CBF levará influenciadores ao Catar para reaproximar seleção brasileira dos torcedores

Projeto ‘Nossa Seleça’ terá criadores de conteúdos - com mais de 100 milhões de seguidores nas redes sociais -acompanhando o Brasil na Copa do Mundo

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Foto do author Ricardo Magatti
Atualização:

O sentimento de que o torcedor está distante da seleção brasileira, algo que se acentuou nos últimos anos, fez a CBF se movimentar. Disposta a amenizar esse problema, a entidade “convocou” influenciadores digitais de diferentes públicos para acompanhar no Catar a jornada do Brasil na Copa do Mundo, que tem início em 20 de novembro.

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A exemplo do que fazem marcas e instituições, ao mandar influenciadores para o Catar, a CBF, ciente do comportamento do consumidor, aposta em uma forma nova de se comunicar com o torcedor da seleção brasileira e também quer arregimentar um público que habitualmente não assiste a jogos do time nacional nem seguem os atletas chamados por Tite.

O projeto, intitulado “Nossa Seleça”, convocou os produtores de conteúdo Tatá Estaniecki, Julio Cocielo, Robin Hood Gamer e membros dos canais Podpah e Reversão para representar o torcedor brasileiro no Mundial. Segundo os envolvidos na iniciativa, eles foram chamados de olho em uma comunicação “mais empática e direta” com os fãs da seleção. Não haverá, porém, acesso irrestrito aos jogadores e à comissão técnica liderada por Tite.

Juntas, essas figuras somam mais de 100 milhões de seguidores nas redes sociais. Igão e Mítico, do Podpah, aparecem na lista da Bloomberg das 500 personalidades mais influentes da América Latina. Robin Hood Gamer ostenta mais de 19 milhões de seguidores fiéis que geraram 9,4 bilhões de visualizações em seu canal do YouTube. A CBF está de olho nesse público.

Tata e Julio Cociela formam um casal bem-sucedido em sua jornada no mundo digital. Ela é dona do PodDelas, maior PodCast feminino do Brasil e bem avaliado pelo mercado publicitário. Ele é unanimidade entre os jovens e apaixonados por esportes com mais de 40 milhões de seguidores em suas redes. Já o canal Reversão, com o próprio Cocielo, Letícia Esteves e o influenciador DembeleBR no comando, é quem rotineiramente produz conteúdo para o público focado no futebol.

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Projeto da CBF quer reaproximar torcida da seleção brasileira Foto: Eduardo Nicolau/Estadão

Ao time de influenciadores se juntarão outras seis personalidades, formando uma equipe de 11 criadores de conteúdo. Os novos integrantes serão escolhidos por uma comissão avaliadora com a ajuda do público. Os interessados em se candidatar devem criar um perfil no site www.nossaseleca.com.br e enviar um vídeo de apresentação até o dia 25 de outubro. No mesmo portal, o torcedor poderá votar no seu criador de conteúdo preferido. O resultado será conhecido no início de novembro.

A iniciativa é realizada em parceria com a agência Arara e compõe o plano “Rumo ao Catar”, uma série de ações e ativações que a CBF realizará durante a Copa do Mundo do Catar. “O projeto retrata a paixão do brasileiro pelo futebol e os influenciadores escolhidos para amplificar esse sentimento vão representar a nossa cultura, diversidade e alegria no Catar e para o mundo”, afirma o presidente Ednaldo Rodrigues.

A procura pelos jogadores da seleção no Brasil já foi bem maior. Facilidades de encontrar os atletas e de participar de jogos de preparação motivavama os os torcedores. Atualmente, esses jogadores passam o dia em hotéis e os treinamentos são fechados.

“A seleção brasileira sempre exerceu uma influência muito grande em nós, brasileiros. Além de um fator de identificação nacional, jogo do Brasil na Copa do Mundo era motivo para reunir família e amigos, torcer, vibrar, se emocionar, ou seja, estreitar os laços de afeto”, diz André Barros, sócio da Arara. A ideia, conta Barros, mais do que reaproximar o público da seleção, é “reconectar o brasileiro com as vibrações e emoções” vividas no passados.

A entidade que comanda o futebol brasileiro e a agência Arara se apoiam em dados para a criação do projeto. Pesquisa da agência We Are Social revela, por exemplo, que 53% dos internautas entre 16 e 24 anos usam as redes sociais como fonte primária de informação quando pesquisam marcas.

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