As expulsões têm sido uma dor de cabeça para o Palmeiras. Nos últimos nove jogos, foram quatro. Depois de dramas na Libertadores, a equipe alviverde novamente teve de se virar com um a menos diante do Santos após a expulsão de Danilo aos 14 da etapa final neste domingo, 18. E de novo o time se superou. Jogando melhor com dez jogadores, o time venceu por 1 a 0, golaço de Merentiel, e caminha firme na liderança do Brasileirão.
Quando perde um jogador, o Palmeiras tira forças sabe-se lá de onde – provavelmente dos 40 mil torcedores do Allianz Parque. A torcida ajudou e muito para que o time se mantivesse líder, agora com 57 pontos, com uma vantagem mais do que confortável na primeira posição. A vitória pode ser decisiva na luta pelo título. Já o Santos ficou estacionado nos 34.
O time aumentou sua invencibilidade para 12 jogos no torneio. Já são 18 rodadas seguidas na ponta. Diante do rival, os números são ainda mais expressivos. O time alviverde não perde para o Santos há nove partidas (sete vitórias e dois empates). A última vez que o time alvinegro venceu foi pelo returno do Brasileirão de 2019, na Vila Belmiro.
Clássicos têm uma lógica própria nos quais a rivalidade entre times grandes cria uma realidade paralela, que vai além dos retrospectos e tabus. Nesse contexto, o Santos foi mais consistente no início. Treinado interinamente por Orlando Ribeiro enquanto a diretoria define um treinador definitivo, o time conseguiu segurar a bola e suportar a pressão que se esperava do líder do torneio jogando em casa. Pelas pontas, os atacantes santistas frearam os laterais do rival.
Alguns nomes garantiram o equilíbrio do jogo. O principal deles foi Soteldo, escalado numa função de armação. Em seu quinto jogo após seu retorno, o venezuelano se mostrou lúcido e inteligente ao abrir o jogo para Lucas Braga finalizar e exigir boa defesa de Weverton, aos 22.
O Palmeiras sentia falta de um organizador no começo do jogo. Tecnicamente, os principais jogadores não estavam inspirados. Bruno Tabata, escalado numa posição mais centralizada, demorou para se encontrar. A marcação santista estava encaixada. O time da casa tentou encontrar espaços pelos lados do campo, seu ponto forte, com Dudu e Roni, com inversões de bola longa.
Faltava, no entanto, uma finalização mais perigosa. A cabeçada de Dudu, na metade do primeiro tempo, não chegou a ser tão contundente. Foram oito finalizações, mas nenhuma com grande perigo a João Paulo. O Palmeiras, com força máxima, teve mais volume de jogo, mas o Santos executou melhor sua ideia de jogo.
A expulsão (correta) de Danilo aos 14 da etapa final mudou o panorama do clássico. A falta por trás em Soteldo, matando o contra-ataque, era para cartão vermelho mesmo. A exemplo que havia ocorrido em outros jogos, a torcida empurrou, e o Palmeiras conseguiu ser mais objetivo. Curiosamente, o time melhorou e conseguiu boas chances com Rony, aos 22, Dudu, aos 24, e Merentiel, de bicicleta, aos 29. O Santos respondia na mesma moeda, com finalizações perigosas de Soteldo.
Mas Merentiel tentou de novo uma jogada de efeito e conseguiu. Com um belo gol de voleio aos 31 do segundo tempo, o uruguaio abriu o placar. Um golaço de um coadjuvante (foi seu segundo no clube) que provou que o Palmeiras é capaz de subverter qualquer lógica quando tem um jogador a menos.
FICHA TÉCNICA
Palmeiras 1 x 0 Santos
Palmeiras: Weverton; Marcos Rocha (Mayke), Gómez, Murilo e Piquerez; Danilo, Zé Rafael, Bruno Tabata (Merentiel) e Scarpa (Menino); Dudu (Luan) e Rony (Atuesta).
Técnico: Abel Ferreira
Santos: João Paulo; Madson, Maicon, Bauermann e Felipe Jonatan; Camacho, Zanocelo (Sánchez), Lucas Barbosa (Rwan) e Lucas Braga (Angelo); Marcos Leonardo e Soteldo. Técnico: Orlando Ribeiro
Gols: Merentiel, aos 31 do 2º T
Amarelos: Zanocelo, Marcos Leonardo, Zé Rafael, Soteldo, Menino
Vermelhos: Danilo e Abel Ferreira
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Fifa/GO)
Público: 40.337 pagantes
Renda: R$ 2.450.421,12
Local: Allianz Parque (SP)
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