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CBF ‘tranquila’? O que sabemos sobre Carlo Ancelotti na seleção brasileira em 2024

Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade, trata como certo a chegada do treinador italiano a partir da próxima temporada, apesar das conversas do técnico com o clube espanhol para uma extensão contratual

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Foto do author Murillo César Alves
Atualização:

Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), revelou, durante anúncio de que Fernando Diniz comandaria a seleção brasileira a partir de julho deste ano, que Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid, assumiria a equipe a partir da Copa América de 2024. Houve dois encontros entre as partes em junho. Eles deixaram a entidade confiante para um acerto com o italiano ao término de seu vínculo com o clube espanhol. de Vini Júnior e Rodrygo. No entanto, jornais espanhóis noticiaram nos últimos dias uma mudança no cenário: o treinador estaria próximo de uma renovação contratual. Caso aconteça, isso frustraria a CBF, mas a entidade se mantém “tranquila” diante das novas notícias.

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Tanto Ancelotti quanto o Real Madrid não se manifestaram ainda sobre o assunto, nem que ele tenha o contrato renovado nem que deixar o clube em junho. Apenas a CBF, há quatro meses, manifestou que o italiano assumirá o comando da seleção a partir da Copa América.

Fernando Diniz, técnico do Fluminense, foi escolhido para servir como transição para o próximo trabalho – com duas vitórias, um empate e três derrotas, o treinador ainda tem mais dois amistosos, contra Inglaterra e Espanha, em seu vínculo com a CBF. Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, a seleção brasileira ocupa a nada confortável sexta colocação.

Para a entidade, nada muda em meio às notícias da Espanha desta semana. Apesar de os jornais afirmarem que Ancelotti e Real Madrid estão próximos de um acerto para a extensão contratual, a CBF mantém o plano que traçou desde julho: confia no acordo com o futuro treinador e se mostra “tranquila e distante” dos rumores que surgem na Europa, apurou o Estadão. Assim como em outros episódios, a entidade trabalha nos bastidores e não se manifestará publicamente até que o acordo seja, de fato, firmado – algo que pode ocorrer a partir de janeiro, quando o treinador estará livre para assinar um pré-contrato com qualquer clube ou seleção.

Ancelotti tem contrato com o Real Madrid até maio de 2024. Foto: Javier Lizón/EFE

Até o momento, os jornais da capital espanhola são aqueles que noticiam, com mais ímpeto, a situação de Ancelotti. O bom início na temporada 2023/2024, impulsionado pelas boas atuações do reforço Jude Bellingham, fez com o que o Real Madrid se interessasse pela renovação do vínculo com o treinador bicampeão da Champions League pelo clube. A proposta, segundo a Cadena SER, oferecida pelo Madrid seria inicialmente de um ano, com uma nova extensão, a ser acordada ao fim da próxima temporada, até junho de 2026, antes da Copa do Mundo.

O que deve pesar na decisão de Ancelotti são os conflitos na direção do Real Madrid. A renovação com o treinador não é unanimidade no corpo diretivo do clube, mas um desejo do presidente Florentino Pérez. Caso não ocorra, duas opções estão mais cotadas para assumir o comando do Real: Zinedine Zidane, ex-jogador e tricampeão da Champions League como treinador, e Xabi Alonso, do Bayer Leverkusen.

Ednaldo Rodrigues é quem mais comentou sobre a situação de Ancelotti. Nesta quarta-feira, em conversas com jornalistas na sede da entidade, apenas sorriu e desconversou quando questionado a respeito da situação do treinador italiano. O gesto converge com a ideia de que, até janeiro – ou junho –, a CBF não tratará o tema de forma pública, enquanto aguarda uma nova ação de Ancelotti junto ao Real Madrid.

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O que fala Carlo Ancelotti?

