PUBLICIDADE

Análise|Corinthians esboça reação, mas paga o preço de ser dominado em derrota para o Botafogo

Ramón Díaz acerta em mudanças para igualar o placar, porém vê Thiago Almada ter noite brilhante no Rio

PUBLICIDADE

Foto do author Leonardo Catto
Atualização:

O Corinthians perdeu por 2 a 1 para o Botafogo na noite deste sábado, 14, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. O time paulista pagou o preço de ser dominado na primeira etapa, mesmo que tenha esboçado uma reação no segundo tempo. A partida marcou a estreia de Alex Telles pela equipe carioca, que retorna ao Brasil após anos na Europa e na Arábia Saudita.

PUBLICIDADE

Com o resultado, o Botafogo ganha vantagem na liderança, com 53 pontos. Mesmo que o Palmeiras supere o Criciúma, os cariocas terão três de vantagem. Já os corintianos continuam no Z-4, na 18ª posição, com 25. A situação pode piorar caso o Cuiabá vença o Inter na segunda-feira.

O Corinthians volta a campo já na terça-feira, 17, quando visita o Fortaleza, abrindo as quartas de final da Sul-Americana. O Botafogo tem o próximo compromisso na quarta-feira, 18, contra o São Paulo, pelas quartas de final da Libertadores.

Thiago Almada foi destaque do Botafogo, com participação nos dois gols. Foto: Vitor Silva/Botafogo

O Botafogo dominou as ações do primeiro tempo desde o início. Savarino mostrou, logo no começo, que Hugo não teria vida fácil. O goleiro corintiano fez cinco defesas difíceis na primeira etapa. A mais impressionante foi à queima-roupa após cabeceada do venezuelano.

O time carioca tinha alto volume de jogo. Entretanto, salvo a finalização de cabeça de Savarino, todos os chutes eram de média distância. Faltava quem conseguisse receber dentro da área, já que o Corinthians priorizava se fechar, e Igor Jesus pendia para os lados de campo.

Nos contra-ataques corintianos, apenas Garro conseguiu conduzir a bola sem errar durante o primeiro tempo. Na melhor chance com bola rolando, Matheuzinho, sozinho, ficou impotente diante de três botafoguenses que o marcavam.

O Botafogo chegou a oscilar o ritmo, mas quando voltou ao ataque, foi em peso. Thiago Almada entortou Raniele e buscou Savarino no fundo. O atacante achou Luiz Henrique já na pequena área. O camisa 7 só encostou para abrir o placar.

Publicidade

Luiz Henrique fez bom primeiro tempo, junto dos companheiros de ataque do Botafogo. Foto: Vitor Silva/Botafogo

O gol simbolizou a superioridade que o Botafogo construía durante a partida. A função do Corinthians no Rio parecia ser apenas se defender. A equipe sofreu, com sucesso, por quase 40 minutos.

Parecia que isso seria mudado quando Matheuzinho caiu na área, após um bote grotesco de Marçal. Daronco assinalou pênalti. Romero cobrou com firula, um salto antes da batida, e consagrou John.

Ainda que tenha contado com o erro do paraguaio, o goleiro botafoguense foi justamente ovacionado pelo Engenhão. Ele ficou sobre a linha até o último instante da cobrança para então saltar e fazer a defesa, e ainda afastar para longe com os pés.

John fez grande jogo na meta botafoguense, além do pênalti defendido. Foto: Vitor Silva/Botafogo

Ramón Díaz voltou ao segundo tempo no modo “no va a bajar”. Além de mudar a camisa, já que ambas as equipes tinham jogaram a primeira etapa com uniformes escuros, o Corinthians desmontou o esquema de três zagueiros em busca de mais amplitude na frente, com Héctor Herández como centroavante.

PUBLICIDADE

A dinâmica de fato mudou. O Corinthians dependia de levantamentos na área botafoguense, sem jogadas mais rebuscadas. Isso não muda que quem deu sufoco no começo do segundo tempo foram os corintianos, também com uma marcação alta mais acertada que a da primeira etapa.

O Corinthians teve outro pênalti para empatar. Desta vez, Barboza foi quem errou, com um empurrão nas costas de Héctor Hernández. Garro foi quem assumiu a responsabilidade nesta cobrança e empatou para o time paulista.

Somente após 20 minutos de segundo tempo o Botafogo se propôs a voltar ao ataque. Novamente a cena de enfrentar uma defesa compactada se repetiu. Thiago Almada pouco se importou e driblou Raniele, mais uma vez. O argentino finalizou e contou com o desvio para recolocar o Botafogo na frente.

Publicidade

A partida então virou um jogo de xadrez com as substituições de Ramón Díaz e do auxiliar Franclim Carvalho. O técnico argentino fez o que pôde para buscar sair do Rio com ao menos um ponto, promovendo estreia de Carrillo e entrada de mais atacantes, enquanto o time da casa buscava se recompor defensivamente.

Sob gritos de “arerê, o Corinthians vai jogar a Série B” por parte dos botafoguenses, a tensão cresceu. Sem esmero, os corintianos se lançavam ao ataque com grande dificuldade. Para piorar, Ramón Díaz perdeu a cabeça e agrediu o gandula, que atrasava o recomeço da partida. O argentino levou vermelho e deixou o campo.

BOTAFOGO 2 X 1 CORINTHIANS

  • BOTAFOGO - John; Vitinho (Mateo Ponte), Bastos, Alexander Barboza e Marçal (Alex Telles); Danilo Barbosa (Allan) e Marlon Freitas; Luiz Henrique (Tiquinho Soares), Thiago Almada e Savarino (Tchê Tchê); Igor Jesus. Técnico: Franclim Carvalho (auxiliar).
  • CORINTHIANS - Hugo Souza; Caetano (Héctor Hernández), André Ramalho e Gustavo Henrique; Matheuzinho, José Martínez (Igor Coronado), Raniele (Carrillo), Rodrigo Garro e Matheus Bidu; Thalles Magno (Breno Bidon) e Ángel Romero (Pedro Raul). Técnico: Ramón Díaz.
  • ÁRBITRO - Anderson Daronco (Fifa-RS)
  • GOLS - Luiz Henrique, aos 39 minutos do primeiro tempo. Rodrigo Garro, aos 17, e Thiago Almada, aos 21 minutos do segundo tempo.
  • CARTÕES AMARELOS - Marlon Freitas (Botafogo) e Matheus Bidu, Rodrigo Garro e André Ramalho (Corinthians).
  • CARTÃO VERMELHO - Ramón Díaz (Corinthians).
  • RENDA - R$ 2.115.360,00.
  • PÚBLICO - 32.691 presentes.
  • LOCAL - Estádio Nilton Santos, no Rio.
Análise por Leonardo Catto

Jornalista natural de Santa Maria (RS), bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Repórter de Esportes do Estadão. Antes, fez parte do 32º Curso Estado de Jornalismo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.