Catar pede e Fifa não venderá cerveja nos estádios da Copa do Mundo

Segundo a entidade máxima do futebol, apenas versão sem álcool da bebida será comercializada nas arenas; veto teria sido pedido expresso da família real do país-sede e pode render indenização a patrocinador

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Por Estadão Conteúdo
Atualização:

A pouco mais de dois dias do início da Copa do Mundo, o governo do Catar pediu à Fifa para que não comercialize cerveja nos estádios que vão receber os jogos do Mundial. A informação do jornal The Times indica que a pressão é da família real do país.

A intenção é que a bebida não esteja à disposição dos torcedores já na partida de estreia da Copa, domingo, às 13h (horário de Brasília), quando estarão frente a frente Catar e Equador, pelo Grupo A.

A retirada da bebida dos estádios poderá acarretar uma indenização milionária a ser paga pela Fifa à Budweiser, famosa marca de cerveja e uma das patrocinadoras do Mundial.

Stands da Budweiser são montados para receber o Fifa Fan Fest. Diferentemente dos estádios, evento oficial terá a venda de cerveja com álcool.  Foto: Muath Freij/REUTERS

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No Catar, o consumo de cerveja é muito restrito e a bebida só pode ser encontrada em alguns hotéis de Doha. Por causa do Mundial, a norma foi relaxada, mas, na tentativa de inibir o consumo, um copo de meio litro está sendo vendido no equivalente a R$ 73,00. E cada torcedor só pode comprar quatro copos.

A Cerimônia de Abertura da Copa do Catar acontece antes do duelo entre Catar e Equador, e deve iniciar antes, entre 12h e 12h30. A Fifa ainda não confirmou os horários de forma oficial.

O local escolhido para a abertura será o Estádio Al Bayt. Construído para o Mundial, ele foi inaugurado em novembro de 2021. Além da partida de abertura, a arena irá receber umas das semifinais do Mundial.

Fifa se pronuncia

A Fifa utilizou suas redes sociais para se pronunciar oficialmente sobre o caso. Por meio do Twitter, a entidade máxima do futebol explicou a decisão e reafirmou que cervejas sem álcool serão comerciadas livremente no Catar.

“Seguindo as discussões entre o país-sede e a Fifa, a decisão tomada foi de manter a venda de bebidas alcoólicas apenas nos locais da FIFA Fan Festival, outros locais e pontos de venda, retirando a venda de cerveja dos perímetros e dos estádios da Copa do Mundo do Catar 2022. A decisão, contudo, não impacta na comercialização da ‘Bud Zero’, que seguirá sendo comercializada nos estádios. As autoridades do país-sede e a Fifa continuam afirmando que os estádios e suas cercanias seguem sendo áreas que irão criar uma experiência agradável e respeitosa para os fãs. A organização do torneio agradece o entendimento da AB InBev’s e seu continuo suporte em oferecer seus serviços durante a Copa do Mundo Fifa do Catar 2022″, escreveu a entidade em post no Twitter.

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Logo após o anuncio, a Budweiser, uma das patrocinadoras do Mundial e fornecedora oficial de cerveja da Fifa utilizou as redes sociais para comentar brevemente o caso. Em uma postagem feita no Twitter, a empresa foi sucinta e escreveu em sua conta “Bem, isso é embaraçoso”, se referindo à decisão tomada nesta sexta-feira. Porém, momentos depois, a postagem foi apagada.

Em 2019, durante a realização da Copa América no Brasil, cidades como São Paulo e Porto Alegre puderam apenas vender cerveja sem álcool nos estádios por conta da lei local. Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte tiveram liberdade para comercializar bebidas nos locais de partida.

A venda de bebidas alcoólicas nos estádios foi proibida no Estado há quase três décadas, pela Lei Estadual nº 9.470, de 1996, um ano depois da briga entre torcedores de Palmeiras e São Paulo, na decisão da Supercopa São Paulo de Juniores no Estádio Paulo Machado de Carvalho. O lamentável episódio ficou conhecido popularmente como a “Batalha do Pacaembu”, com um saldo de 102 feridos e um torcedor morto.

Durante a Copa do Mundo de 2014, o impasse foi resolvido por meio da a criação da Lei Geral da Copa, que permitiu que bebidas com álcool fossem vendidas mesmo nas cidades em que a comercialização nas arenas era proibida.

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