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Análise|Seleção brasileira precisa de Endrick e Estêvão mais afinados do que no Palmeiras

Tarefa de Dorival Júnior é fazer com que as duas principais revelações do futebol nacional façam com a camisa do Brasil mais do que produziram em conjunto pelo time alviverde

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Foto do author Marcos Antomil
Atualização:

A seleção brasileira tem dois compromissos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 que podem servir para Dorival Júnior apagar da memória do torcedor o fraco desempenho apresentado durante a Copa América, em que a equipe nacional foi eliminada nas quartas de final. Para além da capacidade produtiva do time está em jogo também a busca obrigatória pelos três pontos dada a posição incômoda que o Brasil ocupa no torneio. A busca por soluções deve passar por dois nomes promissores: Endrick e Estêvão.

Endrick teve recorrentes oportunidades sob o comando de Dorival Júnior em 2024. Quando foi utilizado, correspondeu com gols. No entanto, foi preterido durante a Copa América mesmo com as amostras dadas nos amistosos anteriores. Com o pedido de paciência com a jovem estrela e o argumento de que “um erro pode ser fatal”, o treinador o escalou como titular apenas na partida mais importante do torneio - as quartas de final diante do Uruguai -, o que soou como contraditório.

Crias da Academia de Futebol do Palmeiras, Endrick e Estêvão se reencontram na seleção brasileira. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Desde então, Endrick deixou o Palmeiras rumo ao Real Madrid. No conjunto merengue, já foi às redes no Estádio Santiago Bernabéu, mas tem concorrência pesada, especialmente com o francês Kylian Mbappé, principal contratação do mandatário Florentino Pérez para a nova temporada europeia.

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Na Copa América, Endrick tampouco contava com concorrentes diretos para a posição de centroavante, mas viu Dorival optar pela improvisação no setor. Para os jogos diante do Equador (nesta sexta-feira, às 22h, no Estádio Couto Pereira, em Curitiba) e do Paraguai (na terça, em Assunção, às 21h30), o treinador conta com Pedro, do Flamengo, como opção. “Não é briga, é disputa que faz bem para mim e para o Endrick, o Brasil que tem a ganhar”, disse o jogador rubro-negro.

O Equador - do mesmo modo que a seleção espanhola - pode servir de exemplo a Dorival. O time equatoriano tem investido fortemente nas categorias de base e tem no modelo do Independiente del Valle um espelho. Vem do clube a principal revelação do futebol do país: Kendry Páez, de 17 anos, que já está negociado com o Chelsea, da mesma forma que seu contemporâneo Estêvão. A seleção equatoriana trocou de treinador: saiu o espanhol Félix Sánchez e chegou o argentino Sebastian Beccacece, apóstolo rompido com Jorge Sampaoli, almejado por equipes brasileiras em período recente e que debutará na capital paranaense.

Se há dúvidas sobre a escalação de Páez e Endrick, o cenário com Estêvão não é diferente. Seus concorrentes são mais pesados pelos lados do campo: Vinícius Júnior, Rodrygo e Lucas Moura largam à frente. No entanto, Estêvão já provou com a camisa do Palmeiras que é capaz de causar estrago para as defesas adversárias. Ainda mais diante de uma equipe que promete manter um estilo ofensivo, com a linha de defesa alta, propiciando enfrentamentos mano a mano, em velocidade aos atacantes brasileiros.

Um ataque formado por Estêvão, Endrick e Vinícius Júnior, municiado por Rodrygo e Lucas Paquetá, tende a dar à seleção o seu verniz mais brilhante. Cabe a Dorival uma tarefa que Abel Ferreira, no Palmeiras, não conseguiu concluir: encontrar um modelo que potencialize as duas principais estrelas da nova geração do futebol brasileiro.

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Análise por Marcos Antomil

Editor assistente de Esportes. Formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduado em Jornalismo e Transmissões Esportivas pela Universidad Nebrija (Espanha).

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