresenta cerca de 90 centímetros de distância. Assim, todos conseguem ver com perfeição o campo de jogo”, destaca Tatiana Fasolari, vice-presidente da Fast Engenharia, empresa da América Latina especializada em overlays.
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