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Richarlison é chamado de pombo, defendeu vacina e adotou onça; veja curiosidades do atleta do Brasil

Artilheiro da seleção foi às redes em duas oportunidades no duelo com a Sérvia e ganhou a internet: saiba como nasceu seu apelido, em qual time joga e outras curiosidades

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Por Redação
Atualização:


Autor dos dois gols da seleção brasileira na vitória sobre a Sérvia, na última quinta-feira, Richarlison ganhou ainda mais o coração dos brasileiros e um enorme destaque nas redes sociais. O “Pombo”, como é conhecido por causa de sua comemoração habitual, protagonizou memes, ultrapassou a marca de 10 milhões de seguidores no Instagram no último dia e desponta como um dos grandes protagonistas da seleção de Tite no Catar.

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Natural de Nova Venécia, um município de 50.434 habitantes do Espírito Santo, Richarlison de Andrade, de 25 anos, defende as cores do Tottenham da Inglaterra, que pagou 50 milhões de Libras, cerca de R$ 318 milhões para tirá-lo do Watford. No Brasil, o atleta foi revelado pelo América-MG, em 2015, e teve passagem pelo Fluminense, entre as temporadas de 2016 e 2017.

Ativo nas redes, o atleta usa seus espaços pessoais na internet para se posicionar sobre diversos assuntos como política, causas sociais e ambientais e racismo, entre outros temas. Ainda esbanja carisma e bom humor com falas espontâneas e brincadeiras, caindo no gosto dos torcedores. O Estadão apresenta um pouco mais sobre o atacante que vem conquistando cada vez mais os brasileiros no Catar.

O "Pombo" anotou duas vezes na vitória do Brasil sobre a Sérvia. Foto: Adrian Dennis/AFP

Conheça curiosidades sobre Richarlison

Apelido de Pombo

Quando balança as redes, o atacante de 1,84m normalmente segue um ritual. Arqueia as costas para frente, coloca os braços dobrados para trás e sacode a cabeça repetidamente para frente e para trás imitando um pombo. Os movimentos curiosos fazem parte da coreografia da “Dança do Pombo”. Tudo começou há quatro anos, em uma brincadeira com amigos. O atacante imitava a dança no funk ‘Dança do Pombo’, do MC Faísca e Perseguidores. Desde então, quando vai às redes, a coreografia é executada. No entanto, nos dois gols da seleção contra a Sérvia, a comemoração foi deixada de lado.

Trajetória na seleção

Richarlison estreou na seleção brasileira em 2018, em amistoso contra os Estados Unidos. De lá para cá, atuou em 39 partidas e marcou 19 gols. Detém o título de campeão da Copa América de 2019. Pela seleção olímpica, tem a medalha de ouro dos Jogos de Tóquio, a segunda do Brasil.

Defesa da vacina contra a covid

Durante o auge da pandemia de covid-19, Richarlison utilizou suas redes sociais e sua voz para pedir que a população se vacinasse contra a doença. O atacante chegou a fazer um apelo por carta para que as pessoas engajassem na campanha de vacinação. “Por favor, não deixe de tomar sua vacina! Senti que era necessário passar essa mensagem ao saber que muitas pessoas ainda não se vacinaram (...) Embora eu acredite que todos devam se vacinar, não acho certo tratar quem não se vacinou e que teve uma postura distinta da minha como inimigo. Quando você trata alguém assim, que espaço dá para que essa pessoa mude? Você praticamente fecha as portas para uma atitude diferente. Acredito que tudo pode ser resolvido na base da conversa”, contou ao The Players Tribune. O atleta chegou a perder seu primeiro treinador, Sebastião José da Silva, o Tião Borboleta, que o comandou em Nova Venécia. Além disso o atacante é padrinho do programa “USP Vida”, criado para ressaltar a importância da ciência na pandemia. Logo após a semifinal da Copa América, leiloou a chuteira utilizada na partida arrecadando R$ 6,5 mil para o projeto.

Posicionamento político

Preocupado com causas além do futebol, Richarlison constantemente se posiciona politicamente. Antes do início do Mundial do Catar, o atleta criticou o uso político da camisa da seleção brasileira, utilizada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. “Hoje em dia, o pessoal leva muito (a camisa) para o lado político. Isso faz a gente perder a identidade da camisa e da bandeira amarela”, comentou o atacante em entrevista ao Globo. “Acho importante que eu, como jogador, torcedor e brasileiro, tente levar essa identificação para todo mundo. É importante reconhecer que a gente é brasileiro, tem sangue brasileiro e levar isso para o mundo”, completou.

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Ainda durante a pandemia, o atleta se posicionou firmemente pedindo atenção para o Estado do Amapá, que viveu uma crise de energia, causando diversos apagões. Na luta contra o racismo, ele criticou a morte do americano George Floyd. Além disso, também apoiou a hashtag #justicapormariferrer, que acusou um empresário do meio futebolístico de estupro.

Causas ambientais

Preocupado com o meio ambiente, diversas vezes o atacante se posicionou a respeito de questões ambientais. Ainda em 2022, ‘adotou’ uma onça-pintada, chamada de Acerola, que vive sob os cuidados da ONG Onçafari. Tudo começou com uma visita ao Pantanal. Em 2020, inclusive, se posicionou ativamente cobrando medidas mais efetivas das autoridades para combater a série de incêndio que queimou 30% do local.

