A Anistia Internacional, ONG que defende os direitos humanos ao redor do mundo, denunciou nesta quinta-feira, 17, que torcedores e membros foram impedidos de entrar com camisetas do órgão no amistoso entre Portugal e Nigéria, em preparação para a Copa do Mundo. A ação foi descrita como “ato de solidariedade para com os trabalhadores migrantes.”
Antes do jogo, a organização distribuiu cerca de mil camisetas amarelas da “Forgotten Team” (a equipe esquecida). Elas imitam os coletes dos trabalhadores do Catar e foram feitas em solidariedade com os milhares que “sofreram abusos de direitos humanos e perderam a vida para que a realização do Mundial fosse possível.”
Em vídeos divulgados nas redes sociais, é possível ver seguranças impedindo que os torcedores entrassem no Estádio de Alvalade, onde o amistoso foi disputado, com as camisetas. Membros da Anistia Internacional confirmaram as informações nota divulgada nesta quinta-feira.
Segundo relatos, os seguranças informaram que seguiram as ordens da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ao impedir que a manifestação ocorresse.
“Esperamos que tudo não passe de um mal-entendido e que a FPF possa esclarecer ou dissociar-se deste triste episódio de falta de respeito pela liberdade de expressão dos torcedores da nossa seleção”, afirmou Pedro A. Neto, diretor executivo da Anistia Internacional de Portugal.
“A organização não compreende esta restrição ao seu exercício da liberdade de expressão e manifestação pacífica, e teme que este episódio seja mais uma mancha num evento que deveria também ser uma oportunidade de inclusão, respeito e promoção dos direitos humanos”, conclui a nota.
Na partida, a seleção portuguesa goleou a Nigéria por 4 a 0, com gols de Bruno Fernandes, João Mário e Gonçalo Guedes. No Grupo H do Mundial, a equipe estreia no dia 24, quinta-feira, contra a Gana.
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