CBF diz que afastou 116 atletas pela covid-19, mas classifica volta do futebol como 'positiva'

Entidade garante manutenção dos protocolos e promete que existe segurança na continuidade do calendário

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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou nesta quarta-feira, que 116 jogadores testaram positivo para covid-19 e foram afastados de jogos das três rodadas do Campeonatos Brasileiros das séries A, B e C. Apesar dos casos, o secretário-geral da entidade, Walter Feldman, disse que o retorno dos jogos é "positivo" e que há "muita segurança para prosseguir".

A entidade afirma que enviará documento aos clubes de futebol para reforçar orientações como de uso de máscaras em entrevistas após as partidas, além da proibição de troca de camisa entre atletas e comemorações de gols. "Temos a situação dentro do futebol controlada. Mas não podemos deixar que se cumpram normas como uso de máscara nas entrevistas, não trocar camisas, não fazer comemorações. Sei que é difícil. Estamos reiterando", disse o diretor-médico da CBF, Jorge Pagura.

Jorge Pagura é um dos médicos responsáveis pelo protocolo do Brasileirão Foto: Lucas Figueiredo/CBF

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As declarações foram dadas em debate sobre o retorno das partidas no País, realizado pela comissão da Câmara dos Deputados que trata da covid-19. Nesta quarta a entidade cancelou um jogo da Série B entre Sampaio Corrêa e Figueirense por causa da quantidade de casos positivos no time maranhense.

Alguns campeonatos estaduais foram retomados ainda em junho no País. O Brasileirão começou no dia 8 de agosto. Em plena pandemia, o presidente Jair Bolsonaro fez pressão pela volta das competições. Em maio, o mandatário recebeu presidentes do Flamengo, Rodolfo Landim, e do Vasco, Alexandre Campello, para tratar deste assunto.

Segundo Pagura, foram 74 resultados positivos para a covid-19 em 1,3 mil exames feitos antes da primeira rodada do Campeonato Brasileiro. Na segunda, 26 infectados em 1.400 testes e, na terceira, 16 positivos em 1,5 mil análises. O médico diz que nenhum atleta se contaminou em campo.

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A CBF encontrou anticorpos do tipo IgG para a covid-19, que costumam surgir após a fase aguda da doença, em 14% dos cerca de 2 mil exames sorológicos feitos em atletas e funcionários de clubes semanas antes da volta dos jogos, afirmou Pagura.

O médico do Flamengo, Marcio Tannure, disse aos deputados que o retorno da torcida aos Estados está em estudo. "Não quando, mas como. Talvez tenha de ser feito de forma individualizada", disse.

Para o secretário-geral da CBF, a volta de torcedores só será avaliada após decisões de governos locais sobre afrouxar medidas de isolamento.

Presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas, Alex Sandro Gomes, defendeu que ainda não é o momento certo para o retorno dos jogos. "O torcedor se aglutina para assistir ao seu time. Sobretudo das periferias, que já sofrem para fazer isolamento", disse.

Além de Gomes, o jornalista Juca Kfouri criticou as disputas em plena pandemia. "A decisão é política, para atender reivindicações do presidente da República, que desde o começo afirmou ser exagero paralisar o futebol."

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Para o médico da CBF, os cuidados para o retorno do futebol feminino serão iguais ao de equipes masculinas. Pagura afirma que serão feitos testes de anticorpos e diagnóstico, entre outras medidas.

Na reunião com deputados, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, disse "entender" quem critica a volta dos jogos, mas que o debate para organizar o campeonato foi intenso. "Vimos que o mais importante era testar todos os envolvidos no processo."

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