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Copa João Havelange de 2000 fez futebol paulista se concentrar no São Caetano

Com os grandes em momento irregular, coube ao time do ABC carregar a torcida e a admiração de quem já tinha sido eliminado

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O Campeonato Brasileiro de 2000, intitulado de Copa João Havelange, teve como grande destaque um representante do futebol paulista. Mas esse papel não ficou nas mãos dos tradicionais Corinthians, Santos, Palmeiras e São Paulo. Pelo contrário. Com os quatro principais clubes do Estado com campanhas abaixo do esperado, coube ao surpreendente do São Caetano receber o apoio dos torcedores de outras equipes quando chegou às fases decisivas do torneio.

O torneio reuniu mais de cem equipes e misturou a partir das oitavas de final representantes de diferentes divisões. Dos 16 sobreviventes, somente quatro eram do futebol paulista. Ponte Preta, Palmeiras e São Paulo vieram do módulo principal, enquanto o São Caetano foi um dos representantes da segunda divisão. Mas logo a representatividade do Estado naquele torneio se resumiu ao time do ABC.

Adhemar recebe o carinho da torcida na concentração em Atibaia, antes da decisão Foto: Marcos Mendes/Estadão

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Santos e Corinthians fizeram campanhas irregulares na primeira fase da competição. O clube do Parque São Jorge, aliás, foi o penúltimo entre os 25 participantes da divisão principal. Mesmo depois de tantos títulos nos anos anteriores, o time dirigido por Vadão e depois por Candinho teve uma campanha muito ruim. O Corinthians chegou a acumular dez derrotas seguidas. O Santos não teve campanha tão vergonhosa, mas terminou em 14º. Somente os 12 primeiros avançavam.

O Palmeiras e São Paulo tiveram uma fase inicial mais regular e logo se encontraram nas oitavas de final. Após um empate no Pacaembu com mando alviverde, em pleno Morumbi o Palmeiras ganhou por 2 a 1, com gol decisivo de Galeano, e passou de fase. O outro time paulista que veio do módulo principal e estava nas oitavas era a Ponte Preta, que acabou eliminada pelo Grêmio nas oitavas.

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Classificado, o Palmeiras teria pela frente nas quartas de final o emergente São Caetano. O time do técnico Jair Picerni já havia conseguido a surpresa de eliminar o Fluminense no Maracanã e novamente aprontou outra. A equipe do ABC passou pelo Palmeiras nas quartas de final, bateu o Grêmio na semifinal e garantiu vaga na decisão contra o Vasco.

Jair Picerni levou o São Caetano até a final da Copa João Havelange Foto: JF Diorio/Estadão

Conforme avançava, o São Caetano se transformou em uma espécie de xodó dos outros torcedores. Muitos são-paulinos, corintianos, santistas e palmeirenses passaram a acompanhar a equipe e lotaram o antigo Palestra Itália para a decisão contra o Vasco. No primeiro jogo, houve empate por 2 a 2. 

No Rio, a partida decisiva foi interrompida por causa da queda do alambrado em São Januário. Quando a data foi remarcada, o São Caetano entrou em campo no Maracanã em janeiro de 2001 já um pouco enfraquecido. Destaques como Claudecir e Adhemar já haviam deixado a equipe. Restou o consolo de ficar com o honroso vice-campeonato.

Quem foi João Havelange

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João Havelange foi presidente da Fifa entre 1974 e 1998 e também trabalhou no COI (Comitê Olímpico Internacional). O dirigente foi acusado de diversos esquemas de corrupção. Antes, ele foi atleta de natação e chegou a disputar a Olimpíada de 1936, nas provas de 400m e 1500m livre. Também disputou os Jogos de 1952 pelo time de polo aquático. Ele morreu no dia 16 de agosto de 2016, com 100 anos.

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