CBF prioriza Carlo Ancelotti para seleção brasileira e tem Jorge Jesus como alternativa

Técnico português não agrada tanto Ednaldo Rodrigues, mas é opção ‘mais fácil’ do que o italiano, que só deixaria o Real Madrid após o Mundial

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Foto do author Marcel Rizzo

Carlo Ancelotti continua sendo o preferido de Ednaldo Rodrigues para comandar a seleção brasileira, treinada pelo pressionado Dorival Júnior, que balança no cargo e é improvável que continue. Contratar o técnico do Real Madrid é o grande desejo do presidente da CBF, que se frustrou no ano passado com a negativa do italiano, mas irá insistir mais uma vez.

Ocorre que não é tão fácil tirar Ancelotti do Real Madrid neste momento. Seu contrato vence apenas em julho de 2026 e o trabalho do italiano até tem sido criticado na Espanha. Existe boas chances de que ele deixe o clube em julho deste ano, depois do Super Mundial de Clubes, a ser disputado nos Estados Unidos, independentemente do convite da seleção brasileira.

Se a CBF topar esperá-lo, cresce a possibilidade de Ancelotti assumir a seleção brasileira, treinada por estrangeiros apenas três vezes, todas no século passado, com o uruguaio Ramón Platero, o português Joreca e o argentino Filpo Nuñez. Ednaldo quase conseguiu um acordo com o italiano em 2023, mas ele preferiu renovar com o Real Madrid e frustrou os planos do cartola baiano, recém-reeleito para comandar a entidade até 2030.

Carlo Ancelotti é o grande sonho de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, para a seleção brasileira Foto: Alberto Saiz/AP

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Nas últimas semanas, Ednaldo esteve em reuniões diárias para montar a chapa de sua reeleição, e futura diretoria, e o nome que mais ouviu foi o de Filipe Luís, do Flamengo. O jovem treinador agrada o presidente da CBF, mas o clube carioca não facilitará a saída do ex-lateral-esquerdo, que também analisa se seria o momento ideal de assumir tamanho desafio.

Nesse cenário de incertezas surge o nome de Jorge Jesus, técnico português com vitoriosa e ligeira passagem pelo Flamengo em 2019. Seu nome, a princípio, não empolga tanto Ednaldo como os outros, mas é uma alternativa consideravelmente mais viável porque há, por parte de Jesus, existe uma grande e confessa vontade de treinar a seleção brasileira. “A seleção brasileira é diferente, é uma ambição, não nego”, admitiu ele em entrevista recente ao jornal português A Bola.

Jesus tem contrato com o Al-Hilal até julho deste ano. Não seria problema para ele antecipar o fim de seu vínculo e deixar a equipe saudita antes do Mundial, negociando o pagamento da multa, que é regressiva. Também ajuda o português o fato de conhecer o futebol e a cultura do Brasil, com experiência bem-sucedida no Flamengo, campeão da Libertadores e do Brasileirão em 2019.

Enquanto acontecem sondagens e conversas, Ednaldo vai se reunir com Dorival Júnior nesta sexta-feira. O encontro, na sede da CBF, no Rio, também terá a presença de Rodrigo Caetano, coordenador de seleções, e servirá para avaliar o trabalho dos dois.

Há um tempo razoável para tomar uma decisão, já que o Brasil só volta a jogar pelas Eliminatórias em junho, nos dias 5 e 10, contra Equador e Paraguai.

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Outras nomes

Nas conversas por sua eleição, Ednaldo ouviu a sugestão de dois outros profissionais. Roger Machado faz um bom trabalho no Internacional e agregaria na campanha contra o racismo, uma bandeira do treinador e mote da campanha de reeleição do presidente da CBF que deve guiar seu próximo mandato.

Rogério Ceni, atualmente no Bahia, tem alguns fãs entre amigos de Ednaldo. O Grupo City, que administra a SAF do Bahia, se aproximou da CBF, com visita no fim de 2024. O presidente da Federação da Bahia, Ricardo Lima, é um dos dirigentes mais próximos de Ednaldo, que é baiano. Lima foi eleito como vice-presidente da CBF para o próximo mandato, que começa em março de 2026, além de ser casado com uma cunhada de Ednaldo.

Seriam opções imediatas, mas que não empolgaram. Aguardar o meio do ano, após o Mundial de Clubes, era um cenário interessante, mas a surra que o Brasil levou dos maiores rivais deve antecipar a saída de Dorival e alterar os planos de Ednaldo. O certo é que um novo treinador terá pouco mais de um ano até a Copa do Mundo.