Desde o início das conversas com a seleção brasileira, que se iniciaram em janeiro, após a saída de Tite, o treinador do Real Madrid manteve uma postura cautelosa, priorizando seu trabalho no Real. Ao longo da última temporada, em entrevistas coletivas, ele afirmou que não “tocaria mais no tema” enquanto tivesse vínculo contratual com o time espanhol. No entanto, reconhecia o interesse de Ednaldo Rodrigues, com quem conversou neste ano e da CBF.

“Me dá um grande orgulho que uma das maiores seleções do mundo como é o Brasil fale sobre mim”, ressaltou o técnico neste sábado, dia 25. Quando questionado se estaria disposto a esperar até o último dia de contrato para saber se o Real gostaria de renovar, ele respondeu “é claro”. Em julho, após o presidente da CBF cravar Ancelotti como sucessor de Fernando Diniz no comando da seleção, o treinador manteve a postura de que nada está acertado e de que terminará seu contrato com o clube espanhol.

Contrato só pode em janeiro

Independentemente da postura da CBF, de se manter em silêncio em meio aos rumores e falas do treinador, um acordo só pode ser firmado com Ancelotti a partir de janeiro. Mas a CBF entende ter garantias suficientes de que será ele o novo treinador do Brasil. “Ele (Carlo Ancelotti) vai estar, pode ter certeza”, disse Ednaldo Rodrigues, durante coletiva de anúncio de Diniz no comando da seleção.

Fator Mourinho

José Mourinho, técnico da Roma, disse há uma semana, em entrevista à rádio italiana RAI, que “só um louco deixaria o Real Madrid”, ao expor sua opinião sobre a possível saída de Carlo Ancelotti do time merengue para comandar a seleção brasileira. Tal afirmação foi reiterada pelo próprio Ancelotti ao canal Dsports, antes do duelo desta quarta-feira, contra o Napoli, pela penúltima rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões.

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“É a opinião dele, mas estou bastante de acordo com isto”, afirmou o treinador italiano. “Me encontro muito bem no Real Madrid e veremos o que acontece no futuro. Não tenho nenhuma pressa, estou muito contente, muito focado nas partidas que temos de jogar, e vou tentar fazer o melhor”, completou, mais uma vez esquivando-se do assunto.

Ancelotti também comentou sobre sua admiração por Mourinho, que disse recentemente ser um “ancelottista”. “E eu ‘mourinhista’. Temos uma boa relação. Sou ‘mourinhista’ e romanista, pois nasci na capital Roma e tenho lembranças fantásticas do período em que passei na Roma”, disse o técnico, que atuou no time romanista entre 1979 a 1987, quando era jogador. Atuou ao lado de Falcão.

E o futuro de Fernando Diniz?

Atual campeão da Libertadores com o Fluminense, Diniz teve uma campanha medíocre na seleção brasileira até agora. Apesar de duas vitórias em seus primeiros compromissos (Bolívia e Peru), o treinador amarga uma sequência de quatro jogos sem vencer nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026: um empate, contra a Venezuela, e três derrotas diante de Uruguai, Colômbia e Argentina.

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Fernando Diniz comandou a seleção brasileira em seis partidas das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Foto: Pedro Kirilos/ Estadão

O treinador tem a confiança da entidade, que iniciou o ano de 2023 com Ramon Menezes, membro da comissão técnica permanente e do sub-20. Em julho, após derrotas para Marrocos e Senegal nos primeiros amistosos do ano, Diniz surgiu como uma alternativa para iniciar o trabalho da seleção até o Mundial de 2026. O contrato do treinador com a CBF é válido até junho de 2024, quando, teoricamente, Ancelotti assumirá o comando na Copa América.

Em 2024, Diniz terá dois compromissos contra seleções europeias em março: no dia 23, encara a Inglaterra, e a Espanha três dias depois, dia 26. Há também uma janela com dois amistosos em junho, ainda a serem confirmados. Nesses, se o acordo com Ancelotti se concretizar, o italiano deve estar à frente da seleção brasileira. Não há, neste momento, a possibilidade de que o técnico do Fluminense continue na comissão técnica do italiano.

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