CBF reúne árbitros no Rio para uniformizar critérios e apresentar novidades no VAR do Brasileirão

Quando linhas de impedimento ficarem sobrepostas, juízes deverão favorecer ataques; orientação também é por acréscimos mais longos

PUBLICIDADE

Foto do author Marcio Dolzan
Atualização:

A fim de ter árbitros mais rigorosos na definição dos acréscimos, fortalecer o novo protocolo de VAR e, ao menos, tentar uniformizar critérios na hora de marcar faltas e mostrar cartões, a CBF decidiu levar 168 profissionais do apito, entre árbitros e assistentes, para uma pré-temporada no Rio. Metade deles passa por treinamento nesta semana e outra estará na cidade na próxima, às vésperas do Brasileirão.

PUBLICIDADE

As atividades ocorrem sob supervisão - e pulso firme - do presidente da Comissão de Arbitragem, Wilson Seneme. Em fevereiro, durante o Conselho Técnico da Série A, ele apresentou as novidades aos dirigentes dos 20 clubes: acréscimos mais longos, como os vistos na Copa do Mundo, revisões do VAR no telão dos estádios, com áudio em tempo real, e linhas de impedimento que, na dúvida, passarão a beneficiar os atacantes.

Agora, todas essas medidas estão sendo passadas diretamente aos árbitros da elite nacional. “A ideia geral segue a linha da Fifa, do departamento de arbitragem da Fifa. Em todos os eventos os árbitros passam por avaliações teóricas, atualizações da regra, interpretação de cada situação de mão, de entradas, a parte teórica em sala de aula e também em campo, com a participação de jogadores”, disse nessa quarta-feira, durante atividade com 84 profissionais, no Rio.

Wilson Seneme conversa com árbitros durante atividade no Rio. Foto: Pedro Kirilos/ Estadão

A principal novidade está na linha do VAR. Agora, quando as linhas vermelha e azul - que indicam as posições de defesa e ataque - ficarem sobrepostas, a orientação é que o lance seja dado como válido. “Existe uma adaptação nova, que a Europa, muitas ligas e a própria Fifa já usam, de que quando as linhas se sobrepõem, elas vão agora favorecer o ataque. A gente não consegue ter o ponto zero do contato do pé com a bola na hora do lançamento, então a gente tem que dar essa margem de flexibilidade em função disso”, explicou Seneme. “Esse um centímetro (que pode ser de dúvida) passa a ser a favor do ataque. Isso inclusive vem de encontro também a uma solicitação dos clubes.”

Publicidade

As revisões do VAR, tal qual são mostradas para quem assiste o jogo pela TV, serão exibidas no telão. Além disso, o áudio da conversa entre a cabine do VAR e o árbitro no momento da revisão também será disponibilizado no sistema de som dos estádios.

Seneme se diz tranquilo sobre isso, mas durante a atividade no campo com os árbitros nesta quarta-feira ele corrigiu em mais de um momento a postura dos juízes. “Minha preocupação é que seja feita com organização e palavras corretas. A gente está trabalhando com os árbitros para que eles usem os termos corretos e palavras simples, sem se estender na decisão”, ponderou.

Outra mudança que já havia sido anunciada e que está sendo reforçada diz respeito aos acréscimos nos dois tempos de jogo. “É verdade quando dizem que a Copa do Mundo é referência para a arbitragem e para o futebol, assim como são referência aqueles desfiles de moda anual para a moda”, comparou Seneme. “Os acréscimos, realmente os árbitros vão estar mais atentos a situações que antes eles não prestavam tanta atenção. Por exemplo, eu marco um pênalti. Quanto tempo eu levo para cobrar? No mínimo um minuto. Saiu um gol, quanto tempo demora para recomeçar? No mínimo um minuto. Então, se eu tenho um pênalti num tempo de jogo e três gols, eu tenho quatro minutos para repor só nisso. Não vai ser difícil você ver acréscimo de tempo de sete, oito, nove ou dez minutos. Isso tem que ser normal, mas de acordo com a necessidade do que ocorreu no jogo.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.