Brasileirão tem uma das melhores médias de público da história com mais de 8 milhões de torcedores

Competição se destaca com estádios cheios e inovações nas arquibancadas; Flamengo lidera os números em mais uma edição

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Por Redação
Atualização:

Após duas temporadas afetadas pela pandemia, o Brasileirão 2022 voltou a contar com os estádios cheios durante o campeonato. Com mais de 21.700 pessoas por jogo, a última rodada da competição superou a marca dos oito milhões de torcedores, atingindo uma das melhores médias da história do torneio. Assim como em 2019, o Flamengo foi a equipe que mais levou gente nas arenas.

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Com uma das maiores torcidas do país, o Corinthians vem logo atrás, com mais de 38 mil. Campeão Brasileiro, o Palmeiras teve o melhor ano no quesito presença de público desde que o Allianz Parque foi inaugurado. Durante a campanha do título, mais de 682 mil palmeirenses compareceram aos jogos.

Das equipes de fora do eixo, o Fortaleza foi quem alcançou a melhor marca. Após passar boa parte do Brasileirão na lanterna, o Leão contou com a força da torcida para uma arrancada para alcançar uma classificação histórica para a Libertadores. Com 33 mil pessoas de média, o Fortaleza levou mais de 1 milhão de torcedores na Arena Castelão durante a temporada, número inédito na história da agremiação.

Campeão brasileiro, Palmeiras teve sua melhor média de público desde a inauguração do Allianz Parque. Foto: Amanda Perobelli/ Reuters

“Sempre gosto de ressaltar a importância da torcida do Fortaleza para os bons resultados dentro de campo. Nesta temporada, tive a honra de ser homenageado como um mosaico, um momento muito especial. Em relação ao programa de sócios, também tivemos um engajamento muito bom nessa temporada, com preços justos de ingressos e com o Castelão cheio”, conta Marcelo Paz, presidente do Fortaleza.

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Caçula da Série A, o Cuiabá confirmou a permanência na elite pela terceira temporada consecutiva. Com sede em uma região que ficou anos sem um time competitivo, o Dourado ‘’divide’' o coração dos torcedores das equipes da região sul e sudeste. Nas partidas contra as equipes de Rio e São Paulo, por exemplo, a equipe mato-grossense teve uma presença de público 70% maior em relação a média da agremiação jogando na Arena Pantanal. Em termos de arrecadação, foram quase R $10 milhões de reais com bilheteria.

“Essas partidas são mais atrativas para o torcedor local. Por outro lado, tirando o duelo contra o Flamengo, em que a Arena Pantanal ficou dividida, a torcida cuiabana compareceu em maior número no restante dos jogos. O público que frequenta os jogos do Cuiabá é diferente de outras praças esportivas do país, temos uma presença massiva de mulheres e crianças e uma política rígida contra a violência”, conta Cristiano Dresch, vice-presidente do clube.

Essa escalada na procura por ingressos, também acendeu o alerta em relação aos prejuízos causados pelo cambismo. Em entrevista, Leila Pereira, mandatária do Palmeiras, anunciou testes para implementação de um sistema com reconhecimento facial, visando controlar e trazer mais seguranças para os espectadores. Um dos clubes que mais investe em tecnologia em estádios, o Internacional já aplica o modelo de biometria para o acesso ao Beira-Rio. Recentemente, em ação conjunta com a Polícia Civil, diversos cambistas foram presos nos arredores do estádio.

Na Serrinha, o Goiás também investiu em segurança para coibir a violência e facilitar o reconhecimento dos torcedores. Em dias de jogos, os seguranças do estádio trabalham com câmeras instaladas no uniforme, com as imagens podendo ser utilizadas para solucionar qualquer tipo de confusão. Nas catracas, o Esmeraldino implementou um sistema de reconhecimento facial dos torcedores. Durante o cadastro na plataforma de compra de ingressos, o usuário tem que mandar uma foto de perfil, que é anexada ao sistema que reconhece na hora de entrar no estádio.

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Além das ativações dentro das quatro linhas, espaços voltados para o entretenimento também são cada vez mais comuns dentro dos estádios. No sul do país, Avaí e Juventude implementaram projetos diferentes, mas que engajaram o público com música ao vivo, restaurantes e interações pré-jogo.

No Alfredo Jaconi, a “Estação Jaconera”, espaço inaugurado em 2020, virou o “point” antes dos jogos para os torcedores do alviverde. Além da comercialização de comidas e bebidas, o espaço contou com apresentações de bandas locais e comercialização de itens colecionáveis do Juventude. Em um clima pacífico, o espaço também recebeu em algumas partidas a presença de torcedores da equipe visitante, que também estavam consumindo no local em harmonia.

Em Florianópolis, um camarote no Estádio da Ressacada ganhou um “clima” de balada. Com o Rooftop do Avaí, o clube catarinense comercializa o espaço para os jogos em casa. Além de poder assistir ao jogo em local privilegiado, o torcedor conta com um serviço gastronômico e apresentações musicais.

2023 DEVE TER MÉDIA AINDA MAIOR

Com os acessos de Cruzeiro, Grêmio, Vasco e Bahia, a próxima edição do Brasileirão tem potencial para contar com estádios ainda mais cheios. Dos que subiram, todos possuem superior ao do acumulado na elite. O time gerido por Ronaldo Fenômeno é o líder no quesito, com mais de 41 mil pessoas por partida.

Empolgado com o projeto da SAF, o Vasco também tem números expressivos. De todos os jogos como mandante na segundona, a torcida vascaína só não esgotou os ingressos em três oportunidades. Com quase 60 mil sócios cadastrados no programa, a diretoria já protocolou o pedido para participar do novo processo de concessão do Maracanã. Acompanhado de grandes players no mercado, como WTorre e Legends, o clube carioca espera atuar com mais frequência no local, o que possibilitaria uma carga maior para comercialização dos ingressos.

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