O Corinthians obteve uma decisão liminar na Justiça que suspende os bloqueios judiciais e as execuções pelo prazo de 60 dias. O clube entra no Regime Centralizado de Execuções (RCE), semelhante à recuperação judicial. O movimento corintiano visa organizar o fluxo e a ordem de pagamentos dos credores justamente para que todos possam receber sem que ocorram bloqueios sucessivos nas contas bancárias do clube.
Segundo o Corinthians, em até 60 dias, deverá ser apresentado um plano de pagamentos contemplando todos os credores. O valor de dívida submetido no processo é de R$ 379,3 milhões. O entendimento do juiz Adler Batista Oliveira Nobre, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) é de que já constam execuções de dívidas que poderiam inviabilizar a elaboração de um planejamento para quitar dívidas.
O magistrado cita que a Lei de SAF prevê a possibilidade de que clubes de futebol ou pessoas jurídicas originais requererem a centralização das execuções em um único juízo, para organizar e facilitar o pagamento de suas dívidas.
Neste processo de planejamento de suas contas, o Corinthians reitera “o seu compromisso com o pagamento de todos os credores, bem como com a reorganização jurídico/financeira administrativa, inclusive reorganizando o seu orçamento e o controle de gastos”.
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A administradora judicial nomeada foi a Laspro Consultores. Caberá à empresa acompanhar o processo de planejamento de pagamento aos credores. A repaginada financeira chega para estabelecer uma escala de pagamentos a seus credores. O clube vai tentar trabalhar com longos prazos para quitar pendências e ampliar o seu poder negociação para tratar de dívidas trabalhistas.
Ao todo, o Corinthians tem uma dívida de aproximadamente R$ 2,3 bilhões. Somente a pendência com a Caixa Econômica Federal pela Arena, em Itaquera, representa um montante de 710 milhões do total.
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