Darwin Filho, CEO da Esportes da Sorte, patrocinadora máster do Corinthians, não compareceu à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas nesta terça-feira, 29, para prestar depoimento no Senado Federal. O empresário, que é alvo de investigação da Polícia Civil, conseguiu habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou a obrigatoriedade de sua presença na oitiva. Além dele, a empresária e influenciadora Deolane Bezerra também foi agraciada com a medida e não compareceu na audiência.
O habeas corpus foi concedido pelo ministro André Mendonça, do STF, em processo que corre em segredo de justiça. A decisão muda o status da convocação, de obrigatória, como havia sido originalmente publicada, para facultativa. Eles informaram, por meio de seus advogados, a decisão de não comparecer à CPI, presidida pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO). O parlamentar considerou um “presente” do STF aos dois convocados.
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“Lamento profundamente as ausências de Deolane e Darwin Filho, porque quem não deve não teme. E quem não comparece é porque sabe que está envolvido até o pescoço. É o caso dessa Deolane. Pode me processar, querida, que eu vou colocar no meu gabinete o diploma do seu processo como atestado de idoneidade”, disparou Kajuru no início da reunião da CPI.
“O ministro deixou a cargo a decisão de comparecer ou não. Ambos optaram pelo não comparecimento, embora pudessem estar presentes, assistidos pelos seus advogados. Com direito ao silêncio”, afirmou o senador. “Mesmo com garantias legais, preferiram ignorar. “Mais à frente, tenho certeza que entenderemos os ‘motivos’ das atitudes que foram adotadas na data de hoje.”
Kajuru classificou as decisões de Mendonça, ao conceder o habeas corpus aos empresários terrivelmente equivocadas. Darwin Filho foi convocado pela CPI no início de outubro, para prestar “esclarecimentos em relação à legalidade dos recursos movimentados e as possíveis irregularidades ligadas à lavagem de dinheiro e à manipulação de resultados esportivos”.
Nesta quarta-feira, estão prevista as oitivas de Lucas Paquetá e seu tio, Bruno Tolentino, no Senado. O nome do meia do West Ham voltou à pauta da CPI após reportagem publicada pelo Uol, na qual revela transferências bancárias de Tolentino à conta de Luiz Henrique, atacante do Botafogo, que negou as acusações.
Investigação
Além da ausência de Darwin, a sessão desta terça-feira solicitou à empresa Sport Radar uma investigação acerca da expulsão de Rafa Silva no duelo entre Athletico-PR e Cruzeiro. O jogador recebeu o cartão vermelho após três segundo de jogo – recorde do Campeonato Brasileiro. A ideia é entender se apostadores foram beneficiados com o lance em questão.
“O jogador Rafa Silva partiu para o campo adversário, quase esbarrou num jogador e, em seguida, acertou cotovelada em outro. Certamente foi uma das expulsões mais rápidas da história do secular futebol mundial. Imediatamente, surgiram nas redes sociais informações, não confirmadas, de que haveria apostadores sendo beneficiados com a expulsão”, diz o requerimento, assinado por Kajuru. “Por isso, e considerando a disposição de a Sport Radar em colaborar com a CPI, solicitamos que investigue eventual beneficiário(s) no mercado de apostas.”
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