O presidente José Carlos Peres sofreu mais um revés em sua gestão no Santos. Em uma reunião por videoconferência realizada na noite de terça-feira, os membros do Conselho Deliberativo seguiram a recomendação da Comissão Fiscal e reprovaram as contas do clube referentes ao ano de 2019. Dos conselheiros que participaram do encontro, 151 foram a favor do parecer, 10 contra e 11 se abstiveram. As contas em 2018 também foram recusadas.
A Comissão Fiscal sugeriu a reprovação por conta de uma série de ações consideradas irregulares, mesmo com o superávit apresentado de R$ 23,5 milhões por conta da venda do atacante Rodrygo ao Real Madrid. A utilização indevida do cartão corporativo e pagamento de comissões indevido, como na negociação de Bruno Henrique ao Flamengo, estão entre as irregularidades apontadas pela comissão.
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José Carlos Peres já publicou no site oficial do Santos uma resposta ao parecer do Conselho Fiscal e negou várias acusações, mas agora terá de defender formalmente diante do Conselho Deliberativo. O presidente e os demais membros do Comitê de Gestão terão 10 dias para apresentar a defesa. O processo volta ao Conselho Fiscal para análise e um novo parecer, que será votado novamente pelo Conselho Deliberativo. Esse trâmite varia entre 20 e 30 dias.
Caso mesmo assim os conselheiros mantiverem a rejeição das contas, uma nova etapa será iniciada. Essa envolverá a Comissão de Inquérito e Sindicância, o que pode levar a um novo processo de impeachment de José Carlos Peres, como aconteceu em setembro de 2018, mas que não foi adiante na Assembleia de Sócios.
Na reunião de terça-feira também foi homologada a nova Comissão de Inquérito e Sindicância do Santos. Os antigos membros pediram renúncia após serem hostilizados no último encontro virtual. Os novos nomes são: Vidal Sion Neto (presidente), Marilia Gallotti Bonavides de Souza (relatora), Paulo Antônio Bento Silvares, Ricardo de Moraes e Marcelo Afonso Prado.