Depois de meses negociando com diferentes grupos, o Corinthians decidiu deixar a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e assinou contrato com a Liga Forte União (LFU) para venda conjunta dos direitos de televisão de seus jogos no Brasileirão a partir da próxima temporada. A expectativa do clube paulista é receber R$ 1,1 bilhão por um contrato de cinco anos, de 2025 a 2029, e R$ 220 milhões anualmente.
Os valores são estimados - e não cravados - porque estão atrelados à negociação dos direitos com emissoras ou plataformas de streaming. Também variam de acordo com a audiência que os jogos do Corinthians renderão e a posição do time na tabela ao final do campeonato.
A quantia que o Corinthians deve desembolsar é superior à que ganharia da Globo no contrato com a Libra, bloco ao qual pertencem Flamengo, Palmeiras, São Paulo e outras quatro equipes da Série A. O time alvinegro fazia parte da Libra, mas foi o único do grupo a se recusar a assinar o contrato com a emissora.
O Corinthians costurou, no acordo, o recebimento de um empréstimo de R$ 150 milhões, a serem pagos pela XP Investimentos, parceria da LFU. O Estadão apurou que Corinthians deixou a Libra para se juntar à LFU por confiar no modelo apresentado e no potencial de receita, além da clareza nas informações e possibilidade de impactar mais em conjunto com os outros clubes do bloco.
O contrato foi votado e aprovado em assembleia no Conselho de Orientação (Cori), órgão fiscalizador do clube, na noite da última sexta-feira, 28. O acordo estava encaminhado e foi assinado. Ele passa a valer na próxima temporada, em 2025, quando o atual vínculo de transmissão do Brasileirão já estará terminado, e terminará em 2029.
Com a chegada do Corinthians, a LFU passa deter 60% dos jogos do Brasileirão, com 228 partidas em seu pacote. Serão 30 partidas do time alvinegro disponíveis nos pacotes da LFU à venda - 19 como mandante e 11 como visitante.
Os direitos de transmissão das partidas como mandante de todos os clubes que pertencem à LFU ainda não foram vendidos. A ideia do grupo é maximizar receita com direitos de TV por meio da comercialização de partidas dos times do bloco com diferentes plataformas, sejam TVs abertas, pagas e plataformas de streaming - por assinatura ou não. Esse modelo comercial é diferente do adotado pela Libra, que negociou os direitos de TV com uma única empresa, a Globo.
A Brax, agência de marketing esportivo com sede no Rio, também chegou a apresentar proposta para o Corinthians, em um contrato que superaria R$ 200 milhões, com a intenção de revender os direitos à Globo. A emissora, inclusive, continua no páreo e pode também ter acordo com as equipes da LFU nos três pacotes: TV aberta, fechada e pay-per-view.
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Os membros da LFU ainda têm de aprovar a entrada do Corinthians no bloco, que terá 32 time representados e cerca de 70% dos jogos das principais divisões do futebol nacional. Mas esse procedimento é uma formalidade.
Os times da LFU que disputam a Série A são: Corinthians, Internacional, Cruzeiro, Fluminense, Vasco, Athletico-PR, Atlético-GO Botafogo, Fortaleza, Cuiabá, Criciúma e Juventude. Já Sport, América-MG, Goiás, Ceará, Avaí, Chapecoense, Coritiba, CRB, Vila Nova, Londrina, Tombense, Figueirense, CSA, Operário, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Ponte Preta e Botafogo de Ribeirão Preto estão em divisões inferiores. O grupo tem assessoria da XP Investimentos.
Na LFU, a divisão estabelecida com a arrecadação referente aos direitos de transmissão entre os clubes é a seguinte: 45% de modo igualitário, 30% por performance e 25% por audiência.
Libra e LFU trabalham há anos na criação de uma liga nacional única de futebol que ocorra de forma independente à CBF, hoje entidade organizadora das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro.
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