Luta contra o racismo

Vítima de racismo em um amistoso do Brasil contra a Tunísia, ele se posicionou nas redes sociais cobrando uma punição severa. Também saiu em defesa de Vinícius Júnior, seu companheiro de seleção, que também foi vítima do preconceito. “Espero que reconheçam esse torcedor e ele tenha uma punição. É difícil. Teve o caso Vinicius Junior recentemente e agora acontece isso dentro do estádio. Espero que tenha punição e que sirva de lição para outras pessoas não fazerem mais isso”, comentou o jogador à época.

Além de ter se posicionado sobre a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, também debateu o assassinato de João Pedro, morto em uma casa atingida por mais de 70 tiros em uma operação policial no Rio. “O racismo é um assunto que nós, que viemos da favela, estamos acostumados. Sempre fui tratado de forma diferente. Acompanhei o caso da morte do João Pedro, no qual a polícia deu mais de setenta tiros em sua casa. Poderia ser comigo. Lá atrás, convivi com tiroteios e fui até confundido com traficante”, disse à revista Placar.

Causas sociais

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Outra faceta de Richarlison é seu posicionamento em causas sociais. Neste ano, em entrevista para a ESPN, o atacante revelou que doa cerca de 10% de seu salário no Tottenham para auxiliar a casa de apoio Instituto Padre Roberto Lettieri, instituição de tratamento de câncer.

“Muita gente não sabe. No Brasil eu tenho uma casa em Barretos onde tem um hospital de câncer. Tem uma casa lá para ajudar as pessoas que não tem grana para poder ficar lá. Então, ali eles têm comida de graça, tem tudo de graça. 10% do meu salário vai para lá para ajudar essas pessoas”, explicou.

Após o brilho na estreia do Brasil na Copa do Catar, internautas relembraram outras vezes em que o atacante decidiu ajudar pessoas. Uma internauta postou em seu Twitter uma conversa que teve com Richarlison, que se prontificou a enviar uma camiseta para que ela arrecadasse dinheiro para pagar uma cirurgia para o pai.

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Processo contra amigo de Flávio Bolsonaro, do PL

O atacante da seleção brasileira e do Tottenham briga na Justiça com um amigo do senador eleito Flávio Bolsonaro, do PL, em um imbróglio que envolve um imóvel avaliado em R$ 10 milhões no Rio. De acordo com informações publicadas pelo portal Metrópole, a empresa do atacante, a Sport70, comprou a mansão em 2020.

Porém, em julho do mesmo ano, Flávio Bolsonaro visitou e ficou interessado pelo local, ciceroneado por Antônio Marcos, antigo dono que vendeu o imóvel para Richarlison. O atacante sempre visita a mansão quando está no Brasil, muitas vezes junto de sua mulher e de seu empresário, Renato Velasco.

Em maio deste ano, a mulher de Richarlison estava no local e foi surpreendida por policiais e um oficial de Justiça que tentaram retirá-la do imóvel, alegando reintegração de posse. Segundo a ordem, a mansão pertence a empresa M Locadora, antiga dona do local na década de 1980.

A equipe jurídica do atacante conseguiu reverter a ordem em um primeiro momento, porém, o advogado Willer Thomaz, amigo de Flávio Bolsonaro, conseguiu a suspensão da ação e tomou novamente a posse do imóvel. Thomaz alegou que sua empresa, a WT Administração, pagou R$ 2 milhões em pendências com a M Locadora, em troca da mansão, localizada em Ilha Comprida.

Com a situação indefinida, mas com o imóvel em posse de Thomaz, sendo vigiado por seguranças particulares, as partes aguardam a 8ª Câmara Cível do TJ do Rio de Janeiro decidir o mérito.

Dívida com Corinthians

Em 2019, o Corinthians contratou o volante Richard junto ao Fluminense e, como parte da negociação, se comprometeu a assumir uma dívida do tricolor carioca com o América-MG no valor de R$ 2,9 milhões pela contratação de Richarlison. Em duas oportunidades, a diretoria alvinegra não honrou os compromissos e os mineiros foram à Justiça pedir o bloqueio das contas do rival, até selarem o acordo vigente. Henrique Saliba, diretor jurídico do América-MG, explica que o montante não irá para os cofres do clube.

“Cabe esclarecer que esse valor acordado por ora não pertence ao América-MG. Esses pagamentos serão feitos diretamente em um outro processo, envolvendo um crédito de um terceiro que tinha participação na negociação como um todo. Então, o América-MG, neste acordo, funciona como um mero instrumento. Esse saldo remanescente foi renegociado, mas não entra em favor do clube”, disse Saliba.

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À época da contratação de Richard pelo Corinthians, Richarlison já havia sido vendido pelo Fluminense ao Watford por 12,5 milhões de euros (cerca de R$ 46 milhões). O clube carioca contratou o atacante após o jogador se destacar pelo América-MG na Série B. As convocações para a seleção brasileira ocorreram pelo bom futebol demonstrado com a camisa do Everton, que o contratou por 45 milhões de libras (R$ 222,9 milhões) em 2018.

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