O Corinthians tinha planos de renovar com o treinador Vítor Pereira por mais um ano. Mas JP não vislumbra permanecer no futebol brasileiro por mais 12 meses. O fato de uma renovação de contrato não estar encaminhada faltando dois meses para o fim da temporada pode significar que as partes serão separadas e cada um seguirá seu caminho, independentemente dos resultados do ano.
O Corinthians decide seu futuro contra o Fluminense na Copa do Brasil. Está a um passo de chegar à final da competição. Tem ainda sua boa campanha no Brasileirão, de olho mais em vaga na Libertadores do ano que vem e menos na possibilidade de atrapalhar a tentativa de título do Palmeiras, inédito sob o comando de Abel Ferreira.
Em nenhum momento da parceria, o Corinthians mostrou-se satisfeito com a permanência do treinador português por mais tempo. Houve um aceno após a derrota para o Palmeiras, como disse o próprio português. Da mesma forma, Vítor Pereira foi sempre ‘distante’ das coisas do clube a não ser do seu trabalho em colocar uma equipe em campo e tentar sobreviver nas disputas. Ele chegou a comentar de suas dificuldades com tantos jogadores machucados e em recuperação, perda der atleta e demissão de outros.
JP já disse que não faz no Corinthians o trabalho que gostaria de fazer como treinador, com um time mais ofensivo e formas de atuar com mais pegada. Na semana passada, admitiu que forçou a mão nos treinamentos e deixou todo mundo cansado. Ele sempre esteve refém do calendário, da necessidade de ganhar e da idade de seus principais atletas.
Sua comissão técnica custa em torno de R$ 2,5 milhões por mês. Está na média de outras de grandes clubes do Brasil. Com profissionais brasileiros, o Corinthians poderia gastar menos.
Uma condição, no entanto, parece bastante clara para a turma de Vítor Pereira: o elenco não suporta mais uma temporada sem reforços. Tudo está sendo dado nesta temporada. E o clube “não se mexe”, por ora, para reformular seu elenco. O dinheiro está comprometido e não há milagres para mudar o cenário no Parque São Jorge.
Vítor Pereira já adiantou que só comentará sobre seu futuro após a temporada. Se confirmar sua classificação para a Copa do Brasil, terá mais força para negociar qualquer situação, até mesmo a de ir embora deixando para o time uma taça, o que comprovaria, em parte, resultado para o qual foi contratado.
Tenho dúvidas se o clube encontraria com facilidade outro treinador do mesmo nível de Vítor Pereira, mas alguns dirigentes repensaram o uso de treinadores brasileiros depois do bom trabalho de Dorival Jr. no Flamengo. Dorival pode ter aberto, mesmo sem querer, o portal para a volta dos técnicos locais que andavam esquecidos. Nesta semana, o nome de Wanderlei Luxemburgo, por exemplo, foi ventilado no Santos após a demissão de Lisca. Ele seria treinador de imediato, mas com o pé na gestão de futebol. Luxa tinha parado com isso, se dedica à política e outras atividades. Mas futebol está em suas veias e ele pode ser convencido a voltar.
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