Além da investigação policial sobre a cabeça de porco arremessada em campo durante o jogo entre Corinthians e Palmeiras, a situação pode render uma punição desportiva ao clube alvinegro. O caso aconteceu aos 28 minutos do primeiro tempo da vitória corintiana por 2 a 0 pelo Brasileirão.
O árbitro Wilton Pereira Sampaio registrou a situação na súmula. Segundo o registro, “foi arremessada uma cabeça de animal (porco) em direção ao campo de jogo, caindo sobre a linha da meta”. O juiz destacou que o objeto não chegou a invadir a área de jogo.
“Informo que esse objeto veio da torcida da equipe mandante que se encontrava atrás da meta”, diz a súmula, que cita ainda um copo plástico e um isqueiro jogado contra Raphael Veiga, posicionado para cobrar um escanteio naquele momento. “Cabe ressaltar que ambos os objetos não entraram no campo de jogo e não atingiram o referido atleta”, conclui o documento.
A súmula menciona, ainda, que a cabeça foi retirada por Yuri Alberto. “Eu quase quebrei o pé, pensei que era uma almofada e fui tirar com o pé para ir longe”, disse o atacante, autor do gol que fechou a vitória corintiana por 2 a 0. Depois, um funcionário a colocou atrás da placa de publicidade.
O lateral-direito Matheuzinho também pensou que se tratasse de uma almofada ou sacola. “É a primeira vez que passo por isso. Se deu sorte para nós, tem que trazer todo jogo”, brincou o jogador.
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Segundo apurou o Estadão, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ainda não começou a analisar o caso, mas irá tomar medidas a partir da súmula. O artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), prevê pena de multa de R$ 100 a R$ 100 mil para o arremesso de objetos no campo.
Ainda conforme a legislação, quando o caso for entendido como uma situação de “elevada gravidade” ou prejudicar o andamento da partida, o clube pode sofrer perda de mando de campo de uma a dez partidas.
Entretanto, o mesmo item do CBJD prevê isenção de responsabilidade do mandante se houver identificação e detenção dos autores do lançamento de objetos. “Sendo também admissíveis outros meios de prova suficientes para demonstrar a inexistência de responsabilidade (do clube)”, diz o terceiro parágrafo do artigo 213.
A Polícia Civil já registrou o caso por meio da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade). Dois torcedores que arremessaram uma sacola plástica com a cabeça de um animal em direção ao gramado foram identificados. Eles foram detidos e autuados por provocação de tumulto e encaminhados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim), onde foi registrado um Termo Circunstanciado (TC). A investigação também requisitou as imagens das câmeras de segurança ao clube para esclarecer a dinâmica do ocorrido.
A polícia também procura Rafael Modilhane, identificado como o responsável por comprar da cabeça de porco e ser o artífice da provocação ao Palmeiras. Cerca de cinco horas antes do clássico, o próprio torcedor gravou e publicou imagens de si adquirindo o pedaço do animal em um açougue e avisando sobre o que faria.
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