Análise | Flamengo vence, mas Hugo faz valer cada centavo de multa e deixa Corinthians vivo na Copa do Brasil

Time paulista resiste a placar mais elástico e leva esperança para Itaquera após sofrer no Maracanã

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Foto do author Bruno Accorsi
Atualização:

Primeiro time a enfrentar o Flamengo depois da demissão de Tite, o Corinthians encontrou um adversário revigorado sob o comando de Filipe Luís, nesta quarta-feira, e penou no Maracanã por ter começado o jogo com uma formação desequilibrada, muito aberta para desafiar um time da qualidade técnica dos rubro-negros. A partida, válida pela rodada de ida da semifinal da Copa do Brasil, terminou com derrota por 1 a 0 sofrida pela equipe comandada por Ramón Díaz, mas poderia ser pior.

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O goleiro Hugo Souza, que só foi superado por Alex Sandro, fez ótimas defesas e impediu que o placar fosse mais elástico, o que tornaria mais difícil a missão de tentar reverter o placar na Neo Química Arena, em jogo marcado para as 16 horas do dia 20 de outubro, data motivo de discórdia entre as duas equipes. A rodada de volta estava prevista para o dia 17, mas o Flamengo pediu alteração para não ser desfalcado pela Data Fifa que vai dos dias 7 a 15 deste mês e foi atendido pela CBF. Inconformada, a diretoria corintiana acionou o STJD para que o calendário original seja restabelecido.

Depois de preferir formações com três zagueiros ou de um meio de campo mais povoado nas partidas mais recentes, Ramón Díaz armou um Corinthians praticamente zerado em combatividade. A linha de quatro da defesa não protegia suficientemente os flancos, por onde os flamenguistas mostraram-se muito à vontade. Ao mesmo tempo, Fagner e Hugo mal passavam do meio de campo.

Flamengo x Corinthians , em jogo de ida válido pela semifinal da Copa do Brasil 2024, no estádio do Maracanã. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A ideia de ter Igor Coronado e Garro mal rendeu frutos. Coronado até se esforçou para buscar a bola mais atrás, porém eram raros esses momentos. Os meias criativos não eram acionados por falta de ligação, começando pela ineficiência dos volantes Ryan e Charles, desajeitados na maioria de suas ações.

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Do outro lado, o Flamengo do estreante Filipe Luís exibia uma recuperação rápida, abusava de chegava pelos cantos e sufocava o rival paulista, que não conseguia sair da pressão. Os R$ 500 mil pagos pela diretoria alvinegra para poder utilizar o goleiro Hugo Souza, ainda emprestado pelo clube rubro-negro enquanto os corintianos não efetuam a compra, mostraram-se ótimo investimento.

Hugo parou Arrascaeta duas vezes, a primeira em finalização de fora da área e a segunda cara a cara, além de ter sido rápido para evitar um gol de letra de Gabigol, que tem a confiança de Filipe e vive a chance de recuperar o prestígio de outrora. O goleiro, contudo, não conseguiu impedir Alex Sandro de marcar seu primeiro gol com a camisa flamenguista, aos 31 minutos, após chute pelo lado esquerdo da grande área. A única finalização perigosa do Corinthians saiu aos 40 minutos, quando Garro bateu de fora e parou em defesa de Rossi.

Ramón Díaz, visivelmente insatisfeito durante todo o primeiro tempo, decidiu fazer três alterações na volta para o segundo tempo para tentar corrigir a escalação inicial equivocada. Matheuzinho, Gustavo Henrique e Martínez entraram nos lugares, de Fagner, Ryan e Coronado, respectivamente, mudanças que deixaram o time com três zagueiros.

Nos primeiros momentos da etapa final, foi possível observar certa evolução no jogo ofensivo corintiano, especialmente por causa do apoio de Matheuzinho, sustentado pela nova trinca de zaga. Foi no desfecho de uma jogada do lateral que surgir a melhor chance alvinegra, uma finalização de Romero na trave. O Flamengo, entretanto, devolveu em dobro, com bolas colocadas no travessão por Bruno Henrique e De la Cruz.

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Filipe Luís estreou como treinador do Flamengo. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A resposta flamenguista continuou ressoando e o domínio visto no primeiro tempo foi reconstruído. Coube novamente a Hugo Souza a responsabilidade de evitar que a vantagem do time carioca fosse mais elástica, parando finalizações de Gérson e Léo Ortiz. Gabigol chegou a balançar a rede, mas o lance foi anulado por impedimento após análise do VAR.

Na parte final da partida, a partir dos 35 minutos, o Corinthians optou por se arriscar mais no ataque, setor que ganhou mais vida a partir da entrada de Yuri Alberto, muito mais participativo que o espanhol Hector Hernández, responsável por apenas um fraco chute de dentro da área durante todo o tempo em que esteve em campo.

Foram momentos finais de bastante pressão corintiana. Romero só não empatou porque Léo Pereira tirou quase em cima da linha, e Matheuzinho assustou Rossi com um chute forte pela direita. Não passou daí, contudo, a agressividade do time paulista, que acabou domado pelos flamenguistas e controlou o ímpeto ofensivo para não se expor muito.

Matheuzinho teve chance de empatar no final da partida. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

FLAMENGO 1 X 0 CORINTHIANS

  • FLAMENGO - Rossi; Wesley, Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro (Ayrton Lucas); Erick Pulgar, De la Cruz (Matheus Gonçalves), Gerson e Arrascaeta (Carlos Alcaraz); Bruno Henrique (Michael) e Gabigol (Plata). Técnico: Filipe Luís.
  • CORNTHIANS - Hugo Souza; Fagner (Matheuzinho), Félix Torres, André Ramalho e Hugo; Ryan (Gustavo Henrique), Charles (Carrillo), Igor Coronado (José Martínez) e Rodrigo Garro; Romero e Héctor Hernández (Yuri Alberto). Técnico: Ramón Díaz.
  • GOL - Alex Sandro, aos 31 minutos do primeiro tempo.
  • ÁRBITRO - Wilton Pereira Sampaio (GO/Fifa)
  • CARTÕES AMARELOS - Romero, Léo Ortiz, Wesley, Erick Pulgar, Gabriel, Hugo e José Martínez.
  • RENDA - R$ 6.405.065,00
  • PÚBLICO - 47.052 pessoas.
  • LOCAL - Maracanã, no Rio.

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Análise por Bruno Accorsi
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