O ainda técnico do Paris Saint-Germain, Christophe Galtier, e seu filho John Valovic-Galtier foram detidos nesta sexta-feira no âmbito de uma investigação por suspeitas de discriminação após acusações de racismo e islamofobia, informou o Ministério Público à AFP. Os dois estão sob custódia policial em Nice (sudeste da França), anunciou o promotor Xavier Bonhomme.
Em meados de abril, a Justiça começou a investigar Galtier por suspeitas de discriminação racial ou religiosa. O treinador estava no comando do Nice à época. Por ora, o PSG ainda não se manifestou. Galtier está de férias, mas não vai permanecer no comando da equipe. Luis Enrique, técnico espanhol, deve ser anunciado em breve. Ele condenava a presença de muitos jogadores negros e mulçumanos no time. E que isso não representava a história do clube e da cidade.
O jornalista independente Romain Molina e a rede RMC Sports haviam divulgado alguns dias antes a existência de um e-mail atribuído ao ex-dirigente do Nice Julien Fournier sobre o assunto. Na mensagem, redigida no fim da temporada 2021/22, ele denuncia palavras discriminatórios de Galtier a respeito de parte dos jogadores do Nice, com referências às origens e à religião de alguns atletas.
Galtier, que nega a acusação, denunciou Fournier e os jornalistas Daniel Riolo e Romain Molina por difamação, depois que recebeu ameaças de morte pela internet. A detenção aconteceu poucos dias antes do anúncio de seu sucessor como técnico do PSG. O espanhol Luis Enrique é considerado o grande favorito para assumir o cargo. Ele já estaria, inclusive, reformulando o elenco do time francês.
Apesar de ter conquistado o título do Campeonato Francês com o PSG, Galtier foi informado no início de junho que não continuaria à frente do clube, apesar de ter contrato até 30 de junho de 2024. Galtier teve uma temporada complicada no clube de maior prestígio que dirigiu em sua carreira, após as passagens por Saint-Étienne (2009-2017), Lille (2017-2021) e Nice (2021-2022). O PSG não foi bem na Liga dos Campeões e ele não soube ‘controlar’ o vestiário. Ainda perdeu Neymar após lesão em fevereiro. /AFP
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