Em meio a muitas dificuldades, Luiz Felipe Scolari deve apostar mais uma vez no misticismo para que a seleção brasileira vença o Paraguai, quarta-feira, e conquiste uma vaga nas quartas-de-final da Copa América. As possibilidades de o time entrar em campo com a camisa azul são grandes, pois os jogadores gostaram da idéia que partiu do treinador. No domingo, Felipão admitiu ter um lado místico, como o atual técnico do Flamengo e da seleção nas Copas de 70 e 98, Mário Jorge Lobo Zagallo, que gosta, por exemplo, do número 13. "Não vou dizer, posso falar que vou jogar com a amarela e entrar com a azul ou falar que vou jogar com a azul e entrar com a amarela", despistou o treinador. Razão para manter em uso a superstição há de sobra. Nos últimos meses, a camisa amarela não vinha dando sorte à equipe. Com ela, por exemplo, o time empatou com o Peru em pleno Morumbi e perdeu para o Uruguai em Montevidéu. Com a azul houve a primeira vitória com Scolari, domingo, contra o Peru por 2 a 0, em Cali. O velho ditado de não se mexer em time que está ganhando deve novamente pesar a favor do uniforme reserva. O jogo de quarta-feira à noite é decisivo para as pretensões do Brasil na Copa América. Se perder do Paraguai e o Peru vencer o México, a equipe fica fora da competição. Se conquistar um bom resultado, contudo, pode até terminar na primeira colocação do Grupo B. Até mesmo os jogadores que não se dizem supersticiosos rendem-se ao momento e demonstram-se favoráveis à decisão do treinador. Para o meia Juninho Paulista, por exemplo, se a cor do uniforme não faz diferença dentro do campo -_ "não melhora o rendimento de ninguém" - pode ser uma arma a favor do time: "Estão secando demais aquela camisa amarelinha, quem sabe a mudança ajude." O capitão Emerson prefere apegar-se ao quesito estética para justificar o uso do segundo uniforme. "A camisa azul também é muito bonita, mas na verdade, o que vale é que seja a camisa da seleção brasileira." Quem mais está torcendo para continuar jogando com a camisa azul é o zagueiro Luizão. "De alguma forma, sempre acaba lembrando um pouco o Cruzeiro e isso é muito bom", afirmou. A comissão técnica está apostando em diversos fatores extra-campo para motivar o grupo. Além da nova camisa, da ida à igreja antes da partida contra o Peru, Felipão e seu auxiliar, Flávio Teixeira, o Murtosa, comandaram um churrasco na concentração na noite de domingo. O clima, pela primeira vez, era de bastante descontração. Que camisa você prefere para a seleção?
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