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Jejum de água e comida: saiba como o Ramadã afeta clubes e jogadores de futebol

Período do calendário islâmico começou no dia 10 de março e continua até o dia 9 de abril

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Foto do author Mirella  Joels
Atualização:

Jogadores de futebol precisam manter uma dieta equilibrada e realizar treinos contínuos para se manter em forma e render em campo. Mesmo assim, diversos fatores podem alterar esse rendimentos, como quando há uma lesão ou uma mudança repentina de hábitos. Neste mês, para os jogadores muçulmanos, um novo período e uma nova rotina se inicia: o Ramadã.

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Marcado por práticas intensas de jejum e oração, esse período importante ocorre sempre no nono mês do calendário lunar islâmico que, desta vez, teve início no dia 10 de março e se estende até o dia 9 de abril. Para os praticantes da religião, uma das principais mudanças é não poder ingerir alimentos nem líquidos entre o amanhecer e o anoitecer. Entre os jogadores, a privação de refeições durante o dia pode ser um fator prejudicial para o desempenho em campo.

No Real Madrid há dois jogadores muçulmanos atuando na equipe no momento: Antonio Rüdiger e Arda Güler. Enquanto Rüdiger tem experiência em gerir esse período e aplicá-lo em sua rotina de treinamentos, é a primeira vez que Güler, de 19 anos, vai fazer a prática islâmica jogando por um clube dessa magnitude. Ao jornal espanhol Marca, Rüdiger relatou que não é fácil, mas está acostumado. O jogador usa a mentalidade como artifício para cumprir o Ramadã e faz acompanhamento com o nutricionais para saber como repor alimentos e líquidos.

Um dos pontos importantes de foco no período do Ramadã é a ingestão de proteína. É nessa hora que os shakes proteicos entram como protagonistas na dieta dos atletas. Além disso, o tempo de descanso pode ser alterado em conjunto com o clube, para não prejudicar tanto o desempenho. Por exemplo, há a possibilidade de treinar somente de manhã e passar o restante do dia descansando.

Antonio Rüdiger, do Real Madrid, prática o Ramadã e consegue conciliar com a rotina de treinos Foto: AP / AP

Outros jogadores como o egípcio Mohamed Salah e os franceses Karim Benzema, Riyad Mahrez, Wesley Fofan e N’Golo Kanté, além dos senegaleses Sadio Mané e Cheikhou Kouyate seguem a tradição. Em 2022, Mané declarou para o portal belN Sports que é um período desafiador para jogar e treinar, por isso é necessário deixar de lado os treinos da tarde e priorizar o descanso.

A Premier League e a Liga de Futebol da Inglaterra (EFL) foram pioneiras em autorizar que atletas muçulmanos realizassem o iftar, ou seja, quebrassem o jejum com líquidos, energéticos ou suplementos durante uma parada do jogo. Entre os momentos propícios estão as pausas para substituição, atendimento médico ou consultas ao VAR.

Como funciona o jejum?

Os muçulmanos precisam fazer jejum de alimentos e bebidas – inclusive água – enquanto houver luz do dia, ou seja, do nascer do sol até ele se pôr. A refeição que quebra o jejum se chama iftar e ocorre durante o início da noite. Para os jogadores, é possível se alimentar em partidas noturnas que atravessem o horário entre o pôr do sol e o anoitecer.

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Os seguidores do islamismo também precisam cortar da rotina hábitos como: fumar, falar palavras obscenas e manter relações sexuais entre o amanhecer e o anoitecer. A jornada de trabalho é reduzida durante esse período em consideração ao estado físico dos que estão jejuando. Segundo a crença, os muçulmanos fortalecem sua solidariedade e gratidão a Deus ao jejuar em conjunto. O jejum é um dos cinco pilares do Islã, considerado um ato de autopurificação.

O Ramadã também é um mês de caridade, quando a maioria dos muçulmanos faz o zakat, que é uma espécie de doação para os pobres. Ele também é considerado um período especial de devoção a Alah, principalmente por meio das orações e a leitura do Alcorão, o livro sagrado islâmico.

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