Ainda sem ter publicado o balanço financeiro de 2019, o Corinthians se manifestou nesta terça-feira sobre o resultado do exercício, um prejuízo de R$ 177 milhões. E justificou o déficit por perdas de receitas com os direitos de transmissão dos jogos e a negociação de atletas. O Corinthians também havia fechado 2018 com prejuízo, mas de R$ 18,7 milhões. Dessa vez, porém, o déficit foi quase dez vezes superior, ainda que a redução das receitas não tenha sido tão expressiva, de R$ 470 milhões para R$ 426 milhões.
A queda na arrecadação com a venda de jogadores foi, de fato, relevante: R$ 45 milhões em comparação aos R$ 119 milhões de 2018. O clube afirma que isso se deu também pela preocupação em manter uma equipe competitiva na temporada. "As últimas negociações relevantes de atletas ocorreram em meados de 2018. Desde então - até dezembro/2019 -, apenas negociações pontuais e de menor expressão foram realizadas. Entre 2016 e 2018, a média de receitas com repasses de atletas foi de cerca de R$ 120 milhões, enquanto que em 2019 ela foi de apenas R$ 45 milhões (um terço da média, portanto). Tal resultado se deve à busca em melhorar a qualidade do elenco e obter resultados esportivos mais significativos, bem como à demanda de mercado, notadamente o europeu, inclusive pela adesão às regras do fairplay financeiro na Europa", justifica o clube.
O Corinthians também teve queda de R$ 9 milhões nas receitas com os direitos de transmissão dos jogos em 2019, sendo R$ 32 milhões abaixo da previsão orçamentária para o ano passado. "Em resumo, houve efetivamente um déficit de crescimento gerado basicamente pelos investimentos na equipe de futebol profissional que, infelizmente, não produziram (ainda) retorno esportivo - e, por consequência, financeiro. No entanto, como demonstrado, o déficit pode ser revertido com negociações de atletas e as obrigações, na mesma medida, são administráveis, considerando a capacidade do Corinthians de geração de receitas", conclui o departamento financeiro do Corinthians no documento.
Esse números não dizem respeito à movimentação das contas e obrigações do clube com a Caixa Econômica Federal em relação ao pagamento do estádio em Itaquera, zona leste de São Paulo.
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