Brasileirão: entenda unificação dos títulos da Taça Brasil e Robertão; veja lista antes e depois

Maior vencedor nacional, Palmeiras conquista 12º troféu, o oitavo desde que a competição ganhou a alcunha de Campeonato Brasileiro, em 1971, mas detém outras quatro taças de disputas entre 1959 e 1970

PUBLICIDADE

Foto do author Rodrigo Sampaio
Atualização:

O Palmeiras empatou por 1 a 1 com o Cruzeiro, no Mineirão, e garantiu o título do Brasileirão 2023. Esta é a 12ª conquista do clube alviverde na história do torneio, a quarta na era dos pontos corridos e a oitava desde que o certame começou a ser disputado com a alcunha de Campeonato Brasileiro, em 1971. Antes, os paulistas já haviam levado quatro taças em torneios de âmbito nacional, que foram reconhecidos e unificados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 2010.

A decisão da CBF para reconhecer os títulos da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, disputados entre 1959 e 1970, como legítimos títulos nacionais, atendeu a uma antiga reivindicação de alguns clubes. As agremiações encaminharam à entidade no Rio um dossiê no qual alegavam que aquelas competições representavam, na época em que foram disputadas, o mesmo que o Campeonato Brasileiro. Com o reconhecimento, o Atlético-MG deixou de ser o primeiro campeão nacional e o posto ficou com o Bahia, por exemplo.

Djalma Santos, ídolo do Palmeiras, após a conquista do Robertão de 1967. Foto: Arquivo/AE

PUBLICIDADE

Palmeiras e Santos foram os principais beneficiados com a modificação da CBF. Os dois paulistas, que à época tinham quatro e dois troféus, respectivamente, passaram a ser os maiores detentores de títulos da principal competição do futebol brasileiro, com oito. Bahia, Cruzeiro, Botafogo e Fluminense, que faturaram um título cada no período entre 1959 e 1970, também foram sagrados campeões. Desde a junção dos troféus, o Palmeiras venceu mais quatro vezes; o Cruzeiro, duas; e o Flu, uma — o tricolor carioca levou a edição de 2010, semanas antes da unificação.

Em agosto de 2023, a CBF surpreendeu ao atender o pedido do Atlético-MG para transformar o título da Copa dos Campeões Estaduais de 1937 como o primeiro Campeonato Brasileiro da história, tornando o clube de Minas tricampeão nacional. O torneio foi organizado pela extinta Federação Brasileira de Futebol e disputado pelos campeões dos Estados que haviam profissionalizado o futebol. Para rivais e até mesmo alguns atleticanos, o título não deveria ser reconhecido, mas o clube manteve o discurso perante à CBF. A competição também foi vencida por Botafogo, em 1931, e Bangu, em 1967.

Título de 1987 é do Sport?

No dia 7 de fevereiro de 1988, o Sport venceu o Guarani por 1 a 0, na Ilha do Retiro, e conquistava o título do Campeonato Brasileiro de 1987, uma das edições mais polêmicas da competição em sua história. Apesar de definições da CBF e do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), torcedores do Flamengo e do time pernambucano discutem, até os dias atuais, sobre a quem pertenceria o troféu — a taça está no museu do rubro-negro do Recife.

Publicidade

A edição do Brasileirão daquele ano previa, em seu regulamento, o enfrentamento dos clubes finalistas dos Módulos Verde e Amarelo por meio de um quadrangular final. No Verde, também denominado como “Copa União”, foi divulgado ao longo do ano como o verdadeiro “Campeonato Brasileiro de 1987″ pelos torcedores e clubes participantes, em sua maioria membros do “Clube dos 13″. Internacional e Flamengo chegaram à decisão, com a vitória do rubro-negro, mas se recusaram a entrar em campo para o quadrangular final, sob pretexto de que o campeonato nacional já havia sido decidido entre os rivais mais fortes do País (o Flamengo venceu o Internacional por 1 a 0 no Maracanã na decisão do Módulo Verde).

No Amarelo, Guarani e Sport seguiram o regulamento estabelecido pela CBF ao início da competição e se enfrentaram no quadrangular final após entrar em acordo em relação à divisão da conquista — os times empataram por 11 a 11 nos pênaltis na decisão do Módulo. Quatro jogos do quadrangular não foram disputados e Sport e Guarani voltaram a campo em 7 de fevereiro de 1988 para decidir o título. Marco Antônio, zagueiro do Sport, marcou o único gol do jogo. A CBF, depois, proclamou o Sport campeão brasileiro de 1987 e a Justiça ratificou o título em 1994.

No âmbito da lei, o Sport foi declarado campeão legítimo da edição. Em 2017, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal negou recurso apresentado pelo Flamengo contra decisão da Justiça que declarou o Sport como único campeão do Campeonato Brasileiro de 1987.

Confira a lista de campeões brasileiros

  • Palmeiras: 12 (1960, 1967, 1967, 1969, 1972, 1973, 1993, 1994, 2016, 2018, 2022 e 2023)
  • Santos: 8 (1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1968, 2002 e 2004)
  • Corinthians: 7 (1990, 1998, 1999, 2005, 2011, 2015 e 2017)
  • Flamengo: 7 (1980, 1982, 1983, 1992, 2009, 2019 e 2020)
  • São Paulo: 6 (1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
  • Cruzeiro: 4 (1966, 2003, 2013 e 2014)
  • Fluminense: 4 (1970, 1984, 2010 e 2012)
  • Vasco: 4 (1974, 1989, 1997 e 2000)
  • Atlético-MG: 3 (1937, 1971 e 2021)
  • Internacional: 3 (1975, 1976 e 1979)
  • Bahia: 2 (1959 e 1988)
  • Botafogo: 2 (1968 e 1995)
  • Grêmio: 2 (1981 e 1996 )
  • Athletico-PR: 1 (2001)
  • Coritiba: 1 (1985)
  • Guarani: 1 (1978)
  • Sport: 1 (1987)

Lista de campeões sem contar a Taça Brasil, Robertão e Copa dos Campeões

  • Palmeiras : 8 (1972, 1973, 1993, 1994, 2016, 2018, 2022 e 2023)
  • Corinthians: 7 (1990, 1998, 1999, 2005, 2011, 2015 e 2017)
  • Flamengo: 7 (1980, 1982, 1983, 1992, 2009, 2019 e 2020)
  • São Paulo: 6 (1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
  • Vasco: 4 (1974, 1989, 1997 e 2000)
  • Cruzeiro: 3 (2003, 2013 e 2014)
  • Fluminense: 3 (1984, 2010 e 2012)
  • Internacional: 3 (1975, 1976 e 1979)
  • Atlético-MG: 2 (1971 e 2021)
  • Grêmio: 2 (1981 e 1996)
  • Santos: 2 (2002 e 2004)
  • Athletico-PR: 1 (2001)
  • Bahia: 1 (1988)
  • Botafogo: 1 (1995)
  • Coritiba: 1 (1985)
  • Guarani: 1 (1978)
  • Sport: 1 (1987)

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.